Garota de óculos.

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Emma Swan
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Mais de sete da manhã e no momento eu me encontro super atrasada para o trabalho. Depois de atacar a fivela dos saltos, me levanto, pego a minha bolsa e caminho até a porta, quando apoio a mão na maçaneta, ouço alguém do lado de fora batendo na mesma. Abro e vejo uma mulher linda, alta porém um pouco mais baixa que eu, pele negra, com o cabelo preso num rabo de cavalo perfeito, óculos escuros e uma expressão séria. Ela levantou a carteira aberta, e dentro dela havia um distintivo.

-Bom dia! Emma Swan?

-E-eu mesma...

-Eu me chamo Úrsula, e esse é o meu parceiro James. FBI. Precisamos que nos leve até a sua esposa.

Calma, ela estava acompanhada? Eu juro que não vi, meus olhos estavam perdidos na beleza dela.

-FBI? O que o FBI quer com a Regina?

-Precisamos falar com ela.

-Boa sorte então, ela está no escritório. São as portas duplas gigantes, antes da escada. Venho tentado ter algum contato com ela a dias.
Falo abrindo mais a porta pra que eles passassem.

Ambos adentraram a casa e pararam de frente as portas do escritório. Fui atrás.

-Regina Mills? FBI. Precisamos de algumas informações.

Os estalos dos saltos de Regina foram ficando mais próximos, ela abriu as duas portas de uma só vez, numa saída triunfal, digna de uma rainha. Vestia um vestido tubinho preto, totalmente colado, valorizando mais ainda suas curvas maravilhosas, um salto preto, cabelos soltos (que cresceram muito desde o aniversário de Hope, a três meses atrás), e o seu inseparável batom vermelho-sangue destacando seus lábios. No seu olhar havia ódio, eu podia jurar que vi fogo saindo de seus olhos.

-Vocês querem saber sobre Malévola, estou certa?

-A senhora foi vista com ela no dia 23 desse mês, confirma? Qual a sua ligação com ela?

-Entrem, tudo que vocês precisam saber está naquela caixa em cima da mesa.

Eles entraram no escritório, Regina me deu um olhar de despedida e trancou novamente as portas. Senti uma enorme corrente de raiva acelerar meu coração.

Eu odeio isso.
Odeio que ela me exclua.
Odeio que ela não confie em mim.
Odeio não poder tocá-la.
Odeio não poder conversar com ela.

É isso. É incrível como a pessoa que mais me faz bem no mundo, consegue ser também a pessoa que mais me faz mal. Ela é uma idiota por achar que não pode confiar em mim pra me contar o que está acontecendo, ou talvez eu seja a idiota, por estar falando isso sem saber o que está realmente se passando. Tudo que eu queria agora era botar tudo isso pra fora, gritar tudo isso a Regina e depois abraçá-la. Mostrar toda a minha raiva e toda a minha indignação, mas que ao mesmo tempo esses dias de distância me destruíram mais e mais, porque eu a amo mais que tudo, porque meu coração grita seu nome a cada batida. Sem ao menos perceber, eu já estava chorando. Toda a postura durona e sexy de uma Emma Swan totalmente empoderada que eu mantinha a 5 minutos atrás, se esvaiu completamente. Saí de casa e caminhei até o carro, lá me permitir desabar. Chorei. Chorei mais. Chorei mais um pouco. Chorei enquanto dirigia, gritei enquanto minha voz era abafada pelo som alto, esmurrei o volante enquanto o carro estava parado, e me senti uma completa imbecil por isso. Cheguei na companhia com 1h e 50 min de atraso, meus olhos estavam inchados e minha cabeça doía. Por que raios eu estou assim?

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