Por Túlio...
Para aqueles que têm filhos, por sorte terão que lidar com as transformações advindas com o seu crescimento.
Mas que é meio estranho ver sua filha toda sorridente perto de um rapaz de sua idade, ah, isso é. Sem dúvida. Eu não queria parecer tão careta, mas me veio aquele sentimento de estou ficando em segundo plano na vida da Rafaela e o instinto protetor meio que quis gritar, me fazendo passar vergonha.
Dia desses eu busquei meus filhos na escola e os entreguei a mãe deles. Com meu filho fui conversando mil assuntos. Ela só ficou mexendo no celular e concordando com o que conversávamos sem prestar a atenção. Ouvi apenas:
— Aham.
Poxa, ela nem se tocou sobre o que concordou! Falávamos sobre algo que ela detesta, pois eu fiz de propósito perguntar se esse tal de K-Pop é legal. Foi ideia do Eduardo, porque eu nem faço ideia do que é K-Pop.
— Pra você ver como tá prestando a atenção na conversa.
— Aham. Tá.
Outra vez, nada com qualquer coisa. Eu aposto que é por causa de algum guri. Só o que me falta. Mal completou dezesseis anos.
— Como assim Túlio? — Iraci é muito liberal e não sei se gosto disso. — A menina tá na fase de curtir esse tipo de coisa. Uns beijinhos e mãozinha dada é fofinho. Tu não perdeu a virgindade comigo quando casamos né?
— Precisa falar essas coisas?
— Precisa. Não dá pra ser quadrado hoje em dia. As coisas evoluíram bastante e continuam a evoluir. Imagina se eu fosse uma pessoa tão antiquada quanto é o seu pai. Quem sabe eu implicasse, causasse desconforto em você ou não seria a mulher que orientou seus filhos a aceitarem muito jovens a realidade do pai deles.
Eu tomo esse "tapa no ouvido" da ex, que me deixa com um zumbido terrível por uns minutos.
— Entendi. Mas é coisa de pai.
— Coisa de pai, um escambau. Não constranja sua filha pra não acabar causando um afastamento entre vocês.
— Sim, eu sei né. — Isso que só comentei que ainda acho que a Rafa é uma criança e que poderia esperar pra começar a namorar lá pelos vinte e três anos. Só por isso a mulher me dá um sermão da montanha. Só. — É, só que tem cada vez mais meninas grávidas com menos de dezoito, dezesseis... até menos idade.
— Tudo que for pra acontecer nessa vida, vai acontecer. Tem como evitar e sua filha é bem inteligente. Eu converso um monte com a Rafa, sei aconselhar e...
— Você tá me dizendo tudo isso porque? Ela já tá namorando?
— Acho que não? Mas e se tiver?
— Poxa, é cedo...
— Mãe... ué, pai, ainda tá aqui?
Ela me analisa. Porque essa preocupação?
— Não posso conversar com sua mãe?
— Não falei nada. — Rafa me abraça e é tão gostoso. Tá chegando no 1,7 de altura, a mulher mais linda do mundo, Braz diz que ela parece uma leoa dos olhos cor de mel. Sua pele é mais clara que a do Edu que tem olhos mais esverdeados. São lindos. Pai coruja assumido. — Pai, espera vou abrir o portão pro Enzo Gabriel.
— Quem?
— Amigo da escola, acho que ela comentou que tinham um trabalho pra fazer.
— Ainda existe isso? Trabalho de escola pra fazer com "amigo"?
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Ativo e Passivo 2 - Rotina não contábil
RomanceBônus! Não é romance novo! São momentos rotineiros de casal, do casal Túlio e Braz. Cada capítulo é independente, pois conta sobre um momento aleatório, envolvendo as rotinas do empresário Braz com a do contador Túlio. Livro Aberto. Não tem começo...