Por Túlio...
"Vontade de largar tudo e ir vender churros."
Eu já falei isso umas cem vezes. É comum do ser humano, reclamar. Reclamamos muito, reclamamos até das coisas boas, dos acasos, de tudo. Se alguém consegue ver mais o lado positivo das coisas do que o negativo, isso é ótimo, confesso que trabalho muito isso em meu dia a dia.
Pior que esse papo rolou ontem quando nos reunimos na casa do Jonas e do Tiago. Éramos quatro casais e mais dois amigos avulsos, então, dessa vez não fui o causador do estresse, mas fui metido no meio por um cara que já demonstrou que não vai com minha cara. Marcelo. Afinal, sejamos sinceros, todos nós temos ou teremos alguém que o "santo não bate".
Estavam lá, o Jonas que é representante comercial, Tiago, o dentista. João é contador, Carlos é professor. Raul e Marcelo são empresários. Eu e Braz, já sabe né, um contador e um empresário. Gustavo é arquiteto, Fabrício é policial civil... depois tinha o Patrick, recém separado e aquele que chegou por último, sem querer causar tumulto, e causou, Vasco.
Sabemos que Marcelo é possessivo com relação ao Raul e que Raul não parece muito preocupado com isso. Sabemos que Vasco e Raul tiveram um namoro relâmpago, porém ambos sendo muito decididos terminaram sem deixar pontas soltas, ou seja, nenhum deles tem algum resquício de interesse em retomar de onde pararam, mas ainda assim o ciúme faz pesar o clima. Sabemos que Carlos já chifrou João e que João namorou com Tiago, deixando o clima tenso também. Sabemos que Patrick traiu Moreno recentemente e que os dois se pegaram feio e quase rolou agressão, então o papo entre o grupo evitava o assunto pra não pesar ainda mais.
Pende pra onde a conversa?
Trabalho. Profissão. Empresa. Contabilidade. Sala de aula. Mais um pouco de cada assunto. Mais um monte desses assuntos e com isso, as primeiras alfinetadas quando eu faço a primeira exposição. Mas antes, Carlos fala sobre a época em que deu aula para o Estado, Braz fala sobre como foi crescer dentro de um mercado e o que é ter isso impregnado nele, Patrick também foi professor (igual o Moreno) por vários anos e com isso Carlos e ele trazem o assunto à tona outra vez, depois Marcelo, Braz, Raul falam sobre seus empreendimentos, Gustavo comenta sobre suas viagens recentes e projetos, João e eu comentamos algo sobre uma alteração decretada pelo Estado com relação ao ICMS e imediatamente alguém comenta:
— Separa esses dois, por favor. — Marcelo parece sempre ligado nos meus papos. Cara chato.
— Separa mesmo que já tô com ciúmes. — Patrick fala brincando na cara do companheiro de João. Dá em cima do cara e isso me incomoda. Carlos parece muito alheio, não parece se importar e assim é Raul com Marcelo, creio que por confiança. Talvez o problema seja eu que sou ciumento demais.
— Eu também tô com ciúmes. — Gustavo fala com seu riso fácil. Se não me falha a memória, já teve uma queda pelo Braz antes de nos conhecermos e quem me contou foi Raul, porque eles terminaram justamente por isso, Raul foi namorado de Gustavo por anos.
Fofocas...
Calo o assunto contabilidade pela metade ou mando o Marcelo tomar no cu. O assunto filhos entra na roda, Gustavo também tem filhos, assim como eu tenho, João tem e Patrick. Depois falam novamente sobre: empresa. Profissão. Política. Supermercado. Loja. Indústria. Música.
Eu acho seguro falar sobre música, beleza. Nem todos têm o mesmo gosto e o papo esquenta. João é do rock pesado, aí uns falam dos maiores drogados da música que é pra dar aquela menosprezada no gosto do cara. Eu falo sobre Renato Russo, falam sobre drogas. Braz é fanático por Elvis, drogas. Raul comenta que rola droga no meio artístico todo, que há muito tempo o rock deixou de ser coisa de rebelde e hoje tá mais pra música de intelectual (ele disse). Marcelo fala que uma pessoa que ouve funk não significa que é menos inteligente. Fabrício canta um trecho de algo, que pra eu, minha sincera opinião, não consigo chamar de música:
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Ativo e Passivo 2 - Rotina não contábil
RomanceBônus! Não é romance novo! São momentos rotineiros de casal, do casal Túlio e Braz. Cada capítulo é independente, pois conta sobre um momento aleatório, envolvendo as rotinas do empresário Braz com a do contador Túlio. Livro Aberto. Não tem começo...