No final de semana assim que acordei permaneci deitada na cama, checando minhas redes sociais. Foi quando percebi que todos os fãs clubes de Ray estavam postando freneticamente. Entrei no primeiro que me notificou de uma nova postagem e então entendi instantaneamente o motivo de tamanho alarde. Ray havia postado uma foto nossa juntos com a seguinte legenda: "Ela é o meu sol."
Eu quase caí para trás quando notei meu nome marcado na foto, fazendo com que mais milhares de seguidores insanos me seguissem no Instagram. Um sorriso bobo tomou conta dos meus lábios e meu bebê mexeu agitado na minha barriga, parecendo compartilhar a emoção comigo.
Mais tarde Ray me buscou em casa para fazermos compras. Desde que ele assumiu publicamente o nosso namoro e o nosso filho os paparazzis não me deram mais sossego também. Começaram a revirar a minha vida, confesso que foi até engraçado ver as pessoas curiosas por mim. Ray ainda não amava os fotógrafos de plantão, mas pelo menos parou de socar a cara deles, o que já era muito bom.
Seguimos por várias lojas infantis no shopping center, após Ray comprar o tão desejado macacão do Guns N' Roses para nosso filho, decidimos dar uma volta na praia de Brighton Beach no Brooklyn. Caminhamos de mãos dadas pela extensa faixa de areia fofa, o céu estava nublado e a temperatura um pouco desencorajadora para entrar no mar, já que estávamos no inverno.
— Precisamos escolher o nome do nosso bebê logo. — Comentei passando a mão na minha barriga. A brisa fria balançou meu vestido longo e nossos cabelos.
— Eu já dei um milhão de sugestões e você rejeitou todas. — Ele respondeu rindo e paramos sentando lado a lado, de frente para o mar agitado do início de tarde.
— Slash não é uma opção. — Comentei e Ray riu me puxando para um beijo.
— Você não entende o potencial dessas escolhas. — Zombou. — Se entendesse aceitaria que nosso bebê nasceu para ser uma estrela do rock.
— Eu aceito isso, mas não aceito os nomes que você escolheu. Pensando nisso eu pesquisei por um. — Comentei e ele me olhou interessado.
— Qual?
— Noah. — Respondi e ele franziu a testa.
— Muito simples.
— Mas tem um significado bonito: longa vida. — Expliquei e Ray permaneceu pensativo. Voltou a olhar para o mar e tentou conter os fios revoltos pelo vento que insistiam em abraçar o rosto dele.
— Nunca imaginei que fosse gostar de um nome tão comum. — Respondeu por fim.
— Então você concorda? — Perguntei e ele assentiu me abraçando de lado.
— Concordo com a condição que o nosso próximo filho eu irei escolher o nome sozinho.
— Nem tivemos esse ainda e você já está pensando no próximo? — Zombei e ele riu.
— Claro, temos que planejar a chegada do irmãozinho do Noah, o Kirk Lee Hammett. — Respondeu me fazendo rir.
— OK, então Noah será a estrela do rock enquanto o irmão Kirk será o guitarrista do Metallica. — Ironizei entendendo a referência e ele riu concordando com a cabeça.
Após conversamos mais um pouco sobre Ray voltar a dar entrevista para a rádio G105, onde ele discutiu com o locutor meses antes, decidimos ir para casa, pois o frio aumentara bastante.
— Que horas você vai embora? — Meu pai perguntou da porta do meu quarto, ao ver Ray sentado na minha cama. — Já passam das dez horas da noite, April precisa descansar.
— Ele pode dormir aqui, pai. — Interferi na troca de olhares deles.
— Não pode, não. Vocês são apenas namorados.
— Vamos ter um filho, senhor Denver. — Ray argumentou e meu pai cruzou os braços.
— Mas não são casados ainda, então também não podem dormir juntos. — Rebateu nos fazendo rir.
— OK, o senhor quem manda. Até amanhã, April! — Ray estranhamente aceitou fácil demais ir embora, me deixando confusa. — Até mais, senhor Lincoln.
— Até mais, James! — Meu pai replicou prontamente e nós descemos as escadas.
Ray me beijou e me lançou um sorriso enigmático antes de ir embora. Meu pai ficou todo contente de ser obedecido e beijou minha testa antes de ir dormir. Eu porém fiquei deitada no sofá da sala mexendo nas minhas redes sociais, observando os cometários dos milhares de fãs de Ray nas minhas fotos. Alguns cometários eram divertidos e fofos, outros porém enciumados e tóxicos.
De repente recebi uma mensagem de Ray: "Abra a porta."
Estranhei ainda mais e segui para a porta. Quando abri me deparei com James parado com um lindo sorriso no rosto ao me ver, ele me puxou para um beijo.
— O que está fazendo aqui? Achei que tivesse em casa já.
— Eu não vou à lugar algum sem vocês. — Respondeu e eu o abracei.
Puxei a mão dele e subimos silenciosamente pela escada, porém ao chegar no corredor, Ray me abraçou de repente e no susto derrubei um vaso de planta.
— O que é isso? — Meu pai saiu rapidamente do quarto dele nos flagrando juntos. O olhar dele oscilou de mim para Ray.
— Desculpa, senhor! Mas eu não posso ficar longe da minha namorada e do meu filho.
— Quer saber? Dane-se! Já fizeram uma criança mesmo. — Meu pai deu de ombros entrando para o quarto e batendo a porta.
Ray e eu seguimos rindo para o meu quarto e deitamos na cama. Eu estava incrivelmente exausta.
— Boa noite, namorado! — Brinquei e ele sorriu me puxando para deitar a cabeça no peito dele.
— Boa noite, namorada! E boa noite filho! — Respondeu baixo. Dormimos pouco depois.
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Depois Daquela Noite
Teen FictionApril Denver era a solução dos problemas de todos à sua volta, entretanto quando ela conheceu a intensidade de Ray James, também conhecido como o seu maior problema, não conseguiu sair intacta da colisão. Alimentada por uma paixão inflamável de fã...