Capítulo 28

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Ian despertou com seu celular tocando, se localizou, deitado na cama de Zoey, caçou o telefone e atendeu.

— Alô?

Onde você está? Estou na sua casa, achei que poderíamos sair para um café da manhã.

— Eli? - Olhou as horas. - Encontre-me na padaria em 40 minutos, então. Ok?

Certo, nesse caso vou levar Angie para a escola primeiro.

— Ok. Muito obrigado.

— 40 minutos? - Zoey se espreguiçou ao lado, se inclinando para um beijo. - É só isso que eu tenho?

— Está vindo da casa da Doutora, não é? Eu sabia. - Eliot cumprimentou Ian.

— Muito engraçado. Não. - Interrompeu a conversa para fazerem o pedido. - Eli, Alana é insuportável. Ela deu descarga no meu maço de cigarros.

Ian olhou em volta, sentiu novamente a sensação de ser observado, mas nada parecia fora do normal. Eliot ficou incomodado com a paranoia do amigo, os olhos de Ian estavam inquietos e ele parecia tentar disfarçar com extravagância.

Ao esvaziar de suas xícaras, Eliot pediu a conta.

— Estive pensando, passeei com Angie pelos parques da cidade quando chegamos, e isso faz um bom tempo. Que tal irmos algum dia desses?

— Seria incrível. Só escolha um dia razoável, porque estou em época de provas. - Coçou a nuca. - A propósito, vamos à Ursa Maior hoje?

— Não, hoje é terça, meu dia de folga. Graças a Deus.

— Para nos divertir e não para trabalhar. Ligue para aquela garota com quem estava, chame ela, vamos nos divertir um pouco. Ou você já teve diversão o suficiente ontem à noite? - Perguntou, provocando-o.

— Ontem à noite e hoje de manhã. Mas... tudo bem, iremos.

Angie ficou com a carinha emburrada o resto da noite, mal passava os dias com o pai, aproveitava as folgas dele para passar o dia o bajulando, e odiava quando ele passava suas folgas fora de casa, longe dela. Só rezava para que ele voltasse inteiro. Ver o pai com mais uma cicatriz a deixava com uma sensação ruim, que ela desconhecia, mas odiava.

— Meu anjo, eu prometo que não vou sair tanto de agora em diante, ok? - Tentou convencer a filha. - É só um dia com o tio Eli.

— E por que eu não posso ir? - Perguntou ela com uma voz de choro.

— Porque lá não é lugar para criança, meu amor. - Levantou o rostinho dela pelo queixo. - É o último dia, eu prometo, tá bom?

Ela assentiu ainda triste.

— Jaque, obrigada por ficar com ela. - Voltou-se para a babá.

— Sem problemas, chefe. É o meu trabalho. Vou tentar animar essa macaquinha.

— Eli, essa é Zoey; Zoey, Eli.

Zoey era realmente bonita, reparou Eliot, mas, para ele, Alana obviamente também estava interessada, diferente do que Ian pensava e diferente da realidade. Mas Zoey o ganhou com seu bom humor e sua simpatia.

Pela primeira vez, Ian entrou na boate e sentou-se no bar como um cliente, não para atender ninguém, mas para ser atendido. Pediu duas cervejas e deixou a morena fazer seu pedido.

— E você, não vai trazer ninguém? - Ian perguntou numa altura que só Eliot pudesse ouvir.

— Eu não ia, não, - Deu um gole na cerveja tão gelada que sentiu refrescar todo seu corpo enquanto descia pela garganta. - mas olha quem está chegando ali.

O Fim Do InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora