The Crown - Livro 1 (Em revisão)

Capítulo 58

Verifiquei o corredor deserto e vazio, ao ver que todos haviam subido para enfrentar Brian, comecei a correr em direção as escadas em que os soldados estavam em alguns minutos, quando cheguei ao final dessa escada me surpreendi ao ver que havia outra porta de ferro resistente que impedia minha passagem por estar trancada. Comecei a reunir meu poder para quebrantá-la a força, mas fui surpreendida quando um lampejo verde chegou aos meus olhos e arrombou a porta, e quando olhei, Edward e Jason estavam parados diante dela, O chefe dos espiões estava com as mãos levantadas se protegendo, enquanto o príncipe estava com um sorriso travesso nos lábios.

-Parece que alguém foi mais rápida. -disse com um brilho nos olhos. Aquele brilho que eu conhecia e gostava tanto, aquele brilho que me fazia derreter por inteira sempre que o via. Edward vestia couro de batalha e havia armas por toda a parte de seu corpo, ele carregava aljava com flechas e seu arco jazia em suas costas, assim como espadas grandes e outras facas embainhadas da mesma maneira que Jason. Suspirei de alivio antes de correr e pular nos braços do príncipe, que me abraçou com força e inspirou em meio aos meus cabelos.

-Hum, talvez vocês possam deixar isso para outra hora se sobrevivermos hoje -disse Jason atrás de nós tossindo propositalmente. Edward me soltou com relutância, e dessa vez sua expressão se tornou séria e percebi seu seu maxilar trincado.

-Brian invadiu Breackfost em alguns minutos, ele procura por você e confrontará Adrian por isso. -ele olhou para trás de si juntamente com Jason quando ouvimos um estrondo vindo do alto e nos abaixamos de imediato, depois encaramo-nos uns aos outros preocupados. -temos que ir! Não temos muito tempo até que você pegue um cavalo e parta. -começamos a andar rapidamente pelos corredores, Edward me puxava para que fôssemos mais rápidos.

-Espere! -bradei já perto do corredor que dava acesso ao palácio e nós paramos. -nós vamos fugir? -perguntei aflita, Edward se virou para mim

-Nós não! Você vai!

-Mas. Mas como? E Emma? E vocês? -as perguntas continuavam e entalar em minha garganta com desespero.

-Nós ficaremos bem -disse Jason recuando alguns passos para perto de mim, me olhando com afeto. -o que importa agora é garantir que você saia das vistas de Adrian e Brian. -ele e Edward trocaram olhares em uma conversa silenciosa e depois ele voltou a me encarar com um meio sorriso -as coisas se encaixarão com o tempo.

-Vocês acreditam em mim? Sabem que não fui eu que...

-Shh! -sussurrou o príncipe colocando o dedo em meus lábios com carinho e sorrindo. -é claro que acredito em você, sempre acreditei -concluiu com determinação em seus olhos, depois ergueu a minha mão e depositou algo pesado e frio sobre ela, e quando olhei, uma adaga de tamanho considerável repousava nela, era linda, prateada e firme sob meus dedos. -vai saber como usá-la se for preciso! -completou dando um beijo em minha testa antes de me puxar novamente para apressarmos o nosso passo. Enquanto andávamos e viramos o último corredor eu comecei a ouvir os gritos, aqueles sons assustadores, apertei a mão do príncipe com força. Ele olhou por sob os ombros e piscou para me confortar -estamos com você Eliza! Apenas respire e enfrente com o conhecimento o que tiver que enfrentar. Você não está sozinha.

Eu me lembrei vagamente dessas quatro palavras que ressoaram em minha alma um dia em que eu estava mergulhada em angústia, e de olhos azuis vibrantes que me encaravam por inteira, estremeci diante da lembrança. Quando chegamos ao último patamar e passamos pela porta de divisa da parte subterrânea com o palácio, tudo se passou em câmera lenta pelos meus olhos enquanto eu corria com Edward e Jason, tudo estava um verdadeiro caos ao meu redor, criados corriam desesperados e gritando tentando se salvar de outros inúmeros soldados de vermelho que se espalhavam como uma infinidade por todos os lados e ia atrás daqueles inocentes que corriam e os aniquilavam sem a mínima misericórdia fazendo o sangue jorrar de suas gargantas, paralisei no mesmo instante quando vi um deles cair morto no chão. O chefe dos espiões estava com uma espada banhada em sangue por ter matado quatro soldados inimigos que estavam ali para se livrar deles no caminho, sua postura era diferente do que qualquer coisa que eu já tinha visto em toda a minha vida, eu não havia reparado em como ele lutara aquele dia na frota porque estava longe, mas hoje eu sabia que aquilo seria mais do que apenas uma frota de navios.