Me apaixonar por ela.

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Alice Page
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-Sei o que é estar disposta a morrer por amor...

-NÃO! VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE ME DEIXAR! NÃO AGORA! POR FAVOR... NÃO...

Aquela sensação era tão dolorosa. Sei que minha dor não se compara a que ela deve estar sentindo agora, mas doeu em mim. Me senti imensamente tomada pelo ódio e pela dor, tudo que se passava na minha cabeça era que eu devia me vingar de Cruela a todo custo. Quando Regina chegou e pegou o corpo desfalecido da Hope e a deitou no chão, olhei ao redor e vi Cruela com um sorriso diabólico no rosto, cada centímetro do meu corpo estremeceu. Eu nunca tinha sentido algo assim, meus punhos estavam cerrados com uma força sub-humana, minhas pernas se firmaram no chão, meus olhos ardiam e minha garganta estava seca. Posso jurar que naquele momento, todo o meu medo se esvaiu junto com a minha última lágrima de dor. Enxuguei-a com as costas das mãos e dei meus primeiros passos na direção de Cruela. Pensei bem no que uma pessoa me disse no passado: "Uma pessoa sem medo é apenas um mero idiota caminhando pra morte."
Foda-se. Eu não me importo com a morte ou algo do tipo, me importava com vingança.

Quando comecei a correr em direção a Cruela senti um forte impacto na minha barriga, olhei pra trás e vi que Malévola me segurava com os dois braços. Comecei a me debater e a gritar, eu precisava me soltar daquilo, mas quanto mais força eu fazia mais apertado ficava. Ela me abraçou e eu não consegui parar de gritar e chorar.
Não... isso não pode estar acontecendo! Senti algo forte me puxar pra um sono profundo, tentei resistir, mas meus olhos pesavam e meu corpo estava se relaxando completamente. Me entreguei aquela sensação, qualquer coisa seria melhor do que o que eu estava sentindo...

Acordei num pulo, e depois de alguns segundos reconheci o lugar. Meu rosto estava todo suado, e minhas mãos tremiam depois desse pesadelo horrível. Estava na cama de Hope, ela dormia ao meu lado. Por um momento uma sensação estranha me apossou, então fui pra mais perto de Hope e levantei um pouco a sua camisa na região da barriga, okay, nenhum corte, foi só um sonho. Mas... porque eu ainda sinto que tem algo errado? Bem... Eu me lembro dela ter saído de moto e só. Como viemos parar aqui? Será houve algo entre nós? Me levantei ainda um pouco confusa, a casa esteva silenciosa, podia-se ouvir apenas vozes baixíssimas vindas lá de baixo. Desci e ainda nas escadas vi Regina e Malévola sentadas no sofá do escritório. Emma estava agaixada na frente de Regina segurando suas mãos, ambas estavam com cara de choro. Elas falavam baixo, não consegui ouvir o que era. Demorou algum tempo pra notarem a minha presença ali, Regina foi a primeira a me ver.

-Já está de pé? Ainda está bem cedo.
Ela disse se levantando, enxugando o rosto e ajeitando roupa que usava.

-Que horas são?

-Sete e meia. Vamos tomar café? Chamou todas do local.

-Devo acordar a Hope?

-É... bem... n-não... não acho que... que se-seja possível.

-Do que você tá falando?

-O sonho que você teve, não foi exatamente um sonho...

Essa era a sensação estranha que eu estava sentindo. Corri até o quarto de Hope e comecei a chamá-la, não podia ser verdade. Ela não respondia, não reagia ao meus toques, ah meu Deus...

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