Cassie's been waiting too long

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Me chamo Cassie Inglesias Quintanilha e não vivo a minha melhor fase como os adultos sempre destacam ao lembrar das suas épocas de colégio.
Quando completei nove anos de idade fui adotada por Verônica Inglesias e Larissa Quintanilha. Elas se comoveram com a minha história. Na verdade boa parte de Manhattan se comoveu. O paradeiro dos meus pais é tumultuado. Principalmente do homem que carregava tal título injustamente. Ele é mais um caso de alcoólatra agressivo, esse que foi responsável pelo terrível fim da minha mãe. Ela faleceu sem chance de despedidas, com muitas distribuições de pancadas pelo rosto. Meu pai não diminuiu seus esforços brutais segundo os policiais. Dou graças a Deus por não ter presenciado tal atrocidade. Horários escolares nunca foram tão úteis. Segundo os policiais meu pai batia de contra a cabeça da minha mãe usando uma garrafa de uísque. A cena era digna de filmes de terror. Não me deixaram entrar em casa. E em menos de quatro horas eu já estava aparecendo em todas as notícias da tv. Fui parar no maior orfanato do Brooklyn depois que aquele tumulto se aquietou. Quer dizer, só não aquietou para o meu pai que ganhou o merecido pela justiça. Uma longa duração na prisão.

Tenho alguns flashbacks da forma como vivia em meio aquela guerra dos dois. Sem perspectiva de vida e quem sabe futuramente adepta ao vício. Minha mãe sofria na mão dele, e não tardaria toda aquela raiva respingar em mim. Ir para o orfanato salvou a minha vida se for parar para analizar friamente.

Minha história começou ali, significativamente quando Verônica e Larissa entraram no orfanato. Eu finalmente pude ter uma família e muitos amigos verdadeiros ao redor. Ganhei um lar, ganhei um futuro, ganhei uma oportunidade privilegiada.

Apesar dos bens matérias e todo aquele amor ao qual recebi das minhas mães, nos últimos anos não vivíamos um perfeito mar de rosas.

Comecei a desmoronar quando minha mãe cedeu aos vícios do meu pai. Larissa Quintanilha tinha traços de alcoólatra, e isso não era segredo para ninguém.

Associar aquela grande virada acabou mexendo com os meus traumas do passado. Não queria perdê-la para o vício. Trazer à tona tal dependência se fez presente ao longo da minha infância e adolescência. Larissa teve quatro recaídas. E agora completava a sua quinta. Essa ao qual não fui capaz de simplesmente só gerar apoio e cair novamente naquela conversa fiada de mudanças.

Pela primeira vez não confiava nas palavras da minha própria mãe. Dói em dobro saber que todas as suas promessas foram em vão, ela mentiu pra mim. Me deu esperanças que a teria de lhe volta, mas tudo seguiu caminho para o lixo.
A minha falta de papas na língua e aprovações, resultava sempre em discursões todas as vezes que a dona Inglesias insistia falsamente que a acompanhasse nas visitas para Quintanilha. Eu simplesmente não conseguia encarar seus olhos. Não é justo. O pior daquele transtorno era lidar com Verônica chorando pelos cantos da cobertura somados a saudade da fase sóbria da minha mãe.

Eu enfrentava a batalha mais desafiadora da minha vida e sinceramente não tinha esperanças quanto a libertação da minha mãe com seu vício terrível.

We're back, bitches! (Terceira parte de NYB) Onde histórias criam vida. Descubra agora