— Filho, entre. Quero trocar uma palavrinha contigo antes de ir. - Vincent tirou o menino do carro e o fez entrar, sentar e tomar um café. Ian nunca negaria um café.
Ian já estava planejando como faria para arrombar o pequeno armário do pai e ver quem eram as outras pessoas que teria de matar. Essa agonia o matava, principalmente agora com Alana insistindo que não matasse seu pai. O rapaz se perguntava se aqueles registros estavam atualizados, pois se lembrava de ela dizer que o pai já tinha feito muita coisa errada na vida, mas hoje era um homem bom e não merecia morrer.
Vincent não deixou a sala nem por um instante. Ele teria que planejar com antecedência se quisesse roubar aqueles arquivos, entretanto, hesitava sequer pensar em roubar algo do próprio pai.
— Eu lhe daria a pasta de Logan, mas, como já a tem... Só estou autorizando a missão. - Encarou o menino com o que não conseguiu definir se era medo ou ansiedade. - Tome cuidado, Ian. Sei que lhe coloquei nessa missão, mas saiba que prezo pela sua vida, meu filho. Você é o que tenho de mais precioso.
— Fique tranquilo, pai. Você me treinou bem.
Um olhar duvidoso emanou dos olhos de Ian, e Vincent não aguentou a curiosidade.
— Algum problema? - Repousou a mão no ombro do filho.
— Não, ahn... Só queria saber se pode me dar a próxima pasta. - Disse quase gaguejando, um sorriso acanhado no rosto.
— Ora, mas para que essa pressa toda? Não me decepcione, Ian. Darei no momento certo.
❅
Alana entrou no laboratório de microbiologia procurando por uma de suas melhores amigas, checando os corredores para garantir que ninguém a seguia. Fechou a porta quando a encontrou trabalhando em um exame. O bater da porta chamou a atenção da médica concentrada, quando olhou para Alana, a moça chorava descontrolada, sentada no chão com as mãos cobrindo o rosto.
— Meu Deus, Lana. O que houve? - Perguntou a amiga, largando o trabalho e correndo em direção a ela.
— Não sei. - Soluçou. - Quando cheguei em casa hoje, Simon me ligou, disse que eu estava demorando tanto que... - As lágrimas não a deixaram concluir a frase.
— Onde você passou a noite?
— Eu não podia voltar, Lucy. Às vezes ele me entedia e fica agressivo.
— Ele bateu em você?
— Não. Não é louco.
— Conte-me direito o que está acontecendo, por favor.
— Eu não sei. Eu estava com esse cara que é um perfeito imbecil, mas ele até que não é tão imbecil, só que passar algumas horas com ele... - Pausou em seu pensamento, optando por omitir a parte em que estava drogada. - fez Simon parecer ainda mais entediante e eu não consigo mais passar sequer um minuto ao lado dele.
— Não sabia que estava tão apaixonada por ele para chorar dessa maneira.
— Eu não estou. Ele é um saco.
— Porque não termina com ele?
— Eu terminei. Quando ele me ligou hoje.
— Terminou por telefone? Por isso está chorando.
— Não.
— Então... Por quê?
— Eu não sei. É tudo tão depressiante.
— "Depreciativo", você quis dizer? - Corrigiu.
— Eu nem sei falar. - Mais lágrimas caíram.
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O Fim Do Inverno
RomanceRoubado na maternidade, Ian é treinado para matar o próprio pai em busca de vingança. Mesmo sem saber a realidade, ele acredita em seu destino e precisa completar a missão que lhe foi dada. Mal pode esperar para se livrar das torturas que é submetid...