Capítulo 18

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Estevão a soergueu pondo uma mão sob as costas dela fazendo-a vergar colando-a ainda mais em seu corpo como se os dois pudessem se fundir em um só, ele achava que podia, e gemeu sentindo o seu corpo inteiro se acender e apagar repetidas vezes enquanto desfrutava daquela plenitude, Ana arquejou e inclinou a cabeça para trás enquanto deixava escapar uma voz rouca e abafada pela garganta, depois de permanecer assim pelo tempo que achou necessário, enquanto ainda havia vestígio do que sentira sob a pele, ela voltou-se para ele e o abraçou com força, se não fizesse isso teria sofrido um ataque cardíaco, e não estava brincando, não tanto, seu coração batia em desalinho e ela estava hiperventilando com a respiração, seus braços tremiam e Estevão soube imediatamente que temia ter lhe causado algum mau.

Estevão permaneceu imóvel por um momento com medo de que o menor indício de sua existência pudesse afeta-la, até perceber que ela estava bem, a respiração havia se regularizado e embora o coração ainda estivesse acelerado não estava como antes, os braços dela também se afrouxaram em volta de seu pescoço e ele podia sentir a respiração quente dela aninhada ali, Estevão respirou soltando o ar do pulmão enquanto fechava os olhos tentando suprimir o medo.

Ana deitou-se de volta vagarosamente sob o leito, Estevão deslizou a mão com a qual havia a auxiliado de sob as suas costas e a observou com atenção, Ana tinha os lábios entre abertos e a sua pele exalava calor, as raízes de seus cabelos estavam molhadas e ele suspeitava que não estivesse diferente. Estevão não havia acabado; não se sentia exatamente completo ainda que estivesse transbordando, e isso não era algo com uma conotativa ruim, não queria dizer que não estava satisfeito, nunca estaria, estaria sedento para sempre, por ela, estava queimando por dentro, mas não queria também que ela voltasse a se sentir mal, talvez... Mas antes que começasse a raciocinar de forma clara novamente, empurrou o seu corpo para frente e depois para trás de novo, Ana fechou os olhos e o sentiu deixando apenas um som baixo escapar suavemente de seus lábios, a frenesi havia acabado, restava apenas uma necessidade lenta de sentir um ao outro, uma necessidade que fazia o corpo de Estevão estremecer dos pés a cabeça, uma sensação que ele apreciou em silencio, com um aperto no coração, um pressentimento que o fazia querer cala-lo, Ana fitava-o com algo próximo a contemplação, existia paixão em seus poros, seus olhos estavam amortecidos de desejo, prazer e Amor e ela se contentava em contempla-lo, Estevão se mantivera afastado de seu corpo na distância de um braço, se apoiava com o antebraço ao lado dela, Ana podia ver cada traço de seu rosto, ele parecia outra pessoa por mais que ainda fosse o mesmo, os caracóis dos cabelos de Estevão pendiam do alto como cachos de uva pendendo de uma parreira, Ana não resistiu a tentação de erguer a mão e toca-los, eram mais macios do que ela esperava, na verdade havia passado a mão tantas vezes por eles naquela noite, mas só agora sentia de fato a textura e era melhor do que podia esperar.

Ana o amava, e os dois sabiam disso.

Amava muito, mais do que conseguiria explicar, mais do que ela mesma pensara saber. Amava tanto que doía. Pesava.

No final, Estevão se aproximou com lentidão e depositou cuidadosamente um beijo em seus lábios, sem pressão, sem profundidade, sem ferocidade, apenas toque, depois repetiu beijando apenas o seu lábio superior dessa vez, roçando levemente os dentes por ele e então se deitou ao lado dela em silêncio e o silêncio foi tudo que houve depois, ambos encaravam o teto sem no entanto enxerga-lo, Estevão apertou a mão de Ana entre as suas e então tudo pareceu se encaixar, tudo pareceu certo, Ana virou-se para ele e depois de excitar um momento, passou o braço por sobre seu peito e o abraçou e Estevão a acolheu com naturalidade puxando-a para mais junto a si, assegurando-se que ela estaria ali.

Mesmo que quisesse Estevão jamais poderia explicar o que sentia, existia um bolo embaraçoso em sua garganta, que estava crescendo e isso era tudo o que sabia de fato sentir. O resto era algo que ele não podia palpar ou saber, mas de alguma maneira estava ali, brotando.

Os Estevãos (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora