Capítulo 22

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PARTE 2
BREACKFOST

Eu fora enganada. Cheguei à essa conclusão quando passei pelos portões do palácio juntamente de Edward, que me acompanhava, minha irmã e os outros sentinelas tinham já tinham entrado quando chegamos dissera ele, mas algo se apertou como um nó dentro de mim, minha magia vibrava em minhas veias, como um alerta. Os soldados fizeram uma reverencia exagerada a Edward que apenas assentia para eles com um ar de ignorância, e eu o odiei por aquilo. Meu estomago embrulhou quando os soldados de guarda me olharam de olhos arregalados, então tudo em um piscar de olhos se tornou mais pesado e tenso conforme cada passo mais a dentro eu dava.

Mesmo assim, eu prossegui

Tudo piorou ainda mais quando entramos, e a cada corredor que passávamos os olhares em minha direção se intensificaram, e aquilo não indicava boa coisa, eu percebi por causa do olhar de Edward que era cheio de triunfo enquanto caminhávamos para o salão do trono, eu sabia porque eu sentia, da mesma maneira que sentia cada olhar que pairava sobre a cada maldito corredor que eu passava e virava, olhares de assombro, outros assustados que fugiam do caminho imediatamente, mas tinham outros, cheios de repulsa e ódio que eu jamais esqueceria, evitei um estremecimento.

-Independente do que aconteça, não enfrente o rei se quiser permanecer viva –sussurrou Edward em meus ouvidos, apenas olhei de forma vazia para ele quando continuamos andando

Fui tirada de meus devaneios quando uma quando uma grande porta de ouro e bronze se abriram para um grande salão cor marfim com imensos pilares, formando caminho para um altar no fundo com um trono de ouro. E assentado sobre ele, estava o Rei Adrian, irmão daquele que queria destruir meu reino.

Nos aproximamos do altar, Edward fez uma reverencia de forma cortês ao rei, mas eu permaneci ali, apenas olhando, observando todo o ambiente, aquela linda sala de mármore, com soldados de armadura e ainda mais armados que os sentinelas do homem que fazia a reverencia a minha frente, não me deixei intimidar por eles, nem pelo rei que estava a minha frente, que senti naquele exato momento, que estava olhando pra mim, quando ousei olhar em seus olhos, os olhos do rei exibiam curiosidade e surpresa. Então me lembrei das palavras de minha mãe, daquela mulher que agora era como um simples fiapo de lembrança em minha mente, mas que eu ainda amava muito, de forma que doía minha alma.

"Jamais se curve perante ninguém, apenas a seu reino"

Sim, eu faria aquilo, eu podia fazer aquilo.
Mais uma vez fui surpreendida quando alguém chutou as minhas costas, fazendo-me cair estatelada no chão, meus joelhos protestaram de dor

-Ajoelhe-se perante o rei sua imunda –gritou um soldado atrás de mim, que colocou a mãos sobre meus ombros me forçando a permanecer ali no chão, quando percebeu que eu ia me levantar novamente, apenas colocou suas fortes mãos em meus ombros, forçando-os para baixo, meus ossos estalaram no mesmo instante, me abriguei a manter a postura e o rosto impassível diante da dor, que não durou muito tempo.

Olhei para o chão lustroso, que refletia meu rosto como um espelho, e vi que minha cabeça estava sangrando, e minha boca também, droga. Mas levantei minha cabeça apenas o suficiente para olhar o rei que ainda me olhava, ignorando completamente Edward. O que estava assentado sobre o trono fez um aceno de cabeça ao soldado que me segurava ao falar

-Obrigada Jacke, mas não era necessário –disse o rei, sua voz era firme e gélida ao levantar uma das mãos e ficar brincando com um dos anéis dos dedos –pode sair –insistiu acenando em direção a porta, então com um aceno receoso de cabeça e uma curta reverencia, o soldado Jacke apenas apertou mais uma vez meus ombros como se em aviso, e saiu sem dizer mais nada, aquilo fez com que eu me levantasse, e limpasse uma sujeira invisível por sob minha camisa que peguei de um dos sentinelas de Edward hoje mais cedo, que para variar, realmente estava uma imundice.

O rei que parecia nem sequer passar dos 30 anos, ainda me olhava com certa curiosidade e divertimento quando se dirigiu a Edward por fim

-O que me dá a honra de sua visita príncipe ?–disse Adrian com um revirar de olhos

Então ele era um príncipe, esse tempo todo, como pude ser tão tola em não perceber através de sua ignorância e estupidez, contive um revirar de olhos

-Vim tratar de alguns negócios na cidade majestade –disse ele, e então olhou para mim, que apenas retribuí com um olhar gélido e irritado  –mas resolvi fazer uma visitinha, principalmente quando tenho comigo alguém muito valiosa, que você iria gostar de conhecer –malicia brilhou naqueles olhos verdes quando voltaram a recair sobre mim

Arregalei os olhos para ele e balancei a cabeça, em súplica para o que eu já imaginava que ele faria, o rei deve ter visto o desespero estampado em meus olhos quando se voltou para Edward com a testa franzida

-Não estou interessado em mulheres neste momento Edward, o que o faz pensar que gosto de prostitutas? –aquilo me fez arregalar ainda mais os olhos de indignação diante do que ele tinha acabado de falar, apesar de talvez ter sentido um pouco de compaixão de mim aquilo não justificava nada

-Eu não sou uma prostituta –grunhi em alto e bom som para que o rei ouvisse

-Ah, então você fala –disse o rei surpreso, aquele ar de divertimento passou a me irritar ainda mais –seja bem vinda ao meu palácio –completou com um pequeno sorriso –desculpe-me por ser tão indelicado. Poderia me dizer qual é o seu nome, pelo menos?

Ponderei se eu faria aquilo ou não, então respirei fundo e abri a boca para começar a falar, mas fui interrompida por um Edward que estava ali plantado, esperando e olhando de mim para o rei perplexo

-Ora, como não sabe quem ela é? –disse o príncipe –Elizabetth, a princesa Clarckson Crossfire,desaparecida juntamente de sua irmã a mais de 7 anos

Imediatamente o rei se levantou de seu trono em um sobressalto e caminhou a passadas largas até Edward com um olhar furioso, me fazendo recuar um passo para trás

-Como ousa dizer tal mentira para mim Edward –grunhiu o rei a centímetros do rosto dele que permanecia com uma calma surpreendente –trazer uma moça indefesa e impostora até meu palácio, e você... – disse Adrian ao finalmente olhar com raiva para mim –como pôde se deixar levar por ele em tamanha mentira? E ter a coragem de vir até aqui...

-Chegue mais perto dela, e veja com seus próprios olhos, não estou mentindo –interrompeu Edward já exaltado, gesticulando com a mão para o rei em minha direção, eu conseguia sentir apenas ódio naquele momento, nada mais, percebi que odiava Edward, muito mesmo, então exibi os dentes para ele com raiva e grunhi alto, uma parte animalesca tomando conta de mim, poder começou a se agitar em minhas veias e minhas mãos ficaram frias como gelo quando deixei de pensar no que estava acontecendo e corri com uma velocidade surpreendente até ele e hálito de gelo saia de minha boca quando fui afastada por mãos fortes e quentes. O rei completamente humano e sem poderes tocou em meus braços, quando percebi o que tinha acabado de fazer, me xinguei mentalmente, qualquer que fosse o plano ridículo que eu tinha ou mesmo Edward, tinha ido por água abaixo, porque eu acabara de me condenar.

Adrian me olhou no fundo dos olhos, e então arregalou os seus de surpresa, ele me soltou imediatamente e deu um passo para trás, seu rosto de um instante para outro se tornou uma mascara de consternação e distante, ele tirou a sua coroa e passou as mãos pelos seus cabelos castanhos amarronzados que iam até seus ombros

-Levem-na daqui –disse o rei ao olhar em minha direção com os olhos arregalados

-Não –gritei quando dois soldados colocaram suas mãos em mim, comecei a me debater, procurando meu poder para afastá-los, mas onde eu procurava eu encontrei somente, vazio. Minha garganta começou a oscilar quando olhei com raiva para Edward que me olhava paralisado no meio do salão, de olhos arregalados, então, quando foi tirado de seu torpor ele apenas balançou a cabeça para mim e piscou um olho, e aquilo era... um sorriso?

Desgraçado.

O rei apenas me olhou novamente e saiu as pressas da sala do trono, ignorou os soldados que correram para lhe abrir as portas, ele mesmo o fez e as bateu com um estrondo ao sair, Edward levou alguns segundos para sair de onde estava as pressas,antes de mim e os soldados, indo embora, me deixando ali. Não consegui completar meu pensamento, quando uma onda de magia me tomou, confundindo todos os meus sentidos, silenciando a minha própria força mais uma vez e uma  escuridão nauseante invadiu minha mente.

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The Crown - Livro 1 (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora