Capítulo 18

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 — Doutora McFadden, - Uma interna a chamou quando estava terminando a ronda matinal. - Pronto socorro. Rápido.

Ela não sabia se era coincidência, mas achou que teve sorte em ser quem foi chamada para aquela paciente. Correu até o pronto-socorro e viu uma menina lutando para respirar, "Angelina?". Os enfermeiros já estavam desesperados com meio caminho andado do processo, mas a garganta da criança já estava quase fechada. "Ela é alérgica a alguma coisa.". Concluiu. Abriu caminho e tomou as rédeas, enfiou o tubo pela garganta da menina antes que não houvesse mais passagem. Os internos assistiram-na finalizar o procedimento e Angelina voltou a respirar normalmente. Depois de alguns medicamentos aplicados à sua veia, ela acordou bem. Alana fez questão de estar ali quando a pequenina abrisse os olhos.

Ela olhou arfante para a doutora e se acalmou.

— Oi, Doutora.

— Oi, Angie. - Acariciou a cabeça da menina. - Você vai ficar bem, ok? Sabe me dizer o que aconteceu?

— Eu comi bolo na escola, acho que tinha amendoim.

"Alérgica a amendoim.", constatou em seus pensamentos.

— Não se preocupe, vai ficar tudo bem.

— Eu sei, meu pai disse que você é boa médica. Se você salvou a vida dele você consegue salvar a minha. Pelo menos eu não tenho sangue pela casa toda.

— Pode me falar o número dele para que eu o avise, querida? - Perguntou depois de um sorriso.

— Alô? - Ian atendeu o número desconhecido.

Ela conhecia o rapaz, não ligaria da parte do hospital, seria estranho se ele descobrisse que era ela antes de atender.

— Ian? É a Alana. - Ela não deu tempo para a brincadeirinha sem graça que ele faria em seguida. - Estou ligando para avisar que Angelina teve uma reação alérgica extrema hoje na escola e veio para o Hospital Acer...

— O que? O que aconteceu? Ela está bem? Estou indo imediatamente.

Ele não a deixou concluir seu pensamento e nem responder suas perguntas. Desligou o telefone e correu para o hospital. Tentou se acalmar no carro, a notícia o abalou e dirigir naquele estado era perigoso. Teve medo pela filha e se perguntou como ela estaria agora, mas não havia tempo de colocar os pensamentos em seus lugares.

Alana o encontrou na recepção, brigando com uma recepcionista burra que não entendia seu nome e não o liberava para ver a filha.

— Eu vou subir você deixando ou não. - Ele dizia furioso.

— Senhor, acalme-se. Não sabemos o quarto em que ela está.

— Ela está no pronto socorro. - Alana respondeu chamando a atenção dele. - Vem comigo.

Ele a seguiu com seus batimentos acelerados e engolindo seco. Quando, através da sala de vidro, viu a filha deitada, correu até ela e foi cauteloso em abraçá-la. A doutora assistiu de longe ele furioso por ela ter comido amendoim e ao mesmo tempo assustado pela filha e aliviado por ela estar bem. Esperou os dois conversarem por um tempo para entrar no quarto e conversar com ambos.

— Como você está se sentindo? - Perguntou à menina.

— Eu to bem. Quando eu posso ir embora?

— Hm, vai demorar um pouquinho. Sua garganta obstruiu e está melhor agora, mas precisa ficar em observação por um tempo.

— Nunca mais assuste seu pai desse jeito, macaquinha. - Ian disse segurando a mão da menina. - Eu já volto, ok?

O Fim Do InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora