Capítulo 23

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[ NIALL ]

– Cuidado. - diz Tara, mais uma vez.

– Eu sei, Courton. - sorrio. - Relaxa.

Definitivamente não foi a coisa certa para se falar. Especialmente agora que ela podia andar rápido sem a bota.

Relaxar? - exclama ela. - Relaxar, Niall? Eu vou em consulta por menos de uma hora, apenas para ver se preciso continuar com a bota ou não - a morena se aproxima rapidamente do sofá-cama, onde Jade me ajudou a subir - e você recebe alta e não me fala?

– Eu já expliquei, eu não queria te preocupar. Eu te conheço, Tara, você ia querer dirigir o carro até aqui.

– Ia mesmo!

– Eu posso te lembrar do fato de que você machucou seu tornozelo há uma semana só?

Ela revira os olhos. - E eu posso te lembrar do fato de que a sua cirurgia no joelho teve que ser refeita, e a sua costela quase perfurou seu pulmão? - vejo-a levantar uma das sobrancelhas, e realmente não tenho resposta.

– Mas foi Jade quem me trouxe... - começo, sussurrando.

– E ela ainda está aqui. - cantarola nossa amiga, sorrindo para Tara. - Está tudo bem, Tinky. De verdade. Eu fui visitar e Niall assinou a alta em minha frente, aí ofereci a carona, mas foi porque você estava com Clara, eu não quis apressá-la.

Tara fecha os olhos, respirando fundo. - Desculpem-me. De verdade, eu sinto muito, meus remédios para dor me deixam estressada. Eu acho que eu deveria pedir desculpas para Clara também, mas eu falo com ela depois. Eu só fico feliz que você esteja bem.

Jade diz que precisa ir embora, e abraça nos dois antes de sair.

– Os remédios estão na mesa da cozinha, ele não pode colocar muito o pé no chão, mas as muletas estão aí para caso precise andar. Só extrema necessidade. - fala a dona dos olhos claros para Tara. - Niall sabe que não pode fazer movimentos bruscos por causa da costela, mas lembre-o disso, ok? - Courton ri. - Ah, e faça outra coisa também, amiga, convença-o de contratar uma enfermeira, ele tem dinheiro e uma casa muito grande para ficar perambulando por aí com um joelho fodido.

Tara acompanha a amiga numa risada. - Tá brincando? Eu ainda tenho que o convencer a contar para a família.

Atwood arregala os olhos. Dou de ombros. - Meu celular quebrou. Só consegui comprar um ontem porque Tony teve um tempo livre e passou na loja para mim.

– Ah, e você não vive no século XXI onde todos os seus amigos tem celular? - sorrio, brincalhão. Ela balança a cabeça. - Quer saber? Ficar brava com você por preocupação é trabalho da Tara. Eu tenho... outras coisas para fazer.

Encaro a morena, segurando a vontade de rir. Do mesmo modo que Tony havia me dito sobre ela e Alex, Tara também desconfiava. Assim que a porta se fecha, eu e Tara caímos na gargalhada.

Depois de respirar fundo, entretanto, ela volta falar sério.

– Agora, sem brincadeiras, você não vai contar nada sobre o que aconteceu?

Peço para a morena se sentar, mas ela vai olhar algo sobre os remédios.

– Não queria preocupá-los. - suspiro. - Mas, sim. Contei. Falei com meu irmão ontem. Ele meio que surtou...

– Esperado.

Ignoro-a.

– ... mas concordou em esperar para que eu contasse para minha mãe hoje. Ele vai me mandar mensagem quando chegar na casa dela.

Seeing Blind || N.H.Onde histórias criam vida. Descubra agora