Emma Swan
------------------------O que eu sou?
O que estou sentindo?
O que eu quero?Essas três perguntas estão martelando minha mente de forma monstruosa.
Vamos, Emma, não pode ser tão difícil assim. Até antes da morte da Cora, eu era uma pessoa normal, uma bailarina, morando em New York, com uma rotina corrida, que ama a vista de um parque, com alguns transtornos psicológicos, mas nada demais. E aí... Aí tudo mudou! A Cora morreu, eu me tornei a diretora da companhia mesmo sem ter a mínima ideia do que fazer lá, eu conheci a Regina e no começo eu odiava ela, e de repente meu mundo virou de cabeça pra baixo. Estou confusa, nunca pensei que eu fosse ser... É... Tipo, uma pessoa que gosta de outra do mesmo sexo.Mas e se eu for?
Eu não vejo problema nisso.O único problema é que eu nunca me vi como uma pessoa que ama. Nunca me enxerguei num relacionamento, até porque nunca tive um. Sim. Eu nunca namorei, nunca tive relações com outra pessoa. Eu sempre fui muito fechada e nunca consegui encontrar a pessoa certa, mas agora eu acabei de perceber que o problema não sou eu, e sim quem eu estou procurando. O tipo de pessoa errada, do jeito errado. Mesmo assim, eu ainda tenho medo. Me aproximar da Regina é perigoso, eu sou uma pessoa muito instável, a qualquer momento eu vou surtar e afastar todo mundo de mim, ela não merece isso, será que vai suportar?
Não quero machucá-la, não posso. Já basta o quanto eu machuco a mim mesma.
-Regina?
-Acordou? Você está nessa a quase uma hora.
-Eu perdi a noção do tempo, estava pensando...
-Pensando em?
-Em você. Não. Quer dizer... Eu. Ou melhor, nós.
-Nós? Existe um "nós"?
-Regina, você me beijou. Uma, duas vezes...
-Eu sei. Me desculpe por isso, Srta Swan.
-O que você sente por mim, Srta Mills?
-Eu não sei.
-Me leva em casa? Não precisa ficar lá, pode só me levar?
-Vamos, vou te levar pra casa.
Fomos para o carro e ela dirigiu para o meu apartamento, subimos e entramos. Tirei meus sapatos e sentei no sofá.
-Emma, a quanto tempo você não come algo?
-É... Bem... Assim...
-Você não como desde que eu te trouxe do hospital, não é?
-Eu mal tenho me levantado.
-Eu não doei meu sangue pra salvar sua vida pra você chegar em casa e ficar se matando aos poucos. Levanta e senta aqui perto da mesa, vou cozinhar pra você.
-Aaaf Reginaa, isso é realmente necessário? Eu não vou!
-Emma Swan Blanchard Nolan, isso é extremamente necessário! E se você não vier aqui agora, vai se arrepender!
-Está bem, está bem! Eu me rendo!
-Que ótimo.
Ela começou a fazer um monte de coisa cheio de verduras e umas coisas nojentas, argh! Me deu arrepio só de olhar, eu não como verduras ou legumes, eu definitivamente não vou comer isso!
-Pronto, come pra ficar forte.
-Eu tô cansada, posso ir dormir? Amanhã talvez eu coma...
-Claro que não! Anda, pode comer e aí eu deixo você ir dormir.
Desisti, eu sabia que ela me venceria por cansaço, então acabei comendo tudo, bem, até que não estava tão ruim. Na verdade, estava realmente muito bom. Não sei se é porque eu estava com fome ou porque ela é literalmente uma ótima cozinheira.
Terminei, peguei um copo e enchi um pouco, peguei meus remédios na gaveta e engoli alguns junto com água. Depois de uns segundos percebi que a Regina me encarava muito, e bem, eu fico um tanto quanto incomodada quando as pessoas ficam me encarando.-O que tanto olhas?
-Você toma esses remédios todo dia?
-Sim. As vezes eu tomo umas três vezes por dia, mas depende muito dos dias.
-Ontem eu tomei várias, hoje é a segunda vezes.-Isso não é errado? Não é prejudicial a sua saúde?
-Na verdade, não.
-O único problema é que bem... Esse medicamento é facilmente viciante.
-Mas eu... Eu não sou dependente.-Você não queria ir descansar, não era?
-É sim.
Coloquei o copo na pia e subi pro quarto, entrei no banheiro e passei um tempo lá, um bom tempo. Me vesti e quando saí do quarto vi a Regina sentada na cama, me sentei ao seu lado, deitei, coloquei as duas mãos no rosto tapando-o. Senti a movimentação no colchão e percebi que ela deitou também.
-Regina, eu não quero te machucar.
-E por que você iria?
-Eu sou uma bomba, que vive explodindo. Eu machuco as pessoas com os meus destroços.
-Você é incrível demais pra conseguir me machucar. Duvido que consiga, teria que descer a um nível baixíssimo, e eu não enxergo isso em você.
-O Gold me achou...
-Foi por isso. Por isso eu entrei em surto hoje.-Ele o que?!!!
Disse se levantando.-Como ele te achou?
-O que ele queria?-Na verdade, ele achou você.
-O Gold é um homem esperto e perigoso, Regina. Você é famosa e influente, ele te achou fácil e depois te seguiu eu acho, só sei que ele me achou por você.
-Ele quer me levar pra casa.-Me desculpe, Emma. Eu não quis te prejudicar.
-Ele não vai te levar, aqui é sua casa, e você vai ficar.-Um dia eu ouvi ele discutindo com a Fiona no quarto, sobre mim... Algo sobre fogo, acidente. Mas eu era pequena, quando eu perguntei sobre a briga a Fiona, ela disse que era coisa da minha cabeça, que eu era nova demais pra essas coisas e que eu nunca, jamais, deveria comentar sobre isso.
-Regina, eu acho que o Gold matou os meus pais, e se não matou, tem algo a ver com o acidente deles.-O-o que?
-Eu vou voltar pra Chicago, Regina.
-É muito perigoso pra vocês que eu fique.-Claro que não!
-Eu já te contei que eu não tenho medo de nada nem ninguém?-Se ele voltar, eu irei com ele.
-Não tenho mais a dança, eu não tenho mais por quê ficar e machucar outras pessoas.-Me deixe ser o seu porquê, Emma. Fique e enfrentaremos juntas tudo isso.
Disse segurando as minhas mãos.-Eu não quero que você corra o risco, por favor, não insista, eu não sei resistir a você, não me convença a isso.
Ela passou a mão no meu rosto e colocou uma mexa de cabelo atrás da minha orelha.
-Regina...
-Shiuu!
Ela me beijou, e esse beijo foi como um "Sim, eu vou ficar, e você também vai, eu agora sou o ser por quê."
Aquele beijo durou, senti suas mãos super geladas tocarem meu pescoço, e traçarem caminho até as minhas costas, por debaixo da camisa que eu vestia. Fiquei mais tranquila com aquilo, o medo que antes me cercava foi afugentado pelos braços da Regina, e eu estava amando aquilo. As batidas do meu coração se igualaram as dela, e havia uma grande semelhança de ações e respirações, até que nós separamos quando o ar se fez ausente e necessário.-Você agora tem sua resposta.
-Regina, por favor, não...
-Não quer que eu continue?
-E-eu... S-sim, eu quero, quero mais que tudo!
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Uma vida na ponta.
Fiksi Penggemar*FINALIZADA* A recém formada em jornalismo, Emma Swan, jovem, decidida e com um sonho, decide não seguir a carreira de jornalista e se entrega por inteiro a dança. Regina Mills, não tão jovem assim, empresária, rica e rude tem sua vida virada de ca...