The Crown - Livro 1 (Em revisão)

Capítulo 29

Ele me levou para cavalgar naquela tarde, eu não sabia nem como manusear um cavalo direito, mas, alguns minutos antes um dos coches me ensinou os conceitos básicos da montaria.

Enquanto cavalgávamos pela grande extensão da borda exterior da cidade, com inúmeros soldados atrás de nós -mas que a pedido do rei, mantiveram uma distancia saudável. -Até onde iríamos, eu não fazia ideia, ele me dissera ser uma surpresa, então, morrendo de curiosidade, me permiti ser guiada por ele em meio aquela brisa e tempo encantador. Eu poderia fazer aquilo o dia todo, era tão, libertador. Por um momento, me entreguei totalmente àquela sensação. Passamos por encostas de árvores, rochedos e estradas que passavam ao redor da cidade, um caminho secreto na qual pouquíssimos sabiam, dissera Adrian. Quando estávamos quase chegando, diminuímos as passadas e começamos a trotar vagamente pela estrada, e o som que eu ouvi, foi maravilhoso.

Não completei meus pensamentos, quando fizemos uma pequena curva e demos de cara com o mar, lindo e limpo a nossa frente, era uma visão espetacular, e o melhor lugar na qual ele me levara para um primeiro passeio, era simplesmente... incrível.

Não lhe dei tempo para pensar quando induzi meu cavalo branco à ir mais rápido, naquela direção, pude ouvir o risinho do rei atrás de mim, mas não me importei, não diante daquele lindo paraíso esperando para ser explorado, ele se pôs a correr em sua égua até estar perto de mim.

-O que acha? -perguntou, seus cabelos sedosos oscilando livres ao vento fresco

-É... Lindo -respondi, parando a minha égua e observando, sorri ao olhar para ele, meu rosto corando,e eu não sabia se era por causa do sol -nunca vi nada parecido em toda a minha vida

-Fico feliz em saber disso -disse Adrian, descendo de sua montaria e vindo até o outro lado, onde eu estava, estendendo os braços em um convite silencioso e gentil, para me descer do cavalo. Aceitei sua oferta e me enganchei em seus braços firmes e musculosos, que me desceram delicadamente. Agradeci a Adrian, e me dirigi mais à frente, colocando os pés na areia branca e límpida e passei a observar aquela água em uma mistura de cor verde e azul infinita, tirei as minhas botas e passei a sentir a textura macia daquela areia com os meus pés nus, passei a tirar meu casaco e erguer as mangas de minha camisa branca, e me pus a sentar no lençol que ele colocara na areia com a pequena mala de suprimentos que eu nem sabia que ele trazia. Os guardas, quando chegamos, mantiveram uma distancia ainda mais respeitável, circundando o local o tempo todo, e nos observando mesmo assim, como se eu fosse atacar o rei bem ali, contive um revirar de olhos.

O observei fazer o mesmo que eu depois, tirar sua túnica que ficava por cima, tirar as botas e erguer as suas mangas da camisa, e sentar ao meu lado a uma distancia saudável. Abaixei o olhar daqueles músculos e passei a encarar o mar á minha frente novamente, mas ele não deixou de notar meu olhar e escondeu um sorriso.

-Nunca vi princesas de túnicas rústicas ou calças-disse Adrian ao olhar para o mesmo ponto que eu -a princípio... fica muito bem em você -falou ao me lançar uma piscadela

-Princesas não usam túnicas ou calças? -perguntei incrédula ao me virar para olhá-lo

Ele deu uma risada contagiante

-Não, não usam -respondeu-me -mas confesso que gosto de você se destacar sendo diferente, não é a toa que você é da família dos Clarckson Crossfire

-Você nem ao menos me conhece -me peguei dizendo, e desvencilhando os olhos de nosso contato visual

-Não, mas só o que já vi de você foi o suficiente para mim -disse o rei com um sorriso triste, ao brincar com um pequeno galho na areia, ele parecia tão inofensivo, tão diferente daquela postura que eu via no palácio, parecíamos tão mais leves e íntimos ali, não imaginei que reis faziam aquilo constantemente, mostrarem um lado bom e diferente, e, até mesmo vulnerável, e me perguntei, por que eu seria tal sortuda de ter sua atenção, e esperei profundamente que não fosse somente por causa de meu título, aquele na qual eu nem considerava, que, até ontem nem sabia que possuía.