Senhorita Valença.

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Narradora

03:23am.
Auge da madrugada e a insônia perturba a cabeça de Regina, mas essa insônia tem nome, rosto e endereço.
Hope Mills Swan.
Regina está na cama acordada,  olhando pro teto, enquanto Emma dorme tranquilamente com o rosto deitado em seu peito e abraçando a cintura da morena. Regina olha o rosto serene de Emma, a expressão calma e cansada de uma mulher famosa, de rotina cheia, e pensou na sorte que ela tem por tê-la alí, tão sua, só sua. Desde o aniversário de Hope onde Regina se declarou, a alguns meses atrás, ambas tem vivido um conto de fadas, teria como estarem melhor? Emma havia manifestado o desejo imenso de ser mãe novamente, já Regina relutou um pouco, mas depois de umas semanas, esteve apoiando totalmente a sua esposa.

Depois do processo de inseminação, agora anseiam pelo resultado do teste, que provavelmente fariam logo.
Agora vamos ao motivo de tanta inquietação de Regina...
Hope anunciou a todos que havia sido aprovada em 4 universidades diferentes, ela e alguns amigos. Em comemoração a isso, todos saíram desde cedo para beber e comemorar.
03:57am.
"Ela apenas saiu com os amigos, está tudo bem."
"Não, algo aconteceu, Hope é responsável demais pra ficar até essa hora na rua sem mandar mensagem ou ligar."
"Esquece, Regina, ela já é adulta, não te deve satisfações da sua noite de diversão."
"Óbvio que não, ela nunca faz isso. Sabe que tem uma mãe paranóica demais, sempre me deixa a par de tudo."
Era assim que a cabeça dela estava dividida, lado mãe e lado racional. Fechou os olhos e respirou fundo, decidida de que iria dormir. Deu uma última olhada no relógio, beijou o topo da cabeça de sua esposa e relaxou o corpo.

Alguns minutos de distância dalí, estava Hope, totalmente bêbada (o que é estranho, já que ela não bebe), numa balada com os amigos. Ela está sentada no banco, de frente ao balcão, com um copo cheio na mão, sem a mínima vontade de bebê-lo, apenas olhando com nojo e tentando tomar coragem pra virar aquilo de uma vez. Não foi ela quem pediu aquela dose, não foi ela que decidiu estar alí, na verdade nem sabia como raios foi parar nessa balada. Respirou fundo e levou o copo a boca, seu corpo enrijece ao sentir a dose forte e gelada queimar a sua garganta. Antes que terminasse, viu uma mulher loira sentar ao seu lado. Levou o copo de volta ao balcão e retribuiu o olhar que estava recebendo.

-Eu conheço você?
Perguntou, embaralhando as palavras por conta do efeito do álcool.

-Não, querida, mas eu conheço você, Hope Valença.

-Valença? Esse não é meu nome.

- Sim, é seu nome. Ou na verdade, era. Antes de Regina estragar você com esse sobrenome.
-Aaah, aliás, eu me chamo Malévola. Ou Mal, como você preferir.

-É... Malévola? Meu Deus, acho que bebi demais, é melhor eu voltar pra casa.

Ela levanta mas é impedida de sair quando seu pulso foi segurado, com força.

-Ainda não terminamos essa conversa, Senhorita Valença, mas fica pra próxima.

A mulher larga o braço de Hope, e a mesma logo em seguida liga apressadamente pra Regina, que chega lá em poucos minutos.

-Querida! Você me deixou preocupada, já são quase cinco da manhã.

Elas entram no carro e a Regina dirige pra casa.

-Desculpa, eu não... Não sei o que aconteceu.

-Pelo jeito você sofreu um trote, seus amigos te embebedaram e gastaram seu dinheiro, acontece com todos.

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