Vivo ou morto

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Claro que, com sua sorte, Sadie deveria ter imaginado que era só uma questão de tempo para que problemas surgissem. A garota já estava se chamando de tola por acreditar que poderia ter uma vida tranquila e normal com sua nova família. Foi como se tivessem jogado um balde de água fria sobre Sadie. Ainda nem sabia se estava grávida de um menino ou uma menina, e já tinha gente atrás de seu querido bebê. Ela segurou sua varinha com mais firmeza, não deixaria ninguém fazer nada com seu filho ou filha. Se dependesse dela, iria virar uma mamãe ursa e exemplar e não deixaria ninguém nem mesmo encostar um dedo em seu precioso bebê.

Ginneyya olhou para Sadie com um sorriso no rosto e deu um lento passo em direção à garota, pronta para começar a luta. A elegante criatura mitológica não tinha medo dos feitiços que a maga soltaria. Afinal, julgava que ela iria se cansar mais rápido que o normal, tal como qualquer mulher grávida. Sadie não tinha coragem de desviar o olhar de sua adversária, mas, com um canto do olho, pode ver Anúbis sumindo de onde estava se dissolvendo em névoa negra. Ginneyya parou de andar ao notar isso também. Sadie podia sentir seu coração bater rápido provavelmente tão tensa quanto Ginneyya também estava se perguntando o que Anúbis estava planejando. Felizmente, Sadie nem teve tempo o suficiente para perguntar-se onde estaria seu noivo, pois ele aparecia atrás de Ginneyya completamente envolto na mesma névoa. O olhar de surpresa que cruzou o olhar de Ginneyya indicou quando ela percebeu que estava prestes a receber um golpe nas costas.

— M-Mas o q... pare, Inpu! - gaguejou Ginneyya.

Claro, o plano de Ginneyya até então era bem simples, fazer Anúbis entrar em transe novamente ao simplesmente proferir seu nome. Contudo, para surpresa da mulher, ao proferir o nome dele novamente, isso, por algum motivo, não evitou com que ela ficasse envolva de névoa negra e então presa por faixas de linho. A mulher gritou na mais pura dor, pois a névoa negra era mais do que apenas para chamar atenção. Cada lugar que do corpo de Ginneyya que entrava em contato com a névoa começava à lentamente se putrefazer, tal como um cadáver.

— O que disse? - falou Anúbis falando até um tanto alto apontando para uma das orelhas, nesta, estava um fone de ouvido - Não consigo te escutar! Rock é meio alto!

Apesar da frase um tanto descontraída, não havia qualquer emoção tranquila no rosto de Anúbis. Seu olhar era da mais fria seriedade enquanto prendia Ginneyya e conforme pedaços de sua tenebrosa névoa se separaram de si formando chacais negros. Diante da movimentação, o Serpopard restante ousou atacar Sadie. Apesar de um dos chacais correr na direção da garota para salvá-lá, não foi necessário. Isso porquê Sadie balançou sua varinha e proferiu um feitiço que empurrou o monstro para longe. O monstro bateu contra a barreira mágica e reclamou de dor aparentemente levando um choque.

Meio desengonçado, o monstro tentou atacar de novo, mas Sadie estava pronta para se defender. Proferindo mais um feitiço, foi fácil fazer o Serpopard pegar fogo. E, para terminar o serviço, um dos chacais negros chegou pulou em cima do monstro começando uma batalha feroz. O chacal não era afetado pelas chamas, mas o Serpopard era, o que o deixava em tremenda desvantagem. Tal desvantagem aumentou quando outro chacal se juntou e transformou-a numa competição para decidir quem iria degolar o Serpopard primeiro. Outros dois chacais ficaram ao redor de Sadie, protegendo-a de qualquer perigo adicional que pudesse surgir.

— Obrigada... - disse ela para um dos chacais que afirmou com a cabeça de forma respeitosa.

Ela desviou então o olhar do animal de névoa e olhou para onde Anúbis já forçava contra o chão Ginneyya que, embora claramente viva, não parecia que iria durar muito. A mulher já mal se debatia, na verdade, ela já mal respirava. Toda enrolada em faixas de linho, ela não tinha muito como se mexer mesmo se a névoa ainda não estivesse decompondo seu corpo que tentava desesperadamente se curar. Faixas de linho estavam enroladas ao redor principalmente de sua boca impedindo-a de falar e seu corpo estava marcado por manchas pretas de putrefação enquanto no cotovelo direito já era possível ver o osso.

O amor abençoado pelo NiloOnde histórias criam vida. Descubra agora