capítulo 02

233 42 141
                                    

Quando os primeiros raios de sol começaram vagarosamente invadir o quarto com seu resplendor dourado Estevão já se achava desperto, encarava o clarão da janela em silêncio, sua mente estava um borrão, precisava seguir em frente, precisava deixar o...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Quando os primeiros raios de sol começaram vagarosamente invadir o quarto com seu resplendor dourado Estevão já se achava desperto, encarava o clarão da janela em silêncio, sua mente estava um borrão, precisava seguir em frente, precisava deixar o passado no passado, tinha novas prioridades agora e tinha certeza que logo tudo estaria suprimido para sempre, enfim conseguira o que sempre almejara, um lugar novo onde nada e nem ninguém o conhecia, mas pelos céus! Nunca deveria ter vindo a Redoma de Ouro para as férias, aquele deveria ser o seu refúgio por que todos os outros estavam infectados por tudo!

Uma parte desse lugar também estava. Uma parte importante. Teria que aprender a ignorar essas coisas, besteira, a vida é muito curta para nos prendermos a determinadas coisas. Diante de toda a imensidão de eventos que acontece em uma vida supunha que alguns superam os outros, esperava do fundo de sua alma, ainda que na verdade não pudesse crer totalmente nisso, que algo melhor ainda estivesse por vir, e quando viesse, seria bem vindo. Precisava se levantar, calçar as botas e por uma pedra no tumulto que havia ficado para trás.

                                 ***

Ernesto apontava um ponto distante na mata, uma clareira, ele dizia se tratar de uma invasão dos colonos italianos, não esperava ter que enfrentá-los em uma situação tão delicada. O lago Ibiúna tateava por entre a floresta até se perder de vista entre as montanhas ao longe, nunca havia vindo aquele ponto antes, não conhecia aquele relevo em meio a toda pradaria então lhe ocorreu que Ernesto estava muito familiarizado com Redoma de Ouro.

_ Fui eu quem concertou o estábulo, também fui eu que sugeri a D. Conceição que adotasse Serafina, para fazer companhia, me preocupava que ela estivesse sempre sozinha._ Estevão virou o rosto, lhe incomodava saber que não estivera ali quando sua única tia mais precisara, lhe incomodava o fato de ter delegado todas as suas obrigações por anos a fio a um estranho, deveria ter retornado a Redoma de Ouro depois do falecimento da mãe, assim ninguém acharia agora que fosse um impostor, deveria ter retornado para a sua fazenda e não continuar a angariar bens para outro como havia feito todo esse tempo, se tivesse feito isso não precisaria encontrar sua propriedade em ruínas, quão estúpido o ser humano consegue ser?

_Acha que Serafina ficará zangada quando acordar e descobrir que saímos sem ela?

_Provavelmente. Ela leva uma palavra dada extremamente a sério, se prepare para ouvir um longo sermão acerca de  honra, ética e essas coisas._ Ernesto tinha um riso frouxo nos lábios, gostava muito da menina, Estevão voltou a observar a estrada, se perdia a distância e era empoeirada e vermelha, bem como se lembrava.

_Talvez eu precise disso. De quem é aquela casa lá adiante? Aquela da qual se pode ver uma torre._ Indagou mostrando a direção com o indicador, se tratava de uma construção clássica e mesmo à distância e em meio as copas floridas das cerejeiras podia deduzir que se tratava de uma bela construção italiana.

_Ulisses Valverde... Não vais gostar dele._ Estevão o encarou_ é um dos homens que lhe oferecerão qualquer quantia avultada em troca de Redoma de Ouro.

Os Estevãos (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora