Capítulo 19

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Jacó estremeceu, por Deus do céu nada podia ser pior, tivera o cuidado de escrever a Flávio e o irmão lhe garantira que ajudaria, mas a vida é cruel, ele pensou suando ao ver a carruagem do pai se aproximar

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Jacó estremeceu, por Deus do céu nada podia ser pior, tivera o cuidado de escrever a Flávio e o irmão lhe garantira que ajudaria, mas a vida é cruel, ele pensou suando ao ver a carruagem do pai se aproximar.

_Ai esta, senhor Jacó, parece providencia divina._ disse o cocheiro enfim parando de lutar com a roda quebrada da carruagem enquanto apontava a carruagem de Luiz Bonifácio, Jacó balançou a cabeça afirmativamente.

_Sim, é uma providencia Carlos._ Do que tinha medo? Uma hora ou outra teria que confrontar o pai, que fosse agora. A carruagem se aproximou e parou ao lado de Jacó, Luiz Bonifácio saltou de dentro e antes que Jacó pudesse falar alguma coisa o pai o puxou para um abraço que quase o partiu em dois acompanhados de tapas generosos sobre as costas, depois Luiz o afastou e sorrindo olhou para ele de alto a baixo.

_Que boa sorte encontra-lo aqui, meu menino!_ exclamou passando a mão sobre os cabelos de Jacó, que por uma maldição, não havia ficado maior do que o pai, embora tivesse mais de 1,70 m de altura, "meu menino", ele parecia não aceitar o fato de que Jacó crescera, Jacó deu um meio sorriso sem ânimo._ e quem é aquela?_ indagou apontando para além da margem da estrada._ trouxe uma mucama?_ Jacó fechou os olhos e contraiu os lábios experimentado algo próximo ao dissabor.

_Pai..._ ele tentou.

_Não sabia que saia por ai a se divertir com as negras, bem, mas que bobagem a minha, todo mundo se diverte não é? Mas não seja tolo, Jacó, não a leve para casa, já imaginou o que aconteceria a sua mãe se ela ao menos sonhasse que uma mulata como ela pisou ...

_Ela é a minha noiva, pai!_ gritou Jacó em um ímpeto, Luiz Bonifácio olhou para ele como se o filho tivesse falado em uma língua estrangeira que ele não conseguia compreender e então meneou a cabeça.

_Sua noiva?_ ele indagou com um riso descrente por entre os lábios, Jacó serrou os punhos tencionando os braços caídos ao lado do corpo, Queila baixou o pequeno arranjo de flores silvestres que ela havia ajuntado e os observou atenda de longe._ Sua noiva?_ repetiu o homem como se esperasse que o filho dissesse que tudo aquilo era uma brincadeira, mas vendo que era real, avançou para ele e disse entre dentes:_ retire o que disse Jacó! Retire agora!

_Não me faça passar vergonha pai.

_Não me faça você! É você que esta dizendo que está noivo de uma... Uma... Uma preta! Como se isso fosse a coisa mais normal do mundo!_ Jacó trincou os dentes enquanto piscava interruptamente._ Onde esta a sua noiva de verdade? Onde esta Queila? Por Deus não pode ser dela que você esteve falando esse tempo todo!

_Por que não? Por que ela é negra? O que isso muda?! O senhor a admirava quando não a conhecia, tanto que não quis a conhecer até nós estarmos de fato casados, o senhor confiava cegamente na honra dela.

_Por Deus você não se casou com essa coisa?!

_Eu não me casei, ainda, com a Queila!_ Jacó estava gritando outra vez_ O nome dela é Queila, a mesma Queila sobre a qual você contava para os seus amigos._ ele grunhiu.

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