Conhecendo os Lee

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Louisa estava de pé bem cedo, ansiosa com a viagem, animada em poder viajar com Gwilym, otimista sobre como seria seu dia. Seria apenas um dia que eles passariam com os Lee, mas Louisa esperava que fosse suficiente para conhecer a família e se enturmar, na melhor das hipóteses. Outra vez, ela acendeu o otimismo e continuou esperando por Gwilym. A campainha a fez se levantar, correndo para atender.

-Bom dia, meu amor - disse ele assim que a viu.

-É realmente um bom dia quando a primeira pessoa que eu vejo hoje é você, Gwilym - Louisa tentou um gracejo, o que fez o namorado corar.

-Obrigado - ele murmurou, lisonjeado.

Sem mais demora, eles desceram juntos, e Gwilym abriu a porta de seu carro do lado esquerdo, pra que Louisa sentasse ao seu lado. Em seguida ele tomou seu lugar ao volante e assim eles iniciaram a viagem. Foi ela quem teve a ideia de ir até Birmingham de carro, era seu jeito preferido de viajar, e Gwilym logo aceitou a sugestão.

-Pegar a estrada me traz tantas lembranças... - Louisa puxou o assunto, sentindo-se nostálgica.

-Mesmo? Como o que? - Gwilym gostaria de ouvir histórias que eram especiais para a namorada.

-A gente sempre ia pra casa dos meus avós assim - Louisa explicou - mamãe amava organizar essas viagens e meu pai sempre dirigia, eu sentava do lado do Jimmy e a gente vinha conversando e tudo parecia tão normal, mas tão maravilhoso, mesmo sendo simples...

-Mas são coisas simples que tornam a vida maravilhosa - Gwilym acrescentou.

-E esse é seu lado Shakespeare falando - Louisa brincou - mas tem razão, meu amor, tem razão.

-E o que mais você fazia na casa dos seus avós? - ele quis saber mais.

-Em Hampton nós íamos direto pra praia, teve um dia que foi ótimo, passamos a tarde inteira lá - ela sorriu diante da lembrança - teve uma hora que começamos a jogar areia um no outro e meu pai correu atrás da minha mãe brincando...

-Parece bem legal, nós podíamos ir pra lá, no próximo feriado - Gwilym sugeriu, animado pelo que ela contou.

-Calma, Gwil, essa viagem de agora nem acabou e você já tá pensando na próxima - ela teve que rir.

-Desculpa - ele disse, mas rindo.

-Não, tudo bem, gostei do seu entusiasmo, me lembra o meu vô Tony - Louisa teve outra lembrança - ele amava soltar pipa, e ensinou a gente a soltar pipa, sinto tanta falta dele...

-Você teve avós incríveis - Gwilym comentou.

-Pois é, tive sorte de ter tempo de conhecê-los - Louisa suspirou - o vô Harold faleceu quando eu era muito pequena, depois a vó Ruth, esposa dele, mas eu já era adolescente, meu vô Tony se foi faz seis anos, mas a vó Maggie ainda está viva, morando em Leeds.

Louisa se sentiu um pouco triste pela saudade, por lembrar de parentes tão amados, mas que não estavam mais presentes. Sua expressão murchou um pouco ao se lembrar deles e, Gwilym, percebendo isso, teve uma ideia para animá-la.

-Se importa se eu ligar o rádio? - ele perguntou, delicadamente.

-Não, de jeito nenhum - ela balançou a cabeça, sorrindo - aliás, se você não se importar, meu amor, eu trouxe algo pra essa ocasião.

Louisa tirou a bolsa do porta-luvas e de dentro da bolsa, tirou um CD.

-Faz tempo que não vejo um desses - Gwilym comentou.

-E essa é a versão atualizada da versão original - Louisa contou, observando o disco em sua mão.

-E o que seria a versão original? Vinil? - ele continuou tentando adivinhar.

Evitando o InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora