Capítulo 15

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Duas semanas depois, andando entre os prédios e estabelecimentos das movimentadas ruas da cidade, tentando esquecer de alguma forma o que tinha acontecido. Ainda estava tentando de alguma forma lidar com os questionamentos, tentando sair ilesa das insinuações de Kate ou Patrick ou até mesmo de minha irmã.

Há duas semanas atrás eu tinha contado tudo a Emma, cada detalhe de tudo que eu tinha feito, mas ainda por algum motivo que eu não sabia explicar, não tinha conseguido mencionar a parte de meus poderes à ela, era arriscado demais, depois de ter contado praticamente tudo, aceitei seu silêncio como uma forma de processar tudo, mas agora, aquele silêncio têm se tornado uma tortura.A única pessoa que eu ansiei que acreditasse em mim,não acreditava, e eu não sabia o que fazer. Por minha grande sorte, a minha pequena modificação na mente de Kate e Patrick tinha durado,e nenhum dos dois me importunaram sobre as janelas estilhaçadas,ou ate mesmo sobre onde eu tinha ido e o que eu tinha descoberto.

Naquele momento parei na frente de um quadro de um museu de artefatos de séculos anteriores tanto reais quanto possíveis "invenções". Algo dentro de mim me fez entrar lá, e andando entre os corredores cheios de quadros e lindas obras, estatuas antigas e livros antigos, entrei em um salão com outro tipo de exposição de quadros. E em um piscar de olhos, eu tinha devaneios, como se em um segundo estivesse em outro lugar, em uma outra propriedade que me era familiar, e conforme eu andava, permiti que meus pés me levassem aonde quer que a magia que ainda restava dentro mim me conduzissem.

Eu estava diante de um quadro com uma mulher idêntica a mim, e ela usava uma linda coroa de diamantes, com um vestido cinza e azul brilhante com as duas mãos inclinadas delicadamente em seu colo. Mas não era apenas a semelhança que me deixava atônita, e sim seu olhar, seu olhar era firme e frio, e por um breve momento eu senti um soco no estomago sem me dar conta de que eu estava atravessando a magia novamente, no segundo seguinte eu estava em outro lugar, em um corpo diferente, mas que ao mesmo tempo era meu, diante de um imenso campo de batalha na qual deu para observar milhares e milhares de soldados em uma quantidade na qual não se conseguia ver seu fim.

" Majestade? - eu ouvi alguém chamar atrás de mim de uma distancia um pouco longe. Ao fechar os olhos e respirar profundamente a brisa fresca do vento que batia em meu rosto, me virei para os outros soldados que estavam diante de mim na montanha.

Assenti para o soldado de cabelos escuros

- Esperamos as suas ordens - disse ele com um olhar firme, e a rainha se admirou de sua coragem e exuberância, se virando novamente para o exercito infinito que estava diante deles a alguns quilômetros. Roosevelts. Eles iriam se arrepender de terem desafiado novamente os Crossfire.De terem a desafiado. Ela não sentia nenhum um pingo de medo, pois ela venceria aquela batalha, mais uma para sua lista.

- Vamos ao encontro de nossos homens - disse passando pelos soldados que estavam lá a sua espera. Montando em seu cavalo branco e após conferir sua espada, cavalgou de volta para os seus flancos já posicionados

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- Estão prontos majestade - disse o conselheiro e chefe de toda a tropa de seus soldados -

- Então não vamos perder tempo - disse ao observar a imensidão de guerreiros atrás de si, e ao olhar para a frente, percebeu que o outro exército tinha começado a correr na direção deles.

Desembainhando sua espada, inclinou-a para frente e gritou com toda a sua alma para seu exército

- Soldados! Avante.

E então, os cavalos do flanco da linha de frente começaram a relinchar furiosamente e a empinarem com seus montadores que gritavam furiosamente.

-Pela rainha! -Urraram enquanto corriam para o campo de batalha com toda a força, outras pessoas poderiam dizer que aquilo era impossível. Mas eles eram poderosos, e jamais perderiam.Eles nunca perdiam uma batalha.
Então Elizabetth gritou para o restante dos soldados do flanco direito e disparou para a guerra, unindo todo o poder dentro de si, ao se chocar com tudo contra os soldados inimigos."

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Saindo as pressas daquele museu, ainda atordoada com o que sentiu, com o que tinha visto, era ela, e ao mesmo tempo não era. Ela sentiu o impacto, sentiu cada adrenalina em seu sangue quando teve aquela visão de si mesma liderando uma batalha.

Precisava sair dali o mais rápido possível, tinha que voltar pra casa.

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Algumas horas depois na biblioteca, Eliza organizava a fileira de livros, perdida em seus pensamentos, quando Estela foi falar com ela

- Você tem certeza de que está bem?

- Aiii que susto! - arquejou ao quase tropeçar nos próprios pés, e ao olhar para sua colega de trabalho, que deu um risinho

-Você deveria tirar um dia de folga sabia- prosseguiu Estela com a testa franzida - você anda bem estranha desde terça- feira

- Não, não é nada - disse para a amiga, com medo de que notasse algo de estranho - não se preocupe comigo, é apenas uma preocupação boba

- Ah sim, claro, perdoe a minha indiscrição, mas se precisar conversar estou aqui

- Obrigada!

- Est, você já comentou com Eliza sobre o que nós encontramos? - perguntou Louis entrando pelas portas dos fundos todo radiante, trazendo uma pilha de livros e documentos antigos em suas mãos, mas com um olhar de repreensão de Estela, ele se retraiu - Oh, me desculpe, talvez outra hora, não?

- Eliza não está muito bem, acho melhor não atormentá-la com mais coisas - disse a secretária com um olhar para Louis

- Não! - interrompo os dois me colocando na sua frente - por favor, podem me contar. - a esperança de ser o que eu esperava estava corroendo meus ossos e minha mente, tinha a necessidade de saber mais, por mais que aquilo me assustasse, mas uma parte de mim gostava e pedia mais, então eu cedi.

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The Crown - Livro 1 (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora