Capítulo 6

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Não percebi o quanto estava chorando, quando finalmente voltei a mim, no tempo real.

Por um momento eu não queria estar ali. Queria jamais ter saído daquele lugar que um dia chamara de lar, em que foi tão feliz e tinha pessoas que a amavam, e que ela também amava. Seu grito de dor saiu como uma explosão naquela rua escura, desejando de todo seu coração sair dali. Nem que se fosse por alguns minutos.

Quando senti algo vibrar em minhas mãos, aquilo me faz estremecer, não, não era eu, mas sim o chão, o ar ao meu redor, que estava. Me viro para olhar envolta, e arregalei os olhos para o que surgiu diante de mim, um imenso portal, que foi conjurado por mim, pelo poder que foi emanado de mim, luz brilhavam em minhas mãos. Fraca, mas brilhava.

Eu não tive tempo de pensar quando aquela onda de magia tomou todo meu ser antes de que sequer pudesse tentar correr, abafando meu grito de aflição ao se fechar totalmente sobre mim, eu sinto um grande solavanco quando eu atravesso por ondas coloridas que eu só podia suspeitar que fosse algum tipo de poder, minha bile subiu pela garganta.Mas então aquela velocidade para e se afasta de mim, me deixando ali com as mãos na garganta prestes a vomitar, até que a sensação ruim passa quando eu me dou conta do que acabou de acontecer.

Eu não estava mais naquela pequena cidade da Inglaterra.

Aquela fonte de magia tinha me transportado de lugar. E eu não fazia ideia de onde era. Eu estava em algum tipo de bifurcação em uma grande extensão de grama sob uma pequena colina, afastei o choque e sai dali subindo um pouco mais até o topo, e o que vejo tira completamente meu fôlego.

Ainda era noite, mas segundo minhas suspeitas aqui estava perto do alvorecer,na minha frente tinha mais uma boa extensão de grama e lindas flores, um caminho que levava até uma grande cidade brilhante que ficava atrás de uma grande muralha, e bem longe, muito longe daquela grande cidade, no fundo, havia um grande palácio ali, era incrível. Mas ali não era o lugar que eu tinha visto em meus sonhos e lembranças que eu praticamente tinha acabado de ver e lembrar, era um lugar diferente, e eu sabia que aquilo não fazia parte do mundo que eu conhecia. Não mesmo. Mas mesmo assim eu comecei a correr, em direção àquela cidade sedutora que estava a minha frente, ansiando por ela, desejando-a. Era uma sensação estranha, era como se estivesse me puxando, e eu não conseguisse parar, mas eu não sabia se aquilo era bom.

Eu cai, quando eu bati em algo sólido e bem duro, aquilo trouxe dores por todo o meu corpo, abafo um grunhido de dor, era como se fosse uma parede invisível que tinha se chocado contra mim, me impedindo de continuar, levanto meio zonza e observo.

Eu não estava imaginando coisas, ao estender minhas mãos para o ar e bater com ela sob uma parede invisível, eu vejo que é verdade. Poder ondulava ali, selando a cidade, ou aquilo era apenas uma ilusão?Um outro tipo de lembrança ou pensamento que a sua própria magia a fazia ver?Até que uma ideia toma forma em sua mente, abrindo um sorriso malicioso, Eliza se afasta um pouco tentando reunir seu poder, como via aquelas pessoas fazendo em filmes, aquele era sua única chance de entrar lá.Então ela tenta reunir seu poder e bate naquela parede invisível de novo cambaleando para trás, não funcionara. Ora, como assim não funcionara? Perguntava-se

Então ela tenta de novo, de novo e de novo, acumulando uma tentativa falha atrás de outra. Frustração e tristeza começam a tomar conta de si quando ela vê que estava sendo uma fraude, é, era exatamente isso que ela era, pensava consigo mesma.

Ela queria ir em frente, queria ir atrás de mais respostas, sentia que aquela cidade na sua frente tinha muitas que esclareceriam muitas coisas pra ela, sentia que teria pessoas que ela conhecia ali. Lembrou-se das palavras de sua mãe, "seu coração à guiará de volta pra casa", como, como ela faria isso? Lágrimas começam a insistir a cair em seu rosto, uma mistura de raiva, dor, confusão e frustação se misturavam em sua alma, fazendo-a sair de onde estava, não, aquilo não podia acabar ali, de maneira alguma, ela não permitiria, porque ela era Elizabetth, uma princesa de um reino destruído que buscava por seus pais, buscava por respostas e por seu lar, então ela não desistiria. Respirando fundo, e colocando todos aqueles sentimentos que habitavam sua alma em seu coração, começou a socar aquela parede invisível, por todo seu luto de prever que àquela altura seus pais deveriam estar mortos, de que tudo que tinha passado, agora não existe mais, toda a sua raiva pela vida em alimentar suas esperanças quando na verdade não existia mais nenhuma, mais e mais socos, suas mãos já estavam sangrando, e ela colocando pra fora sua dor e última esperança, não se importava mais se aquilo estava dilacerando -a.

Ela sentia que estava perto, sentia que aquele reino ou cidade, fazia parte de si de alguma forma, sentia inveja por aquela cidade estar linda e perfeita enquanto sua casa estava em ruínas, mais lágrimas, e mais socos.

Ela olhou para suas mãos e arregalou os olhos para o que via,  luz dourada começou a envolver suas mãos,fortes, muito mais fortes do que jamais sentira tal coisa em sua vida,então ela apenas pousou suavemente suas mãos sob a parede já sem forças, que se abriu para que ela passasse, abrindo apenas uma pequena brecha para que atravessasse,e quando ainda extasiada ela o fez, a magia da parede invisível voltou ao normal se fechando atrás dela. E ao olhar novamente para suas mãos com poder acima delas, percebeu que elas estavam curadas, completamente, sem nenhum arranhão, não quebradas e cheias de sangue como estava à poucos segundos, mas estavam restauradas, sem nada.

Então ela entrou naquela cidade e continuou.

The Crown - Livro 1 (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora