Seeing Blind || N.H.

Capítulo 26

[ NIALL ]

Meu irmão aparece na sala no momento que desligo o telefone.

– Nossa, quanta alegria. - ele revira os olhos. Jogo uma almofada em sua direção.

– Se está reclamando tanto, melhor nem aparecer aqui na semana que vem.

– Sua amiga vem mesmo? - minha mãe, que vinha dos quartos, pergunta, sorrindo. Assinto. - Ah, que ótimo! Pelo que me falou, ela parece ser incrível.

Sorrio. – É, ela é. Não a ame mais do que me ama, ok?

Mamãe sorri, vindo me abraçar como provocação. Ela aperta em todos os lugares em que saberia que eu não teria dor.

Solto uma risada.

– Preciso que vá buscá-la comigo no aeroporto. - falo para Greg. - Não posso dirigir ainda.

– Não pense que não estou te achando abusado, eu só vou fazer isso para conhecer essa amiga que te fez sorrir tanto apenas por ligação.

Outra almofada voa em sua direção.

°•

– Niall, eu juro, mais uma palavra e eu acabo com todo o trabalho que tiveram para remendar seu corpo.

Sorrio nervosamente. - Desculpa.

Meu irmão sorri, parando o carro. Consegui convencê-lo a vir ao aeroporto comigo. Bem, minha mãe o convenceu a vir comigo, eu só o convenci a não me matar no processo.

Tara chegaria logo. Eu estava ansioso, a palma de minhas mãos não parava de suar. Claro que não conto isso para Greg.

Sorrio com o pensamento de abraçar a morena em minha terra natal, por fim. No meio de devaneios, mal percebo que o homem ao meu lado tentava dizer algo, até que reafirma o que disse.

– Tudo bem?

Pisco. - O quê?

Greg solta um riso nasal.

– Falei que acho melhor você esperar no carro. - franzo a testa, já começando a negar quando ele me interrompe. - Você realmente não ouviu uma palavra do que eu disse, não é?

Dou de ombros.

– Mesmo seus hormônios o fazendo parecer que ainda tem quinze anos agora, você cresceu, irmão. Cresceu, e se tornou conhecido. Realmente acho que vai ter paciência para falar com as pessoas que te conhecerem lá dentro com a perna desse jeito? - argumenta ele. - Porque você sabe que isso vai acontecer, isso sempre acontece.

Suspiro. Greg não estava errado, da última vez que vim para casa despreocupado e sem tentar sair pelos fundos, passei mais de meia hora tentando sair com as malas para o estacionamento.

Mesmo assim, bufo. – Sabe que estou certo.

– Sei. - admito. - Então vá logo.

Ele sorri, malicioso. - Sabe que não fazendo questão de esconder isso de mim, você está me dando munição para zoar com você muito, muito tempo, não sabe?

Reviro os olhos, e meu irmão dá risada.

– Não, mas agora falando sério. - continua. - Ela te deixa feliz?

Respiro fundo. - Nossa situação é complicada, Greg...

– Eu sei, não estou perguntando se vocês são amigos ou algo a mais (o que claramente está acontecendo) e o que impede vocês de ficarem juntos de uma vez... - interrompe-me ele. - Estou perguntando... Quero saber se ser próximo a ela te faz feliz.