The Crown - Livro 1 (Em revisão)

Capítulo 26

Já no caminho para o que me disseram ser alguma sala para as refeições do rei, na qual seria nosso encontro para o café da manhã, com um vestido turquesa esvoaçante que me foi proporcionado com o que estava naquele closet lotado de lindos vestidos e roupas dignas de uma princesa. Parte de mim, mais leve naquele dia, chegou a suspeitar se, em todos os quartos de hospedes daquele palácio seriam tão preparados assim, ou se o meu caso poderia ser uma exceção.

As gêmeas trataram de me arrumar com grande afinco depois que descobriram do meu convite, Ester cuidou de meus cabelos logo depois do banho, que naquele momento estavam parcialmente presos com uma pequena e jóia que o prendia, Reela cuidou de minha vestimenta.Aquilo de certa forma me incomodava, quase que eu não iria de jeito algum, pois não estava acostumada com toda aquela etiqueta e roupas de festa somente para um café da manhã ridículo, contive minha boca que por mais incrível que parecia, naqueles momentos eu não conseguia calar.

Os guardas me guiaram por um extenso corredor, com enormes pilastras de mármore branco e com sacadas na qual cortinas brancas com finas camadas oscilavam com a leve brisa que adentrava, por cada corredor que passávamos, algo chamava minha atenção de tal modo inexplicável, jamais vira algo tão lindo e exótico em toda minha vida, mas me contive, mas de certas forma, aquilo era familiar para mim, pois, eu consegui me lembrar das vezes em nós visitávamos outros castelos, tão lindos quanto este, vagamente, eram momentos tão alegres e bons para nós. Engoli em seco, ao pensar numa pequena casa na qual fui criada junto com a minha irmã em uma pequena cidade, e na qual fui privada de conhecer tudo aquilo, aquele mundo na qual eu pertencia, na qual pertencia a mim, fomos privadas por pessoas que achavam que sabiam o que era melhor para nós, ou por seu simples egoísmo mesmo, pensei em tudo que nós tínhamos perdido de conhecer por um tempo, aquilo me fez imaginar em como seria Crossfire, onde um dia, muito distante, fora meu lar, o lar de minha família tão amada, e se seria completamente diferente do que eu estava vendo ali.

Onde todas aquelas pessoas estavam, me perguntei, quando o meu reino caía? Quando, tudo um dia foi tirado de minha família? O que mais eu não sabia?

Fui calada de meus pensamentos, quando paramos bem diante de duas enormes portas, que imediatamente foram abertas para nós, e dava para uma sala não tão grande assim, parecia mais um escritório, e sentado do outro lado da mesa de madeira luxuosa estava o Rei Adrian que estava olhando para mim com um meio sorriso, e no mesmo instante se levantou, tratei de fazer um leve aceno de cabeça como um comprimento

-Bom dia vossa majestade -pronunciei, como orientado pelas gêmeas mais cedo enquanto me aprontavam, mas aquelas palavras pareciam areia em minha boca. Mas me forcei a sorrir.

-Bom dia princesa Elizabetth -disse o rei ao se aproximar lentamente de mim, segurei a respiração, mas ele se inclinou ao pegar uma de minhas mãos e beijar o dorso, exalei profundamente, ao perceber minha tensão, ele passou a olhar para mim com a testa franzida. Mas fez um gesto para os guardas, que abriram mais as portas para nos dar passagem, então, Adrian me ofereceu o braço, na qual com relutância aceitei, mas depois se tornou confortável e acabei relaxando um pouco.

Saímos andando por outro tipo de caminho, para diminuir essa tensão entre nós, abri a boca para começar a falar qualquer coisa sobre o tempo ou qualquer outra coisa banal para quebrar o silêncio, quando ele me interrompeu antes de começar

-Majestade? Sério mesmo? -perguntou o rei, que ao sairmos andando, começou a rir, os soldados tomaram uma boa distancia de nós, provavelmente a pedido dele, para que não pudessem nos ouvir

-Não é assim que normalmente é chamado? -retruquei, e me arrependi imediatamente

-É, mas eu prefiro que não me chame assim -respondeu parando de rir e ficando sério ao passar a olhar para mim intensamente -não combina com você me chamar assim, e gosto disso, então para você, sou apenas Adrian.