Eu nem pretendia ir.

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Regina Mills
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Olá, senhoras e senhores. Vocês já devem saber quem eu sou.
Bem, meu nome é Regina Mills, tenho 30 anos e moro em San Francisco, e sou uma das empresárias mais respeitadas daqui. Estive 3 vezes em primeiro lugar no ranking das pessoas mais poderosas de toda San Francisco.
As pessoas que trabalham pra mim, me temem, e com razão.
Sou odiada por muitos, fazer o que, né? É o preço do poder.

Eu nasci em New York, mas me mudei pra cá com 20 anos. Eu cresci no balé, apesar de sempre preferir a escola e livros. Sempre gostei de ler, desde pequena lia livros "de adulto" quando tinha tempo. Tenho uma irmã mais velha chamada Zelena, que só é apenas dois anos mais velha do que eu. Crescemos com o peso nas costas da fama da minha mãe, e de sermos sempre lembradas que nunca iremos ser melhor que ela.
Nossa mãe, Cora Mills, pode ser para os outros uma pessoa incrível, acolhedora e gentil, mas conosco ela nunca foi assim. Ela fazia questão de dizer que nós éramos ruins, e que nunca chegaríamos aos seus pés. Ela era bem pior comigo, por causa do fato de que eu não gostava do balé, mas que culpa tenho eu? Não gostava, e agora desprezo!

Quando contei pra minha mãe que iria largar a companhia pra fazer faculdade, ela surtou! Não queria de forma alguma que uma de suas bonecas de porcelana se perdesse num mundo que não seja o balé.

Dez anos atrás, Companhia de Dança Mills, 13:16 PM.

-Mãe?

-Sim, Regina?

-Eu preciso te contar algo.
Falei parando de fazer os alongamentos.

-O que seria tão importante pra te fazer achar que deveria ter parado?

-Eu vou sair da companhia.

-Como? Você vai o quê? Só pode ser piada! Hahaha.

-Estou falando sério, Cora.

-E o que seria melhor pra você do que aqui?

-Uma faculdade, longe daqui.

-Você não vai sair.

-Eu sei o que é melhor para mim!
-Eu não sou mais uma criança! Já sou adulta e tomarei as redias da minha vida.

-Você só pode estar ficando louca!
-Não pode abandonar a sua carreira dessa maneira. Apesar de que você nem é tão boa assim.

-Exatamente! Eu não sou tão boa assim, não sou perfeitinha e muito menos quero ser.
-Sabe no que eu sou boa? No que eu sou excelente? Em estudar, em fazer o que eu amo.

-Se você for, não quero vê-la aqui na companhia ou na minha casa novamente!

-Eu não pretendia voltar!

Se for pra falar a verdade? Eu nem pretendia ir. Podia muito bem ficar na faculdade e ali junto com a minha família também. Eu nunca morei longe deles, estou nervosa, angustiada.

-Pode ir.
Falou calma, pude sentir o desprezo em sua voz. E isso me machucou muito!

-E-eu... Adeus, mãe.

-Adeus, Regina.

Peguei minha bolsa, vesti uma camisa e saí de lá, sem chão, com medo, triste. Eu definitivamente não tinha pra onde ir, precisava providenciar isso o mais rápido possível. Fui andando pra casa, eu precisa respirar um pouco, e no caminho, várias lágrimas traçaram caminhos em meu rosto.
Quando cheguei em casa, encontrei a Zel.

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