Capítulo 27

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Eu me sentia em um sonho bom. O melhor que já tive na vida. Quando Ray terminou de cantar ele me olhou fixamente nos olhos e afastou o microfone.

— Feliz aniversário, Raio de sol! — Concluiu em voz baixa e eu sorri feito uma boba.

— Muito obrigada, Ray! — Murmurei emocionada.

Voltei ainda extasiada para o backstage e o segurança praticamente me obrigou a sentar na cadeira novamente. Eu ri de sua preocupação e continuei observando Ray cantar até o final.

Após o show terminar ele me abraçou apertado, eu até tentei não entregar minhas emoções para não demonstrar que estava mexida com a proximidade dele, mas não consegui.

— Vamos para o hotel! Eu pedi jantar especial para nós dois.

— Eu não estou com fome.

— Ei, você precisa se alimentar. Lembra do que a médica disse?

— Você está falando igual o meu pai. — Ironizei e ele sorriu.

— Então isso significa que estou fazendo as coisas certo.

— Ah pronto! Agora vai ficar puxando o saco do meu pai? Sabia que ele achou que eu não deveria aceitar seu convite?

— Por quê não?

— Por conta do seu "relacionamento" com Linz Witte. — Respondi fazendo aspas com os dedos. — Você sabe como os fãs são, eles podem interpretar mal tudo isso e no final das contas sobrar para mim.

— Entendi. Senhor Lincoln está mais do que certo. Aliás me deu até uma ideia. — Comentou enigmático e eu o olhei confusa. — Vamos para o hotel!

Seguimos de carro até um hotel resort super sofisticado à beira-mar. Fomos para o quarto reservado para Ray e encontramos uma mesa montada com um verdadeiro banquete.

— Se você não se importa farei uma ligação antes. — Pediu e eu sentei à mesa observando ele. Ray pegou o celular e pareceu procurar um número em específico e ligou. "— Alô, Isaac Owen? Isso, eu mesmo. Preciso de um favor seu. Quero que você cancele meu contrato com Linz Witte o mais rápido possível. Sim, eu sei. Eu sei, Isaac. Não se preocupe, eu estou ciente disso também. OK, entre em contato com o advogado dela. Aguardo seu retorno. Obrigado!"

Ray terminou a ligação e eu continuei o olhando incrédula.

— Mas não faltava alguns meses para o tal contrato acabar? — Perguntei e ele deu de ombros.

— Sim. Eu vou ter que pagar uma multa. — Respondeu me deixando ainda mais boquiaberta com tamanha tranquilidade.

— Quanto? Não, porque quebra de contrato deve ser no mínimo milionária a multa.

— Não vem ao caso, a única coisa que importa é que agora serei um homem livre.

— Que bom para você.

— Não, isso é bom para você. — Retrucou sugestivo. Fiquei em silêncio e ele sorriu sedutor. — Agora vamos jantar, afinal você e o nosso filho não podem ficar com fome!

Eu assenti sem jeito e acabei cedendo ao belo banquete à minha frente. Eu nem sabia que estava com tanta fome até começar a montar o meu prato. Quando dei por mim havia uma montanha de comida e Ray riu.

— Eu estou comendo por dois. — Me justifiquei aumentando a risada dele.

— Eu não falei nada! — Ele se defendeu erguendo os braços em sinal de rendição.

Ri sem jeito e voltei novamente a minha atenção ao meu saboroso e enorme prato.

Ray continuou se divertindo com o meu apetite anormal e depois que terminamos de jantar seguimos para a ampla sala da cobertura. Sentei no sofá colocando minhas pernas para cima e Ray sentou ao meu lado.

— Eu estava querendo saber uma coisa, já pensou no nome do nosso filho? — Questionou e eu suspirei recostando nas almofadas brancas.

— Não faço ideia. Essa é uma decisão muito importante. Você tem alguma sugestão?

— Na verdade sim, eu acho que poderíamos colocar algum nome bem clássico. — Comentou entusiasmado e eu franzi a testa. — Que tal Angus Young?

— Que nome é esse?

— É só o nome do guitarrista que ajudou a fundar a banda AC/DC! — Respondeu empolgado e eu acariciei a minha barriga.

— Interessante, mas eu acho melhor a gente pensar mais um pouco.

— Então que tal George Harrison? — Sugeriu animado e eu ri.

— Olha, eu também adoro Beatles, entretanto não acho uma boa colocar o nome de um dos integrantes.

— OK, Kurt Cobain você gosta, não é?

— Eu adoro o legado de Nirvana, amo rock e todos seus clássicos, mas acho que nosso bebê pode ter um nome normal. — Comentei e ele me olhou contrariado deitando ao meu lado.

Ficamos o resto da noite discutindo sobre possíveis nomes e não chegamos em nenhuma conclusão. Quando dei por mim estava exausta e sonolenta.

— Vem, vou te colocar na cama! — Ele ofereceu e me pegou no colo me levando para a cama.

Eu senti o beijo dele nos meus cabelos antes de adormecer.

No dia seguinte acordei abraçada à ele, ouvindo um som insistente de despertador. Me afastei rapidamente para que ele não percebesse que tínhamos dormido juntos.

Como Ray estava se preparando para continuar a sua turnê, e como o próximo destino era o Brasil, eu voltei para casa.

Eu não sabia se tinha como se apaixonar mais por alguém por quem a gente já era apaixonada, mas era o que tinha acontecido comigo.

Depois Daquela NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora