O Corvo e o Lobo 3 - Revolução Mágica

Cão Enfurecido

Já que o capitulo anterior foi um pouco menor esse já maior.

Boa leitura espero que Gostem

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Quando me aproximei da luz percebi que não era nada que devesse temer mas sim me apressar para ajudar. Preso em uma cela estava Cérbero completamente enfurecido, os rosnados de antes pertenciam mesmo a ele, que se lançava com força contra as grades enferrujadas da cela, mas toda vez que se chocava contra elas, uma forte luz emanava das grades enferrujadas, lançando raios que chicoteavam Cérbero para o fundo de sua cela; se parecia muito com o que acontecia nas celas de Arcanjos, quando um dos prisioneiros se jugava contra a parede de plasma tentando inutilmente se livrar daquele lugar em um acesso de desespero.

―Cérbero Pare! ―Gritei para que ele parasse com aquela loucura, mas duvidava que tivesse ouvido a minha voz, ou até mesmo que a reconhecesse, pois ele continuava se lançando contra a grade várias e várias vezes, sendo chicoteado para a parede de rocha ao fundo.

A cada batida o feitiço lançado na cela se tornava mais intenso, precisava me afastar um pouco para não ser atingido pelos raios que eram expelidos das grades. Por outro lado Cérbero parecia estar ficando cansado e seu corpo já começava a mostrar as consequências de sua brutalidade, um ferimento se formou em sua cabeça, marchando seu pelo branco com o vermelho do sangue, em algumas regiões de suas patas não haviam mais pelos, provavelmente resultado de suas investidas anteriores.

Não podia deixar que aquilo continuasse, Cérbero não tinha culpa de estar sobre o controle de Morgana, sequer tinha noção do que estava fazendo, assim como Arina e Greta quando me atacaram. Me aproximei com cautela da grade enfeitiçada da cela aproveitando que Cérbero ainda se levantava de sua última investida.

―"DIMISIT ENCATATUM"

Conjurei um anulador de feitiço, segurando as grades enferrujadas da cela com todas as forças, tentando evitar os pequenos choques que percorriam pelos meus braços quando a grade voltou a brilhar com uma luz intensa. Entretanto na mesma hora que conjurei o feitiço anulador, a luz intensa das grades desapareceu, assim como a sensação de estar sendo eletrocutado.

Sem o feitiço foi fácil romper a fechadura enferrujada da cela. Cérbero continuava rosnando encurralado em um canto escuro, como se estivesse com medo que eu o atacasse, porém seus rosnados eram intercalados com leves grunhidos de dor, ele estava mais ferido do que eu imaginava.

―Está tudo bem Cérbero! Estou aqui agora e não vou deixar nada de ruim acontecer com você. ―Dizia enquanto tentava me aproximar dele com cuidado, entretanto isso o deixou ainda mais irritado, como se estivesse invadindo o seu território.

Os olhos sempre negros e brilhosos de Cérbero, antes tão bobos esperando por aquele que coçasse atrás de suas orelhas, estava vermelho e enraivecido, eram os mesmos de quando estava transformado no terrível Cão de Três Cabeças, com os caninos a mostra prestes a atacar quem é que fosse.

Eu mesmo já o havia incitado a atacar quatro garotos em uma praça que o agrediam quando ainda estava em sua forma selada, quando rompi o selo, Cérbero devorou todos os quatro, sujando toda a praça com sangue e restos de carne, ainda bem que Karasu havia conjurado um feitiço para impedir que as outras pessoas vissem aquela carnificina. Cérbero possuía agora o mesmo olhar, trincando os dentes enquanto rosnava, me perguntava se ele faria o mesmo comigo se eu continuasse avançando em sua direção, ou se ainda possuía algum resquício do verdadeiro Cérbero gordo e desengonçado preso ali dentro.

Sem que eu estivesse esperando Cérbero deu um grande rosnado, saltando para cima de mim logo em seguida. Não tive muito tempo para me defender, apenas coloquei meu braço direito na frente do meu rosto. Com a força de seu corpo, Cérbero me derrubou no chão, cravando seus dentes afiados em meu braço; se eu não fosse por isso ele teria atacado o meu rosto.