Capítulo16

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CAPÍTULO 16

“A flor mais viçosa brota do lodo.”

Seus movimentos tornaram-se mais rápidos e mais intensos, como se ela estivesse lutando contra o tempo para dar a si  mesma o que achava que merecia. Havia tempo suficiente para tudo o que quiséssemos, mesmo não havendo. A  guarda não incomodou mais. Eduarda parecia muito tensa e gotas de suor pingavam de sua face sobre meu peito e iam se esconder no meu umbigo. Eu não suportava mais segurar a intensidade das minhas sensações  e a cada estocada dos seus dedos dentro de mim, eu desfalecia um pouco mais. Segurei seus pulsos apoiados na mesa para me dar mais sustentação, enquanto forçava mais o meu corpo contra sua mão. Mordi com força meu pulso esquerdo, pra não gritar. Não demorou muito pra meu limite chegar. Eu chegava ao fundo do abismo das sensações  agarrada a Eduarda, como se esta fosse meu último ato em vida. Não queria soltá-la, não queria parar de sentí-la. O seu cheiro, a sua pele roçando na minha e me arrepiando inteirinha... Aiiiii!!! Seus suspiros misturados aos meus. Enlouquecia!

Sua boca que devorava a minha... Queria ser dela para sempre...

Gozei... Gostoso. Posso dizer que foi um dos orgasmos mais esperados da minha vida.

Nos soltamos depois de algum tempo. Ela retirou os dedos de dentro de mim colocando em sua boca, depois na minha. Sorri e suguei-os como forma de agradecimento. Me levantei da mesa em êxtase completo ajeitando os meus cabelos e a minha blusa. Ela me olhava com admiração, com um brilho diferente no olhar e um sorriso tímido de canto de boca. Talvez nada precisasse ser dito porque já havíamos feito tudo. Fiquei de pé em frente a ela enquanto ela me examinava dos pés a cabeça.

- Você é linda...

- E você é maravilhosa – Sorri entusiasmada enquanto abotoava a blusa fina que àquela altura já se encontrava bastante amarrotada.

- Acho que nosso tempo acabou. - Disse pegando no meu pulso e conferindo no meu relógio.

- É, acho que sim... – Me dei conta que o encanto havia se quebrado.

- O que é? - Apontando pra sacola que eu tinha trazido comigo.

- Umas coisinhas que achei que você precisaria.

- Trouxe cigarros? – Perguntou como quem não quer nada, alheia a confusão que se instalara em minha mente – Os meus acababaram ontem e...

Fingi que escutava o que me dizia, mas me mantinha fechada em minha mente, me perguntando porque ela estava tendo essa atitude fria e superficial quando tínhamos acabado de compartilhar algo tão forte, tanto emocionalmente quanto fisicamente. Ela se sentou na cadeira e continuou fuçando a bolsa procurando algo que não estava achando. Porque ela tinha feito eu me rebaixar ao ponto que cheguei e simplesmente achar que aquilo tinha sido um ato pueril e sem importância? Permaneci estática a sua frente observando cada gesto seu enquanto tentava recompor meus cacos sentimentais.

- Você tem fogo?

- Hãaa!? O que? – Despertei da minha letargia.

Ela sorriu com deboche.

- Pergunta idiota né!?

Não disse nada. Ela me mostrou o cigarro entre os dedos.

- Obrigada por ter trazido, eu fico mais tensa sem eles.

- De nada... - Foi só o que consegui dizer. Queria sair dali correndo.

Odiava quando ela fumava, mas inconscientemente andava com um isqueiro na minha bolsa, além de também estar me habituando a fumar ultimamente. Estendi o isqueiro pra ela. Ela acendeu o cigarro e ficou reparando nos desenhos em círculos que enfeitavam o objeto de prata.

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