The Crown - Livro 1 (Em revisão)

Capítulo 43

O vento gelado que vinha do horizonte no mar batia em meu rosto com força, balançando meus cabelos naquele momento. Eu estava em uma pequena colina, observando o tempo nublado que se estendia além do oceano, meu ferimento agora não se passava de um pequeno detalhe, tinham se passado somente algumas horas desde o momento em que estive com Edward em sua tenda, usei minha magia para curá-lo em um ato de completo impulso. Mas para a minha surpresa genuína eu queria aquilo, meu peito havia se apertado de uma forma inexplicável quando vi o grande corte em seu peito, e mais ainda quando vi o grande ferimento em sua coxa esquerda, então eu propus ao príncipe de tentar aliviar aquilo, e não só o fiz, como também quase o curei completamente, porém não sabia que aquilo tornaria a minha própria cura um pouco mais lenta, precisava aprender a controlar meus poderes, ele ainda pulsava forte em mim para ser libertado, mas eu não sabia distribuí-lo corretamente quando eu o usava. Não queria pensar no que os outros pensariam, mas era necessário, conclui.

Os meus pensamentos passavam de um para outro com a rapidez de um raio, tantas coisas haviam acontecido desde a noite anterior, á algumas horas para ser sincera, eles haviam voltado nos primeiros raios de sol daquela manhã, e ela não conseguiu dormir sequer um minuto, por causa do que sabia que teria de enfrentar em breve, sabia que aquilo ainda não tinha acabado. Era como se dali de onde estivesse, ainda conseguisse ouvir a respiração de Brian em algum lugar próximo. Fechei os olhos por um segundo, absorvendo o clima daquele dia, tentando não pensar no futuro, no que a aguardava lá, imaginou como seria aquela responsabilidade se já fosse uma rainha, se aceitasse o legado que aos poucos começava a pesar em seus pensamentos.

Abri os olhos quando senti um perfume muito bem vindo no ar ao meu redor, e não me virei para ver Edward se aproximando, apenas permaneci ali, olhando o horizonte, como se pudesse enxergar além das nuvens que cobriam o céu, e ver ali um lindo sol se pondo, o calor penetrando seus ossos com magnificência, e seus pensamentos vagaram para uma terra fértil, com um clima agradável e com lindas aldeias e cidades cheias de vida e festas magníficas, mas seus olhos se tornaram sombrios quando a vasta escuridão e dor passaram por suas lindas terras.

-Está se sentindo melhor? -perguntou para o príncipe, o rosto tomando uma expressão indecifrável quando se virou para ele e inclinou a cabeça, ele estava com uma calça preta e um casaco preto fechado com botões elegantes e pequenos detalhes prateados como detalhe, quase como da primeira vez em que se viram. Seu olhar era sarcástico e arrogante como sempre.

-Muito bem graças a você Elizabetth -um meio sorriso surgiu em seus lábios, os olhos verdes brilharam quando ele ergueu com uma das mãos delicadamente meu maxilar, fazendo-me encará-lo de volta, eu podia jurar que ouvi um arfar vindo de Edward quando seus olhos encontraram os meus -por que fez isso? -pela primeira vez em muito tempo, eu não sabia o que lhe responder, me vi completamente vulnerável e sem palavras diante de Edward.

-Não sei -respondi por fim, depois de um tempo em silêncio. Eu estava exausta, mas não sabia se conseguiria dormir tão cedo depois de tudo que fiz e presenciei. Me sobressaltei quando o príncipe colocou suas mãos em meus ombros e me virou novamente para encará-lo, e me abraçou.

-Obrigado -sussurrou em meu ouvido e afagou com delicadeza meus cabelos, após alguns segundos passei os meus braços ao redor de sua cintura e o abracei de volta, jamais achei que aquele ato fosse me reconfortar tanto, ainda mais vindo de Edward, algo vibrou em minha alma, aquilo era sincero, um tipo de sentimento vindo do príncipe na qual eu sabia que ele jamais mostraria a ninguém. -sei que não mereço nenhum crédito seu Eliza, mas saiba que me sinto muito honrado por você ter se importado comigo, mesmo depois de tudo que lhe causei. -disse ao se afastar um pouco de mim, lágrimas começaram a cair livremente pelo meu rosto, mas sorri levemente para ele e franzi a testa diante do que ele falara, mas me senti muito feliz por sua demonstração de arrependimento comigo.