Capítulo 33

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O dia seguinte presumi ser solitário, Adrian não dissera nada sobre mais um novo passeio de exploração, então eu seguia sozinha pelos corredores sem rumo, estava cedo demais para haver qualquer movimento àquela hora, mas esperei encontrar alguém que não fosse somente criados perambulando de um lado para o outro, levando e trazendo roupas, limpando quartos, aquilo de certa forma era desconfortável, me lembrava perfeitamente de que em White Kingdom, eles eram tão discretos e silenciosos que sua presença quase não era notada, somente quando necessário, aquilo poderia até ser um sinal, como se os próprios não quisessem, ou poderia até mesmo ser algum tipo de lei. Prometi a mim mesma que, se eu voltasse para o outro lado do mediterrâneo um dia, eu procuraria saber.

Eu acordara cedo demais naquele dia, pois, eu mal dormira, permaneci parte da noite me revirando na cama, com pensamentos que insistiam em não sair de minha cabeça. Então, por fim, com o pequeno despontar do sol no céu eu desistira completamente de qualquer tentativa de dormir, então me levantei e vesti minha túnica que eu usara noutro dia, e me senti completamente confortável, permaneci por mais um instante no quarto, maculando e traçando os planos para o que eu deveria fazer, ou até mesmo que deveria discutir com o General do rei em breve, depois disso, enjoei de ficar esperando no quarto e resolvi sair e caçar alguma coisa para fazer, decidi que, se Adrian não me convocasse, eu mesma iria cavalgar sozinha naquele dia para explorar, e, quem sabe, descobrir onde minha irmã estava sem a ajuda do príncipe.

Uma hora depois, o sol já estava alto naquele instante, iluminando completamente ao redor e o calor demasiado aquecia meus ossos, o gelo que fiz subir em minhas veias, me ajudou a permanecer com a túnica, pelo contrário já teria tirado à muito tempo, eu estava no ápice do jardim, no mesmo lugar onde à alguns dias eu estive com Adrian tomando café da manhã, logo após ser libertada daquela prisão, estremeci ao pensar naquilo, apesar de todo o conforto e afeto que eu tinha recebido após do acontecido, eu ainda não me sentia em casa. Fiquei em pé na beirada do alto, observando toda aquela extravagância no jardim, tão lindo e exótico, mas ao mesmo tempo... solitário.

Estava tão perdida em pensamentos que não notei a chegada de um guarda ao meu lado que fez uma reverência antes de anunciar:

-Vossa alteza! -saudou -venho lhe trazer isso -e me entregou um bilhete bem cortado e selado, como se não fosse para ninguém abri-lo, franzi a testa para o guarda e para a carta já em minhas mãos, olhei por seu exterior em busca de algum nome e não encontrei absolutamente nada, quando ergui a cabeça e abri a boca para perguntar ao rapaz se sabia quem era que me mandara, o mesmo já havia saído. Revirei os olhos e abri o selo que era de um azul escuro com asas esculpidas, e ao me deparar com a letra e sentir um certo cheiro que vinha delas, já soube imediatamente de quem se tratava.

"Minha querida Elizabetth, por que não sai um pouco para cavalgar nesta manhã, se me permite um conselho, o bosque leste perto da cidade é uma ótima opção para explorar, acho uma ótima ideia para alguém solitária e deprimida.

Seu amigo tão querido E."

Ele só podia estar maluco, e eu também, só porque eu sabia que por enquanto não faríamos nada um contra o outro porque precisávamos alcançar e realizar certos propósitos, porque eu sabia que ele não seria louco de tentar algo contra mim, pelo menos não agora, eu aceitei seu conselho, e segui para os estábulos do palácio para pegar um cavalo.

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Os estábulos eram bem distantes do castelo, mas valia a pena ir até lá, era um lugar amplo e limpo, cheio de cavalos fortes e lindos, vários cocheiros trabalhavam ali, e não fora tão difícil quanto eu esperava quando cheguei e pedi a um deles que me preparassem um cavalo, imediatamente eles foram pegar a mesma égua, grande e bonita que eu fui até a praia anteriormente, em pouco tempo ela já estava escovada e pronta para ser montada. Fiz questão de agradecer a cada um por tal gentileza comigo, eles apenas encolheram os ombros e coraram quando fizeram outra reverência e voltaram a seus afazeres. É, definitivamente eles não gostavam muito de elogios, principalmente vindos da "realeza", que patético, pensei, mas passei a montar em minha égua, e ser guiada pelos guardas em um passeio de exploração genuína, até o bosque do lado leste além do palácio.

The Crown - Livro 1 (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora