Cena Extra 2

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Ok, essa ficou grande. KKKKKKKKKK
uma explicaçãozinha antes da cena do nosso casal maravilha:
Eles não são mil maravilhas todo o tempo. Especialmente a milhares de quilômetros de distância.

Alguns comentários já haviam dito que relacionamento a distância é osso, e como essa fic é a menos idealizada e mais pé no chão comparada com as outras que eu escrevi, achei justo mostrar uma das dificuldades que Niall e Tara enfrentaram nesses meses. A cena se passa entre o capítulo final e o epílogo, no tempo da turnê dele.

Todas as decisões que tomamos trazem consequências. Essas foram as deles.

Espero que gostem. Amo vocês ❤️

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Girar a chave na maçaneta era exaustivo. Caminhar para dentro de casa também. Até mesmo segurar minha bolsa por tempo suficiente para largá-la no sofá pareceu impossível.

Meu corpo pedia por uma pausa de um mês, mas o máximo que eu teria era uma ou duas horas.

A revista está um caos. Um maldito processo, que poderia muito bem ter ido apenas para o idiota do redator que divulgou informações íntimas e sem permissão de um modelo, acabou sendo dirigido para a revista toda.

Há semanas, não faço meu trabalho direito para sair em reuniões com Melissa, outros editores e advogados para tentarmos achar brechas ou acordos. A indenização que foi pedida nos levaria para o fundo do poço — e eles não querem ceder, o que nos faz trabalhar noite e dia procurando e propondo soluções.

Mal tive tempo de falar com minha família por mensagens. Mal tive tempo de ver meus amigos (sem ser Clara, que está comigo nessa furada também). De sair de casa. De falar com Niall.

Céus, Niall.

Eu não o vejo há meses. Não nos falamos propriamente há dias. Não mandamos muito mais que boa noite em mensagens há semanas.

Estou tão exausta. São três horas de fuso entre a Califórnia e Montreal, no Canadá, onde ele está agora. Ele está se preparando para entrar no show, pelas minhas contas.

Quero ligar. Quero ouvir sua voz. Ver seu sorriso. Mas sei que se ligar, Niall vai querer conversar até mais do que deveria; vai perguntar de meu dia, de minha semana, como estou. Perguntarei o mesmo, claro. Irei querer saber de tudo o que se passa lá.

Mas eu estou tão cansada. E o relógio marca que faltam duas horas para Melissa me sequestrar novamente naquele processo. Talvez eu consiga dormir uma hora, e na outra me arrumo...

Sento no sofá da sala, fecho os olhos, e permito-me respirar fundo. Decido que vou mesmo dormir; preciso disso. Desbloqueio o celular em minha mão, entrando no aplicativo do relógio e colocando um alarme para daqui uma hora. Estava pronto: toque no volume certo, repetição adequada, nome super inspirador (ACORDA, SEU EMPREGO DEPENDE DISSO, assim mesmo, em letras maiúsculas). Mas então...

Mensagem.

Não de Niall. Era Melissa.

"Preciso que venha mais cedo. Tive um problema, em uma hora consegue estar aqui?"

Minha chefe agora fazia perguntas, ao invés de apenas mandar. Perguntas retóricas, é claro — afinal, eu precisaria ir de um jeito ou de outro. Mas fazia.

Fecho os olhos agora em frustração. Lá se vai meu sono...

"Sim." , respondo.

E então, adeus sono. Adeus uma horinha de descanso, olá banho...

Seeing Blind || N.H.Onde histórias criam vida. Descubra agora