O Choro Dos Inocentes

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Boa leitura

Narrador Neron

A contra gosto Karasu abriu o portal. Antes de entrar conjurei um feitiço ao meu redor, mudando minhas roupas, não podia aparecer no meio de uma manifestação vestindo apenas uma blusa e um shortinho curto. O tradicional moletom preto com capuz se encaixava melhor a situação, ainda mais que não queria que me reconhecessem tão facilmente assim, já que todos os canais de TV focavam na manifestação, o que também traria um grande impacto contra os filhos da magia.

Achei melhor não dizer a Serafim o que eu pretendia e nem o que estava prestes a fazer. Ela estava na floricultura ajeitando tudo com ajuda de Arina, Cérbero também estava com elas, já que adorava o cheiro de terra molhada. Em outras palavras não tinha nada para nos impedir, mas é claro que logo ela saberia do que eu tinha feito e ficaria extremamente furiosa, porém isso já era problema para outra hora.

—Vamos! —Disse para Karasu que também estava vestido com sua tradicional jaqueta de couro preta e calças apertadas, deixando seu peito e abdômen a mostra. Na situação dele isso não traria muito problemas, se fosse atingido por balas de borracha elas simplesmente atravessariam seu corpo como se fosse uma sombra, além de também não ser afetado pelo gás lacrimogênio.

Respirei fundo ao entrar no portal de energia escarlate aberto por Karasu. Na mesma hora o silencio da sala de casa foi substituído por gritos e explosões, além de um cheiro forte de gás e cinzas, vindo das árvores e carros queimados pelo feiticeiro usando um chapéu pontudo.

Estava bem no meio de toda a confusão, várias pessoas corriam por nós ignorando por completo a nossa presença na esperança de saírem logo do meio daquela bagunça. A alguns metros de distância estava o carro onde o vampiro tatuado havia feito seu discurso de discórdia e ali perto a repórter do programa de TV que havia gravado toda a cena, se escondia num beco entre duas lojas com medo de saírem do lugar e serem atingidos por alguém.

—O que tem em mente agora mestre? —Perguntou Karasu parado ao meu lado.

—Vamos ajudar o máximo de pessoas que conseguirmos e dar um jeito de acabar com essa confusão. Vamos começar com eles, precisamos tirar os inocentes daqui, antes que acabem sendo vítimas.

Me referia a repórter e o cinegrafista, eram quem estavam mais perto de nós, pelo menos que julgássemos serem inocentes, já que logo atrás de nós, três homens usando capacetes de motocicletas quebravam os vidros de uma agencia bancária. O pior era que não eram filhos da magia, mas sim humanos que estavam se aproveitando do tumulto para se divertirem, talvez até mesmo já tivessem vindo com isso em mente.

Assim que nos aproximamos da repórter ela deu um gritinho de medo, se escondendo atrás do cinegrafista, um homem acima do peso usando óculos retangulares. Sem dúvidas ela não buscava que ele a salvasse de mim mas sim que fosse o primeiro a ser atacado, na esperança que tivesse tempo o suficiente para fugir. Humanos sempre buscando apenas a sua própria autopreservação.

—Não se preocupem vamos tirar vocês daqui. VORTIX.

Antes que eles pudessem dizer qualquer coisa, conjurei um portal engolindo os dois e levando-os para algumas ruas para trás da avenida, não sabia ao certo aonde sairiam mas de qualquer forma seria melhor do que continuassem ali correndo risco.

Agora precisávamos dar um jeito em quem havia começado essa confusão fazendo o mesmo troque dos portais para tirar os inocentes que estivessem no caminho. Meu fogo principal era o feiticeiro que incendiava tudo o que via, já que era o que mais causava estragos. O lado bom era que não seria tão difícil de encontra-lo precisaria apenas seguir os rastros de destruição causados por ele.

O Corvo e o Lobo 3 - Revolução MágicaOnde histórias criam vida. Descubra agora