Capítulo 26

1 1 0
                                    


Quando seu turno terminou na boate, Ian seguiu direto para a casa da Doutora, pensando ingenuamente que ela estaria lhe esperando. A mensagem parecia ser séria, Alana não o chamaria para conversar por besteira, para ter mandado aquela mensagem algum motivo sério existia. Não quis assumir a curiosidade para si mesmo. Bateu a campainha, mas, como sempre, ela não atendeu.

— Para que colocar campainha na casa então, se nunca pretende atendê-la? - Perguntou para si mesmo enquanto arrombava pela terceira vez a casa da moça.

Acendeu as luzes e começou a fazer barulho para ela acordar, assobiou, cantou e bateu os pés até que ela aparecesse.

— Você está louco?

— Bom dia.

— Pare de aparecer na minha casa a essa hora da manhã.

Antes que Ian pudesse se defender, dizendo que era ela quem havia lhe chamado para conversar, uma garota desceu as escadas com o mesmo taco de beisebol com que já fora ameaçado um par de vezes.

— Oh, uma garota. - Disse ele com um olhar sugestivo para a Doutora. - Legal.

— Ela é minha irmã, seu nojento.

— E você é...? - A garota perguntou antes de abaixar o taco.

— O cara mais gato que você vai conhecer na sua vida. - Ele esticou a mão para ela. - Ian, e você?

— Aline.

— Não dê em cima da minha irmã.

— Não estou dando em cima da sua irmã, a sua irmã que está dando em cima de mim.

— O que? Não estou dando em cima de você. - E se voltou para Alana. - Não estou dando em cima dele.

— Calma, xuxu, estou brincando. Alana e Aline. - Ian interrompeu a confusão. - Parece que a mamãe é bem criativa.

— Temos mais um, chama-se Alan. - Debochou Aline.

— Pelo menos não é "Alin". - Continuou o rapaz.

Alana ordenou que a irmã subisse para conversar com Ian a sós, e após ele ter declarado que aquilo foi de fato uma cantada em sua irmã, a Doutora ficou séria para sua conversa, séria como se alguém tivesse morrido.

— Quanto mais você mata as pessoas, mais nos aproximamos e isso está me assustando, Ian. - Alana olhou dentro dos olhos do rapaz o reprovando. - Sério? Logan? Estou ignorando o medo que sinto de você neste momento, porque, sinceramente, não acho que existem muitas pessoas capazes de darem um sermão para você colocar a cabeça no lugar. Não convivemos o suficiente para você revelar seu lado psicopata?

Ian respirou fundo buscando paciência, e ela acreditava que aquilo mudaria alguma coisa. Talvez se ela convencesse seu pai e ele mudasse de ideia...

— Ian, Logan era uma pessoa horrível, mas ele já estava na cadeia. Todo o dinheiro dele já tinha sido devolvido, acredito que tenha sido você, que de algum modo conseguiu hackear essa conta dele e devolver o dinheiro para os locadores. Disseram que ele teve uma parada cardíaca, mas eu não acreditei, por mais que eu quisesse. Ele teve uma infecção intestinal e morreu de parada cardíaca sem nenhum outro sintoma aparente. Você acredita nisso? Eu quis acreditar que você estava me ouvindo e estava parando com essa matança toda. - Ela sussurrava para que a irmã não a ouvisse do andar de cima. - Você tem dupla personalidade por acaso? Um gêmeo do mal? Por que não é possível que essa pessoa que está aqui na minha frente esteja fazendo isso.

— Você só precisa de alguém para culpar pelos erros da medicina?

— Tudo bem, você pode agir como se fosse inocente, mas só quero que absorva tudo isso. Que pense um pouco. - Fez uma breve pausa. - A porta é a serventia da casa. - E se virou em direção às escadas.

O Fim Do InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora