Capítulo 7

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"Eu não posso dormir e levanto todas as noites.

Por trás dessas lágrimas eu tento sorrir.

Eu sei que o toque de sua mão.

Pode salvar minha vida."

Be with you – Enrique Iglesias.



— Está pronta para a gente ir para a minha casa? — perguntou Caio enquanto eu comia arroz com presunto, queijo e farofa, um dos pratos da merenda da escola e um dos meus preferidos ali.

Decidi almoçar ali por que não queria chegar na casa dele com a barriga vazia, iria morrer de vergonha de comer na casa dele.

— Já acabei agora, vou só pegar a maçã de sobremesa e podemos ir.

— Não seja por isso, imaginei que você iria querer uma e já a trouxe junto comigo quando peguei meu prato. — arregalei os olhos pela surpresa e ele sorriu.

— Obrigada pela gentileza! — ele me estendeu a maçã bem vermelha exatamente como eu gosto de comer, e eu dei uma mordida nela, ele ficou me observando comê-la e eu fiquei encabulada.

— Não vai comer a sua?

— Vou sim, só gosto de observar, não posso? — ele estava com a mão direita segurando seu queixo demonstrando que estava pensativo.

— Fico sem jeito assim, tá me estudando, por acaso?

— Você é interessante, só isso. — minhas bochechas coraram, e eu me senti uma boba. Por que raios ele causa isso em mim?

— Tá uma delícia a maçã de hoje, não é? — desconversei para tirar toda atenção de cima de mim antes que eu fizesse alguma merda que me arrependesse depois.

— Ela tá doce como uma garota que eu conheço, só não se um dia ela vai me deixar provar seu gosto.

— Garota de sorte essa aí! Aposto que ela iria gostar de um cara simples, autêntico e de atitude. — provoquei.

— Tua casa é muito longe? Não conheço esse bairro a não ser de ouvir falar.

— É mais perto da escola do que o seu, te garanto. Vem comigo que meu tio já deve ter chegado pra buscar a gente, e nos espera no estacionamento aqui da escola.

Ele pegou em minha mão e eu senti seus dedos tocarem os meus, de repente, novamente minha respiração ficou ofegante, meu coração retumbava no peito e nada mais importava.

Alguns minutos se passaram e encontramos um Honda Civic prata estacionado na escola, ouvimos alguém chamar por Caio e logo percebi que se tratava do seu tio.

— E aí moleque? Nova namorada essa? — perguntou o homem que tinha os braços todos cobertos por tatuagens diversas, olhos escuros e cabelos longos. Ele usava uma camisa preta de uma banda de rock que notei que era gun's and roses, e  calça jeans escuras.

— Essa é só uma amiga minha,  a Estela. A gente vai ensaiar para a peça de Hamlet que eu te falei esses dias, lembra? — disse  Caio um pouco sem graça pelo comentário do tio.

— Beleza, eu sou Théo, prazer em te conhecer Estela. — ele me deu um beijo no rosto de maneira educada.

— O prazer é meu Théo, gostei da camisa por que gun's é uma das bandas que curto também.— respondi.

As coisas que eu odeio amar em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora