Um dia relativamente normal na praia

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Enrolados nos cobertores, era fácil ficar com preguiça de sair da cama. Especialmente quanto a noite era levemente fria e a cama era extremamente confortável. Mesmo assim, eventualmente Anúbis logo acordou e, com um calmo e pacífico sorriso, ele tirou alguns minutos para simplesmente fitar Sadie dormindo. Queria tocar-lhe levemente as bochechas e dar um beijo em sua cabeça, mas temia acordá-la. Assim, como Sadie estava um tanto agarrada nele, ele achou perfeitamente justo usar um pouquinho de magia para, lentamente, sair de lá em meio a névoa negra para que pudesse não acorda-la.

Deixando-a dormir calmamente, ele se espreguiçou e foi direto para o banheiro. Em alguns minutos ele resolveu tudo o que tinha à resolver no banheiro e então, com um bocejo, saiu de lá e notou que Sadie ainda dormia. Mas, além disso, notou Bastet encarando-o da varanda do quarto de hotel.

Pelo olhar de Bastet, era claro que havia algo que ela precisava falar. De braços cruzados, Bastet ficou apenas encarando Anúbis enquanto ele ia até a varanda e silenciosamente abria e fechava a porta de vidro que separava o quarto da varanda.

- Estava já achando que vocês não iam acordar nunca. - disse Bastet.

- Demoramos pra dormir... - justificou Anúbis.

- Passei a noite inteira pensando... - disse Bastet soltando um suspiro enquanto olhava Sadie dormindo pela porta de vidro - Tentando achar alguma coisa para deixar a situação menos complicada ao menos.

- Me diz, por favor, que você conseguiu pensar em algo.

- Acho que sim. - disse Bastet - Ainda não tenho total certeza. Mas vou averiguar e... por isso eu teria que sair. Não teria como eu ficar de olho nas coisas.

- Tirando os deuses que atacaram ontem, você chegou a lutar contra mais alguém? - perguntou Anúbis.

- Sim. - admitiu Bastet com raiva fechando o punho com força ao lembrar da luta do dia anterior - Mas ninguém como os de ontem. A maioria eram monstros e demônios aleatórios. Não deuses.

A conversa deles foi interrompida quando Sadie se aproximou da varanda e abriu a porta de vidro. Descabelada, enrolada no lençol, Sadie soltou um grande bocejo e, claramente ainda sonolenta, abraçou Anúbis e deitou a cabeça no ombro dele.

- Bom dia... - bocejou Sadie - Do que estão conversando?

- Bastet diz ter pensado em alguma solução que pode ajudar. - disse Anúbis abraçando Sadie de volta e dando-lhe um pequeno beijo no topo da cabeça.

- Que solução? - perguntou Sadie repentinamente desperta.

- Eu não tenho muita certeza de como ela seria para falar a verdade. - disse Bastet suspirando decepcionada - É só uma suposição no momento. Preciso ir atrás do Ptah.

- Ptah? - perguntou Sadie sem entender.

- É. - disse Bastet - Vou atrás dele e devo voltar em algumas horas.

- Vamos estar na praia com os outros uma boa parte do dia. - disse Sadie.

- Anotado. - disse Bastet.

Com um grande pulo, Bastet foi embora saindo correndo pelo teto do hotel. No segundo seguinte, Sadie se aconchegou mais no abraço enquanto deixava sua mente vagar pelas possibilidades.

- Tem alguma ideia de no que Ptah pode ajudar? - perguntou Sadie.

- Não sei nem se ele iria ajudar para começo de conversa. - disse Anúbis com um suspiro pesado - Mas... mudando de assunto, dormiu bem?

- Suficientemente. - disse Sadie suspirando - É difícil não ficar preocupada. Vou me esforçar para não me preocupar tanto com as coisas hoje. Mas só a ideia de entrar naquele mar azulzinho já consegue me deixar um pouco mais tranquila. Bem... isso e outra coisa.

O amor abençoado pelo NiloOnde histórias criam vida. Descubra agora