Capítulo 31

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Descendo as escadas, minha bile queimava na garganta, eu estava a um ponto de me virar e voltar imediatamente para meu quarto e me trancar lá pelo resto da noite, mas balancei a cabeça, os sentinelas atrás de mim se enrijeceram, os ignorei e segui em frente, com o objetivo de também atender a meus propósitos neste jantar.

Paramos diante de uma porta em um grande corredor, que imediatamente se abriu para mim, e adiante havia uma mesa de jantar nem tão grande, com oito lugares, provavelmente deveria de ser mais uma das outras enormes salas para eventos mais formais, aquela devia ser uma mais modesta e para os mais próximos, pensei. Imediatamente passei os olhos pelo cômodo e me deparei com Edward perto das janelas, olhando a noite estrelada que jazia lá fora, perdido em devaneios, ele nem sequer se virara para olhar, cretino.

Assenti para os soldados na porta e meus pés acabaram me levando ao seu lado diante das enormes janelas que iam do chão ao teto, e aquela noite estava limpa e linda, com estrelas brilhando no céu, permaneci em silêncio ao seu lado, apenas contemplando a beleza do lado de fora, mas senti seu olhar recair sobre mim, mas ele não dissera nada.

-Quais são suas tramóias para hoje? -me peguei dizendo asperamente antes que pudesse conter minha própria língua, olhei de esguelha para Edward e ele sorrira de modo triste e sombrio, ainda olhando para a janela

-É só isso que pensa de mim? -perguntou, se virando, erguendo as sobrancelhas ao me olhar de cima a baixo, e pude notar seu olhar intenso em mim por um segundo, mas que sumira em um piscar de olhos, engoli em seco ao encará-lo.

-O que mais eu deveria pensar? Depois de tudo? -indaguei, com o olhar inexpressivo, pensando em como eu fora uma tola mais cedo por ter acreditado em uma trégua entre nós, em ter acreditado que ele estava de fato, arrependido.

-Tem razão -dissera apenas, e eu estranhei aquilo, parte de mim exigia que ele retrucasse como tinha feito em nossas conversas anteriores,que tivesse me provocado ou me irritado, mas não, naquele momento havia apenas vazio em Edward, eu pude notar aquilo, mas quando ousei abrir a boca para perguntar o que acontecera, as portas da sala em que estávamos se escancararam e instantaneamente nos viramos.

Uma moça, jovem de cabelos também castanho claros como os de Adrian, sua pele era bronzeada e aparentava ser uma mulher amável e dócil da realeza, usava um vestido creme de chiffon que deixavam uma parte generosa de seu colo exposto, com fendas que também exibiam suas pernas torneadas, pelo que aparentava, tinha menos de 30 anos, ela entrou radiante pela sala, Edward estremeceu do meu lado, e olhei na direção da mulher, que vinha em nossa direção, o barulho de seus saltos ecoando pelo ambiente, ela era atraente, talvez fosse por isso que o príncipe ao meu lado estivesse empertigado e tenso, quando a jovem chegou perto, devorou Edward com os olhos, de uma forma que me deixou um tanto constrangida, mas depois de um tempo, o que pareceu uma eternidade, ela olhou para mim de cima a baixo com uma certa arrogância e desprezo, marcando território então, retribui seu olhar na mesma intensidade, permitindo que um fio audacioso de meu poder ondulasse entre nós, quando ela arregalou os olhos, ergui as sobrancelhas em uma indagação silenciosa, e imediatamente recolhi aquele fio, que permanecesse apenas como um aviso, consegui sentir a diversão nos poros de Edward, que forçava-se a reprimir o riso, deixando que seu rosto permanecesse impassível e arrogante como sempre.

-Cecília, esta é Elizabetth... -começou a dizer, mas parou por um segundo, se perguntando se deveria dizer meu sobrenome, mandei uma mensagem por sua mente, dizendo-o que não era o momento, não ainda. - Eliza, esta é Cecília, prima de Adrian, e sua emissária dos arredores de Breackfost, e que pertence á seu circulo íntimo aqui no palácio. -completara, atendendo ao meu pedido, lhe mandei um breve agradecimento, na qual fora aceito de bom grado, antes dele mandar uma corrente de magia invisível contra mim internamente, protegendo sua mente, o que me fez recuar. Forcei-me a permanecer firme onde estava, por pouco não cambaleara para trás, diante da onda forte de seu poder que veio até mim, me fazendo arregalar os olhos.

The Crown - Livro 1 (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora