Capítulo 30

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Sentei na cadeira e fiquei pensando um pouco no que eu estava prestes a fazer. Peguei o telefone, mas não tive coragem de discar os números para fazer uma simples ligação.

– Meu amor? – A voz do Daniel, surgiu em meio ao silêncio.

– Oi. – Respondi.

– Estou te atrapalhando? – Olhei para o telefone em minha mão, mas neguei sua pergunta, balançando a cabeça. Dani caminhou em minha direção. – Já fez a ligação?

– Ainda não.

– Por que não me diz o que está acontecendo? Sei que você não está assim, só pela Lupi.

– Dani, por favor, me deixe sozinha, só um pouco! Por favor! Eu estou com um problema, e preciso resolver, mas quero e preciso ficar só!

– Meu amor, me deixe te ajudar então! – Eu neguei.

– Daniel, por favor! Me deixe sozinha, eu prometo que falarei para você depois, mas agora não! – Ele assentiu. Depositou um beijo em minha testa e saiu do escritório, me deixando sozinha, como havia pedido. Dessa vez disquei os números que haviam em minha mente. Alguns toques ela atendeu.

– Alô, Ana?! – A sua voz pareceu alegre.

– Oi May. Como estão as coisas, por ai? – Pude ouvir um sorriso antes dela me responder qualquer coisa.

– Estão maravilhosas! Ainda bem que você me ligou, estava pensando em te ligar, para dar uma ótima notícia! – May dizia alegre.

– Qual? … Não me diga que …

– Sim, eu estou esperando um menininho, Ana! Um menininho! Estou muito feliz com essa notícia, mais ainda o William!

– Quando vocês ficaram sabendo?

– Hoje tivemos uma consulta. Ana, você não imagina como estou feliz! Um menino, era tudo que ele mais queria …  Mas não estou feliz apenas com isso, é sim com a minha nova vida que estou levando nessa cidade. Tudo mudou, Ana. Tudo! Meu casamento parece até outro! … – Toda a coragem que criei para dizer o que eu pretendia, se foi ao perceber o quanto Maite se demostrava alegre, feliz. Já não sabia o que fazer. … – Eu já falei o bastante, mas você não diz nada. Por que não me fala com estão as coisas por ai? – Eu falei um pouco sobre a empresa, sobre o que aconteceu com Lupi. Falei de tudo um pouco, mas o que eu realmente queria dizer, não tive coragem.

– May, posso falar com o William? E rapidinho … – Eu disse um pouco sem graça, mas foi a única coisa que pensei.

– Até deixaria, mas ele está trabalhando. Teve que atender uma emergência no batalhão … E algo importante?

– É sim … Não, nem tanto!

– Tem certeza que não é importante? – May perguntou duvidosa.

– Tenho, May. Mas pede para ele me ligar depois …

– Tá bom, peço sim! Mas …

–  Ah, meus parabéns May, pelo menininho que você está esperando! Que essa sua nova vida continue mais feliz! – Isso era o que eu mais esperava, que minhas suspeitas não fossem verdadeiras, apenas suspeitas, mas nada.

– Obrigada Ana! Espero que continue também … – May disse alegremente.

– Bom, já tenho que ir! Lupi está precisando de mim … – E assim nós despedimos, uma desejando a felicidade da outra.

Se antes desse telefonema estava confusa, estou ainda mais. Sem saber o direito o que fazer. Parece se eu dizer algo, estou estragando a sua felicidade, mas se eu não disser, estou traindo a nossa amizade.

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