Capítulo 5

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[ NIALL ]

Atende, atende, atende.

Eu não conseguia ficar parado. Já andei de um lado para o outro em minha casa umas cinco vezes. Droga, como eu pude esquecer?

- Horan?

- Ah, graças à Deus, Tara! - exclamo. - Por favor, me diz que você não está ocupada.

- Eu não estou ocupada. - entretanto, eu ouvia barulho de teclas sendo apertadas, assim como seus murmúrios para alguém.

- Certeza?

- Não. - debocha. - É claro que eu estou ocupada, Niall. Mas você pediu pra dizer que não. - ela ri. - O que foi?

- Eu preciso da sua ajuda! - choramingo. - Vamos imaginar que meu irmão esteja vindo para Los Angeles com a mulher, eles tiraram férias, consegue imaginar isso?

- Ok, imaginando.

- Bom. Ótimo. - suspiro. - Imagine também que eu fiquei sabendo isso com antecedência. Tipo, numa reunião de família. Na qual minha mãe explicitamente falou, e eu cito, "Fale com Niall antes de ir, Greg, ele conhece a cidade melhor, pode te mostrar uns lugares bons pra ir!"

- Então virou assunto importante.

- Exato! O problema é: eu não faço ideia de onde levar um casal por aqui, Tara!

- Niall. - começa ela, a voz mais séria do que os risos de antes.

- O quê?

- Quando eles chegam?

- Entram no avião amanhã de manhã. - minha voz vai murchando.

- Puta merda! - exclama ela. Talvez alto demais, porque logo em seguida ela repete, num tom mais baixo. - Puta merda, Niall!

- Eu sei, eu sei... Estou perdido! A não ser que você me ajude.

- Como eu poderia ajudar? Não é como se eu tivesse um itinerário sobre lugares para casais em Los Angeles.

- É, mas mora aqui há mais tempo. - argumento. - Por favoooor. Me salva.

A morena bufa. - Tá. Consigo estar livre depois das duas. Te mando o endereço da revista, aparece aqui duas da tarde e eu te guio por LA.

- Você é a melhor!

- Você acabou de me deixar surda. - imita ela na mesma empolgação. Solto um riso. - Agora, se quer que eu consiga sair daqui, deixe-me trabalhar, irlandês. Até mais tarde.

- Até, Courton. Obrigado, obrigado, obrigado, obr...

Fim da chamada. Ela desligou na minha cara. Balanço a cabeça, rindo. Pelo menos totalmente perdido eu não estava.

Como se sentisse o que eu fazia de errado, recebi uma mensagem de minha mãe bem na hora.

"Pronto para receber seu irmão e Denise, querido?"

Respondo. "Tudo certo, mãe. Eles vão amar."

Eu espero.

•°

Sento no sofá de linho e mando uma mensagem para Tara assim que chego. Ela logo me responde.

"Estou descendo."

Suspiro. Eu tinha vindo de óculos escuros e uma boina. Sabe, precauções, algumas coisas nunca são demais.

A morena dá risada ao sair do elevador.

Seeing Blind || N.H.Onde histórias criam vida. Descubra agora