Capítulo 15

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"E quando chorar.

Do chão não vai passar.

Quem sete vezes cai levanta oito.

E quando chorar.

Tristeza pra lavar.

Num ombro cai metade do sufoco.

Pode esperar.

O tempo nos dirá.

Que nada como um dia após o outro".

Um dia após o outro – Tiago Iorc

Caio escolheu não me assumir como sua namorada na escola, pois achava que se isso acontecesse atrairia a atenção de pessoas que poderiam atrapalhar o nosso relacionamento, e eu suportei isso nos primeiros meses sem reclamar. Quando eu o via pelos corredores agia como uma mera colega sem demonstrações de afeto fora do normal, ou seja, nada de abraços, beijos ou mão dadas.

Eu precisei me esforçar para me controlar quando sentia vontade de arrancar os cabelos de algumas garotas atiradas que viviam rodeando ele, mas eu não podia fazer a namorada ciumenta por que ele iria detestar isso, então eu contava até dez mentalmente para não virar o giraya por ali, respirava fundo e saía de perto toda vez que isso acontecia.

Cat odiava o que Caio fazia comigo, agia como se a gente não fosse nada na escola, mas fora do colégio voltava a ser o namorado perfeito, e isso começava a me incomodar. Eu queria entender os reais motivos dele para isso, era vergonha por que eu era nerd demais? Ou era por causa da rixa entre nossos cursos?

Semanas se passaram desde a nossa primeira vez juntos e repetimos algumas vezes e ele me despertou sensações que nunca imaginei que pudesse sentir, mas aquela situação não podia mais continuar assim, até quando nosso namoro seria escondido?

Quando terminou a aula naquele dia pedi a ele que me encontrasse nos fundos da escola onde a gente se beijou pela primeira vez, e ele foi até o local conforme o combinado pelo WhatsApp.

— Caio, a gente precisa conversar.

— O que aconteceu amor?

— É sério que vai continuar fazendo esse joguinho?

— Do que está falando, Estela?

— A gente vai completar quatro meses de namoro e até hoje não me apresentou a nenhum dos seus amigos.

— O que isso importa? Eu já conheço a sua mãe e você conhece meus pais, está tudo certo.

— Eu pensei que você manteria nossa relação escondida até preparar o terreno e contar para os seus amigos, mas pelo visto isso não vai acontecer.

— Você não ia querer conhecer o pessoal, eu te garanto, não ia aguentar a pressão da zoação deles.

— Então você não me assume por causa da maldita rixa entre nossos cursos ou tem vergonha de mim? É por que não sou descolada e nem popular? É por que sou nerd demais? Qual o problema comigo, caramba?

— Calma! Desencana, gata. Você está vendo coisa onde não existe, para com isso. — Caio tentou me abraçar, mas eu não deixei que ele me tocasse.

— Não vou me aquietar enquanto um monte de meninas dá em cima de você que nem urubu em volta de carne fresca, e eu não posso fazer nada a respeito.

As coisas que eu odeio amar em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora