Cena Extra 1

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Oi, amores!

Que saudades (e nem acabamos de fato)! A primeira cena extra está aqui, de um ponto de vista do Niall. Acho melhor adiantar que essa tá bem curtinha, mas talvez o tamanho das outras varie — vulgo estou escrevendo uma e me empolguei.

A cena de hoje talvez não pareça assim tão necessária pra história, mas eu não me senti honesta com a narrativa sem escrever essa conversa. Porque depois de tudo que eles passaram, o acidente do Niall não passaria em branco para a Quinn.

Espero que gostem. Amo vocês ❤️

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Já era a quarta vez que minhas pálpebras fechavam-se sem meu controle. Eu não fazia ideia do que passava na televisão. Cada tentativa de abrir os olhos demandava mais força de vontade.

Isso é, até o celular tocar.

Não olho o número. Ao adicionar todos que conhecia de novo a medida que ia recebendo mensagens ou ligações, acabei pegando esse costume.

– Uh?

– Quando você planejava em me contar sobre isso, Niall Horan?

Explicar o que me fez despertar — e até fazer uma careta de dor ao ajeitar-me na cama — é difícil: se foi o tom alto e aberto da voz irritada de Quinn, ou o simples fato de ser Quinn Turrel.

– Quinn?

– "Quinn"? - ela imita meu tom. Ah não, ela estava furiosa. - Não, sua prima. Idiota. Claro que sou eu. Pensou que eu não saberia do que aconteceu?

– E-eu...

Olha, sinceramente, você não faz ideia do quando eu fiquei puta ao saber que você já está  em casa e não teve a coragem de avisar que estava bem. Esqueceu que ainda temos amigos em comum?!

– Desculpa? - arrisco, querendo rir de desespero.

Desculpa uma ova! - sei que ela acaba soltando um risinho. - Eu fiquei preocupada, Niall. Ninguém sabia me dizer o que aconteceu direito, só que você estava no hospital.

Tento ficar mais sentado na cama. Mesmo com o susto da ligação, se eu ficasse deitado, dormiria de novo facilmente – afinal, era o meio da madrugada, e o filme (que descobri estar passando) na TV estava acabando.

– Hey, está tudo bem. - afirmo. - Sério. Fui atingido por um carro, mas um riscozinho de perfuração me colocou em cirurgia assim que cheguei, então tudo foi resolvido muito rápido.

Riscozinho? - se a loira estivesse ao meu lado, sei que sua sobrancelha estaria levantada. Uma apenas, o que torna mais assustador.

– Que já passou faz tempo. - continuo, reforçando. - Ainda não consigo me mexer muito, e o joelho está meio mal, mas quando ele não esteve?

Porra, Horan. - solta. - O que aconteceu?

Suspiro. – Lembra quando disse que eu deveria manter Tara próxima, não importando o custo?

Ela murmura, afirmando. Acabo rindo pelo nariz.

– Bem, era isso que eu estava fazendo. Não importa o custo, certo?

Você é tão dramático às vezes que nunca sei o que é romantização de uma frase ou algo realmente sério. - ouço sua respirada profunda. - Deixe-me adivinhar... O carro era para atingir Tara, não era?

Balanço a cabeça ao responder, mesmo que ela não pudesse ver.

– Sim.

Então, explico à Quinn tudo. Desde minha briga com a morena, antes da viagem para Nova York, até quando perdi a linha e falei sobre William.

Não preciso mencionar minha pequena conversa com Tony para que ela também toque nesse assunto. 

Ela já sabe? - que se importa, o complemento que ela não precisou dizer.

– Ainda não. - suspiro. - Ela finalmente se livrou de uma ilusão amorosa, Quinn, como posso colocar mais sentimentos confusos em sua cabeça?

Ela ri pelo nariz.

Se você pensar mais um pouco nos outros, deixa de existir. - brinca. - Sei que a situação de Tara é complicada, Niall, mas não pode deixar seus sentimentos para trás também. Sabe disso.

– É, eu sei.

Um silêncio paira sobre nós. Isso parecia comum, no dia em que ela voltou para LA, agora... Mas de alguma maneira, também era diferente.

Menos dolorido.

Céus, eu não sei o que faria se algo pior acontecesse com você, Horan. - admite ela, sussurrando pelo telefone.

Sorrio. - Eu sei. Prometo que te falo o que está acontecendo a partir de agora.

Turrel ri. - É melhor mesmo. - do outro lado da linha, alguém parece chamá-la. - Hey, eu... Preciso ir, Niall, mas vou te ligar mais tarde de novo, ok? Quer dizer, se você quis...

– Para de graça, Quinn, quando foi que me pediu antes de fazer algo bom? - provoco, e ela ri. - Claro que pode.

Pensei que talvez fosse estranho.

– Eu também achei que seria, no começo. - admito. - Mas agora... Não foi. Foi normal, bom.

É, para mim também.

– Vai lá, não quero te interromper. - sussurro. - Espero que esteja vivendo como sempre desejou, Quinn.

Eu finalmente estou. - murmura ela, segurando um sorriso. - Sabe que sempre estará em meu coração, não sabe?

– Sei.

Até mais tarde, Horan.

– Até. - sorrio.

Desligo a televisão.

Tara me manda a décima mensagem pela noite — número menor do que as trinta do primeiro dia.

"Tudo bem? Tomou os remédios certinho?"

Sorrio.

"Sim."

E apenas por ser sábado, apenas porque a morena teria tempo para descansar depois disso, continuo.

"Não vai acreditar em quem me ligou."

E então, conto tudo à ela. Bem, quase tudo.

Algumas partes é melhor contar com o tempo.

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Seeing Blind || N.H.Onde histórias criam vida. Descubra agora