Capítulo 18

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-O que você fez com ela sua bruxa? -gritou Emma do pé da escada, tinha visto e ouvido tudo perto do corredor na parte de cima na qual tinha ficado escondida. Não conseguiu permanecer parada quando ouviu o grito de dor de Eliza, sem se importar, correra escada abaixo, apenas para ver sua irmã caída inerte no chão, com o rosto ensanguentado e cheio de cortes.

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Eliza abriu os olhos, o pouco que conseguia era suficiente para fazê-la se retorcer de dor por dentro. Ao voltar em si e olhar ao redor viu sua irmã com o rosto abalado no pé da escada encarando Kate furiosamente, que ao se dar conta de quem tinha visto o que estava fazendo fechou a cara rapidamente e ficou pálida.

-Volte para o quarto querida -disse se aproximando dela, que recuou imediatamente, essa é minha garota, pensou Eliza. -depois eu te explico -prosseguiu Kate cautelosamente

- Acho que não - respondeu Emmily asperamente ao ver Eliza lhe dar um piscar de olhos, então deu passo para mais perto dela

Não!! O que está fazendo? volte, tentou alertar Eliza em vão, por que sua voz não saía. Mas então tudo aconteceu rápido demais.

Levou alguns segundos para perceber que Emma caiu ao seu lado com os olhos arregalados e com a mão no rosto, ela tentou se arrastar para mais perto de Emma, mas a irmã a conteve ao balançar a cabeça e se aproximar o rosto do seu rapidamente ao lhe falar

-Se você ainda tem algum indicio de poder, por favor nos tire logo daqui -sussurrou Emma ao enxugar uma lágrima que escorreu pelo seu rosto, então ela se levantou novamente e se virou para encarar Kate que àquela altura deixara de obter alto controle. Elizabetth sentiu a sinceridade nas palavras da irmã, a súplica vindo delas, e por causa daquilo se esforçou o maximo que conseguiu, mas não sentia nada. Talvez o seu poder tivesse se esvaído da mesma maneira que sua esperança.Mas algo brilhou em sua mente, e depois em suas mãos, e ela quase chorou ao se lembrar de certas palavras "você não está sozinha" .

Uniu o restante de sua força, puxou de suas próprias profundezas a sua magia desesperadamente, se lembrou das palavras daquele homem misterioso de olhos azuis em seu sonho, e sabia o que tinha que fazer.

Ao ver aquela mulher miserável dar um soco na sua irmã novamente, foi sua deixa.

Respirou fundo ao sentir todo o seu poder que pulsou fortemente em suas veias em resposta.Então esperou em silencio. Reprimindo um grunhido de dor

Katellyn apenas inclinou sua cabeça para o lado ao ligar os pontos, quando olhava de uma irmã para outra.

-Você também sabia, sua mentirosa -grunhiu -vai se arrepender de ter defendido sua querida irmãzinha - e avançou

Mas ela foi paralisada no ar, no mesmo instante em que, ainda cambaleante, Elizabetth se ergueu do chão e com um grande estremecimento e lampejo de poder, pegou na mão de Emmily e a puxou para perto de si, e disse para Kate com um sorriso despontando de seus lábios ainda machucados, e esquecendo completamente a dor que se alastrava por ela.

-Você pode ir para o inferno

Então ela fechou os olhos, e uma grande luz dourada irrompeu dela, atravessando-as para bem longe dali, levando-as de volta pra casa.

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Quando abriu os olhos, viu que estavam em um lugar desconhecido, perto de um bosque de árvores muito altas e atrás delas havia uma grande extensão plana sob um tempo nublado. Correu os olhos para seus machucados e viu que estavam começando a se curar lentamente, mas aquilo não a impediu de sentir outra dor nauseante nas costelas, o que a deixou de joelhos, arrancando lagrimas de dor.

Emmily olhou ao redor e se surpreendeu ao ver o que tinha acabado de acontecer, foi tirada de seus devaneios quando Eliza gritou e caiu de joelhos ao seu lado, chorando de dor. Analisando seus ferimentos, alguns que surpreendentemente estavam se fechando rapidamente, seu nariz por mais incrível e assustador que seja tinha voltado ao normal e estava perfeitamente no lugar, os cortes em seu rosto também sumira. Mas ela ainda estava com dor, algo estava errado.

-Você ainda está ferida -constatou a irmã ao olhar para o corpo de Elizabetth fazendo uma careta -sabe onde estamos? -Ela apenas balançou a cabeça negativamente, se recompondo ao se colocar de pé novamente

-Precisamos andar -disse Eliza ao olhar novamente para as arvores altas -não sei se estamos longe ou perto, mas precisamos encontrar um abrigo

Emmily não entendeu o que a irmã estava dizendo, mas de certa forma não era muito bom pela sua expressão. Então apenas respirou fundo e colocou os braços envolta de sua cintura para ajudá-la a se mover mais rápido por causa de seus ferimentos internos, ganhando um guincho de dor da irmã, sem perceber que tinha apertado demais.

-Desculpe -ponderou tentando manter a calma que já estava indo para o ralo, percebeu, suspirando novamente e fechando os olhos com força. -Onde nós estamos exatamente?

-Ferryan -respondeu a irmã apenas, fazendo outra careta de dor conforme elas andavam, avançando para a floresta -mundo de Ferryan

Aquele nome soou familiar na mente de Emma, mas se permitiu afastar essa sensação e focar em dar mais alguns passos, garantindo a si mesma que esperaria sua irmã estar curada, então ela pensaria em tudo que tinham feito, e talvez, se permitiria ter curiosidade de saber que tipo de brincadeira era aquela, ou se a irmã estava delirando, o que era quase certeza.

- Ok! Vamos achar um abrigo primeiro ou um hospital próximo -tentou soar convincente, mas sem sucesso -então você me explica -respondeu forçando um sorriso

Eliza apenas assentiu e elas continuaram andando, entrando cada vez mais fundo no coração da floresta.

Depois de andarem alguns quilômetros, as forças de Eliza se esvaíram completamente fazendo-a escorregar pelos braços de Emmily e desabar no chão exausta.

-Oh não -desesperou-se Emma -ora! Agüente firme, só mais um pouquinho -gemeu em agonia, o dia já estava cedendo à noite, e ela não sabia se aquilo era bom - por favor, por favor,por favor!!! -suplicara baixinho

Estavam perdidas, esta era a palavra certa para dizer a verdade. Para seu desespero, Eliza estava mal, muito, muito mal, e agora mal conseguia se manter em pé, e suas forças estavam se esgotando de ter que praticamente carregá-la, não que isso fosse um problema, pois se tratava de sua irmã. Mas elas estavam sozinhas, em um lugar praticamente desconhecido, se ao menos sua irmã estivesse em condições poderia guiá-la talvez, Emma acreditava na hipótese de que, se Eliza as tivesse transportado até ali, significava que sabia onde estavam ou pelo menos já estivera aqui, o único problema é como iriam sair dali?
Praguejou alto diante daquele pensamento.

-Você está com medo? -sussurrou baixinho Elizabetth depois de um tempo enquanto se apoiava em Emma que a puxava para sentar-se sob a raiz de uma árvore, seu poder lhe permitia sentir o receio e algo parecido com medo exalando de seus poros.

-Não acho que temos tempo para sentir qualquer coisa no momento -brincou Emma, tentando amenizar a situação -mas sim, confesso que não sei o que nos aguarda se permanecermos aqui nesse lugar que nem ao menos sabemos direito onde fica -aquilo soou mais estupidamente do que esperava, mas era verdade.

- Estamos no sul -sussurrou de volta Eliza ao olhar para ela -é só o que sei -disse ao colocar as duas mãos sobre os rosto ao suspirar e soltar um pequeno gemido inaudível de dor que Emma conseguira ouvir. Admirava o fato de sua irmã tentar se manter firme e forte na sua frente, mas ela conseguia ver a dor em seus olhos, tinha grande facilidade em se manter forte quando ninguém mais conseguiria, ainda mais depois do que lhe tinha acontecido mais cedo, Emma espantou novamente tal pensamento, ainda não era hora de pensar no que acontecera. Tinham outras preocupações mais importantes agora.

Mas elas estavam sem condições de prosseguir, precisavam descansar pelo menos por algumas horas, se elas realmente estavam no sul como a irmã dissera, aquilo de certa forma não ajudava muito, de qualquer forma não ajudaria elas a encontrarem uma cidade próxima com um hospital para que sua irmã pudesse se recuperar melhor, a cada hora que se passava a respiração de Elizabetth ficava mais pesada, como se estivesse difícil suportar aquela dor, era preocupante. Emmilly se deitou ao lado da irmã para se aquecerem, mas não dormiu.

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The Crown - Livro 1 (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora