Capítulo 5

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— Isso é terrível! Eu não queria ter roubado essa cerveja. Que droga! — Continuei reclamando e Ray continuou rindo até que ele parou o carro e me olhou tranquilamente.

— Fica calma! Amanhã quando eu mandar o cheque para pagar o prejuízo da mesa que quebrei, eu incluo o valor dessa garrafa. Até porque eu preciso tentar evitar que isso chegue à polícia. Eu meio que estou com alguns problemas na justiça. Apesar de que não dá para evitar que toda essa merda caía nos tablóides pela manhã.

— Você acha que isso vai acontecer?

— Com certeza tinha outros paparazzis por lá. Esses malditos me seguem onde quer que eu vá. — Respondeu e eu arregalei os olhos. — O que foi?

— Eu não esperava que isso pudesse sair na mídia. Meus pais não podem saber que eu meio que me envolvi em uma briga de bar.

— Relaxa, vamos esquecer disso por agora. Me diz uma coisa, o que você pretende fazer com essa cerveja? — Questionou e eu ofereci a garrafa para ele.

— Ela é toda sua se você quiser.

— Só a cerveja? — Questionou com o tom de voz banhado em malícia e eu desviei o olhar, me sentindo incrivelmente sem jeito. — Você fica linda tímida! — Zombou e eu o ouvi destrancar a porta. — Vem comigo!

— Para onde? — Questionei saindo também do carro e só então percebi que estávamos às margens do lago Michigan. O nosso mais lindo e incrível cartão postal.

Observei Ray deixar a porta aberta e caminhar na direção do capô onde sentou deitando as costas sobre o parabrisa, observando a imensidão de águas escurecidas pela noite à nossa frente. Ele bateu a mão ao lado, me convidando para fazer o mesmo.

Subi com cuidado no carro, me perguntando internamente se o nosso peso não poderia amassar o Camaro. Entretanto Ray não parecia sequer ponderar sobre essa possibilidade.

Sentei ao seu lado e observei a lua distante brilhar majestosa acima do lago. Olhei novamente para Ray e ele virou o gargalo da garrafa na boca e voltou a me olhar com interesse.

— Estamos em desvantagem aqui. Aparentemente você sabe tudo sobre mim e tudo que eu sei sobre você é sobre sua predileção por ocultistas, além de presenciar o primeiro crime da sua vida. — Ironizou me fazendo sorrir animada por ter sua atenção.

— Minha vida não é muito interessante.

— Eu duvido muito disso. — Ele comentou deitando virado para mim. Seus olhos oscilaram com a pouca luminosidade que tínhamos, mesmo assim eu poderia reconhecê-los mesmo há milhas de distância.

— Bom, eu nasci na fazenda da minha avó em Wisconsin. Numa madrugada com tempestade torrencial. Também foi na noite em que meu pai havia nos deixado.

— Seus pais são separados?

— Não, depois que meu pai me conheceu dias após meu nascimento, ele decidiu voltar para o casamento frustrado e fadado ao fracasso com a minha mãe. — Respondi suspirando pesarosa.

— Você falando desse jeito me faz imaginar que foi bom o fato do meu pai ter abandonado minha mãe, antes mesmo dela descobrir que estava grávida. Eles nunca se casaram, nem entre si e nem com outras pessoas.

— Como seu pai é? — Perguntei curiosa e ele deu um sorriso amargo.

— Um grande babaca! Ele nunca deu a miníma para a minha existência, nunca ajudou minha mãe em nada. Mas foi só eu ficar famoso que ele decidiu que agora sou filho dele.

— Deve ter sido uma barra não ter ele presente. — Falei sem saber ao certo como prosseguir o assunto.

— Sabe, hoje em dia eu não ligo mais para isso. Claro, quando eu era criança ficava muito mal no dia dos pais, pois eu não tinha para quem dar o cartão feito na escola. E você sabe, crianças quando querem podem ser o próprio demônio na terra. Eles sempre me atormentaram por conta de ter sido criado apenas pela minha mãe, que era stripper na época. Graças a isso eu era obrigado a quebrar inúmeros narizes de moleques idiotas, e por conta disso eu fui convidado a me retirar de dezenas de colégios. — Contou ficando sério e fitou o céu escuro sob nossas cabeças. — As pessoas podem ser muito cruéis e preconceituosas. Nunca levaram em consideração que foi graças ao trabalho da minha mãe que eu e meu irmão nunca passamos fome. Porque se dependesse dos nossos pais... Se bem que o pai do meu irmão mesmo visitando ele apenas duas vezes na vida, conseguiu ser mais presente que o meu pai.

— Sinto muito por tudo isso! — Comentei comovida e Ray inesperadamente acariciou meu rosto.

— Eu entendo o seu pai por ter decidido ficar por você.

— Essa cerveja é mesmo forte, hein? — Ironizei e ele sorriu descendo a mão pela lateral do meu corpo e parando na minha cintura.

— É sério. Ele se sacrificou em um casamento ruim para cuidar de você. E olhando daqui me parece que ele fez um ótimo trabalho.

— Meu Deus! Essa cantada terrível já colou com alguém antes? — Ironizei e ele deu uma risada gostosa.

— Vou descobrir agora, pois é a primeira vez que falo para alguém. — Replicou ainda sorrindo. — Também é a primeira vez que eu conto sobre a minha infância para alguém. Eu estou me sentindo estranhamente à vontade com você.

— Eu também estou me sentindo à vontade com você. — Confessei sincera.

James puxou meu corpo com cuidado para ele, o encontro dos nossos lábios foi como o riscar de um fósforo, reacendendo os meus sentimentos conturbados. Senti em meu peito que poderia eternizar aquele momento em minha memória.

O beijo dele inicialmente foi suave, mas foi ganhando uma intensidade irresistível. Ray me abraçou e ouvi a garrafa rolar e cair em algum lugar ao nosso lado. Porém ele não parecia mais se importar com sua cerveja rara. Não parecia se importar com mais nada além de me beijar e me arrastar para o paraíso.

Olhei novamente na imensidão azulada de seus olhos quando nos afastamos brevemente. Ele se livrou da jaqueta de couro e a camisa escura. Voltei a observar as estrelas em sua pele e elas pareceram brilhar, me atraindo de uma forma sem igual. Depositei beijos em cada uma delas, fazendo uma trilha de beijos do pescoço até o abdômen dele, o ouvindo suspirar. Ele puxou meu queixo gentilmente para um beijo demorado, sua língua brincava com a minha, me arrepiando completamente.

Em segundos meu vestido rosa claro foi tirado também e eu me vi exposta para o mar dele. Não me restou alternativa a não ser mergulhar de cabeça no oceano mais lindo e encantador da minha vida.

James me puxou para seu colo, senti sua boca explorar meus seios por cima do tecido fino do sutiã. Tecido esse que ele fez questão de se livrar rapidamente. Seus lábios me enlouqueceram enquanto me chupavam lentamente. Eu estava tão quente que podia sentir isso sem precisar me tocar. Tiramos o resto de nossas roupas e eu senti seus dedos dedilhar minha intimidade me tirando de vez de órbita. Circulou meu clitóris me deixando excitada em um nível que jamais imaginei ficar.

— Droga, esqueci de pegar camisinha. — Reclamou ameaçando se afastar e eu segurei a mão dele.

— Não tem no carro?

— Não, precisamos comprar em algum lugar. — Explicou irritado e eu o abracei.

— Depois eu tomo a pílula do dia seguinte. — Falei e ele sorriu.

— Você me garante?

— Sim. — Respondi sincera e ele tocou no meu rosto. — Mas podemos ir devagar? Sabe... Você é meu primeiro...

Ray pareceu surpreso, mas não permaneceu muito tempo pensando nisso. Voltou a beijar meus lábios e deslizou a boca até a minha intimidade onde chupou com dedicação. Fechei meus olhos incapaz de lidar com tanto prazer enquanto seus dedos voltaram a me tocar ao mesmo tempo.

Eu estava em êxtase quando ele se encaixou entre as minhas pernas, apertando as minhas coxas. Senti um incômodo terrível me atingir quando ele me penetrou ao mesmo tempo em que beijava meus lábios. Gemi dolorosamente e ele mordeu minha boca, entrando em um ritmo tão incrivelmente lento que fazia meu corpo estranhamente ansiar por mais. Abracei o pescoço dele o puxando mais para mim. Meu coração estava batendo depressa, meus olhos estavam cheios de lágrimas. Ele beijou suavemente meu pescoço me arrepiando completamente, e apertou a minha cintura, me fazendo inteiramente dele.

Depois Daquela NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora