Capítulo 38

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Quando me disseram que minha primeira apresentação oficial seria para cantar a minha música no programa The Ellen DeGeneres Show, quase surtei. Eu sempre achei incrível assistir ela entrevistando os famosos, confesso que sempre que sabia que Ray estaria no programa eu não perdia de forma alguma.

Respirei fundo várias vezes para me acalmar, cantarolei baixinho minha música, com o medo bobo de esquecer ou errar a letra. Eu precisava que tudo saísse perfeito, não apenas por ser o início da minha carreira, mas também por ser a música que descrevia a minha vida.

Obviamente eu nunca tinha participado de um programa de auditório na vida, e também nunca achei que fosse participar. Então foi complicado tentar preparar meu psicológico para a situação. Conheci a apresentadora pessoalmente e já senti minhas mãos trêmulas. A direção do programa pediu para eu me posicionar atrás de uma espécie de biombo que tinha meu nome estampado.

Segui respirando fundo e assenti para a banda que me acompanhava. Então ouvi a voz da apresentadora me apresentando e então eu fui exposta ao público. Ouvir a euforia e os aplausos deles fizeram surgir um sutil frio na barriga. Sorri sem jeito e segurei com força no microfone como se ele pudesse me proteger do desconhecido. Eu não sabia o que esperar dessa noite, não sabia se o público iria gostar da minha imagem, da minha voz e da minha letra. Por um segundo o receio quase me paralisou. Entretanto quando ouvi os primeiros acordes tocar decidi arriscar. Fechei os olhos sentindo a hora exata de me abrir ao mundo, como uma flor do campo que desabrocha na primavera, cantando a minha música:

"Quando eu olho para trás
Eu vejo que os problemas eram tão pequenos
Eu me sentia fraca
Como uma flor nascida no concreto
Eu queria gritar
Não podia enxergar minha força
Até que um dia explodi

E então me tornei
Uma estrela que não desiste de brilhar
Não importa o tamanho da escuridão
Eu não nasci para me esquivar

Quando olho para trás
Me deparo com os meus erros
Eles me fizeram ser forte
Eles me trouxeram até aqui

Mesmo uma pequena fagulha
Brilhando na imensidão
Nada pode me fazer desistir
De cumprir a minha missão

Pois eu me tornei
Uma estrela que não desiste de brilhar
Não importa o tamanho da escuridão
Eu não nasci para me esquivar."

Me surpreendi ao notar os aplausos animados quando terminei minha apresentação.

A apresentadora me abraçou e me parabenizou pelo meu desempenho. Agradeci timidamente e ela me levou para sentar em seu famoso sofá para entrevistas.

- Uau, April Denver, isso foi realmente incrível! Parabéns! - Ela repetiu animada e eu agradeci. - Mas me conta, por que você escondeu por tanto tempo esse talento?

- Primeiramente obrigada por me receber! - Falei tentando não parecer tão nervosa e ela sorriu simpática. - Bom, eu sempre gostei muito de música...

- Ainda bem, pois você é casada com um cantor. - Ela brincou me fazendo rir.

- Exatamente. Eu sempre cantei no chuveiro, sempre gostei de cantar, mas sinceramente nunca pensei nisso como uma opção de carreira. Foi quando eu comecei a cantar para o Noah...

- Noah é seu filho com Ray James, esse menino lindo que está aparecendo no telão. - Ela contou para o público e olhei para trás admirada com a foto do meu amorzinho, sorrindo no berço com seu flamingo de pelúcia.

- Isso. Toda vez que eu cantava para meu filho, Ray me elogiava e me incentivava a cantar mais. Depois que eu cantei no meu casamento as coisas fluíram naturalmente e agora estou aqui.

- Então viva esse vídeo do casamento! Vamos dar uma olhadinha no vídeo que já tem mais de quinze milhões de visualizações no YouTube.

O vídeo passou no mesmo telão atrás de nós e eu me emocionei ao rever o momento em que cantei para Ray.

A entrevista seguiu bastante animada, aos poucos eu fui me soltando e no final eu já não me incomodava com as câmeras.

Depois do programa eu jantei com meu pai, Kristen, Ray e Joshua em um restaurante italiano e nós comemoramos o meu ótimo início na TV. Mas ninguém comemorou mais do que Noah roubando com as mãozinhas gordinhas o espaguete do meu prato, isso mesmo depois dele ter comido a papinha que meu pai havia feito especialmente para ele.

Depois Daquela NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora