Capítulo 4: Nove.

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 — O que faremos com ele? — pergunta Markus.

Todos ainda estavam desconfiados do RK900, mas sem ordens expressas ou um mestre para seguir, estando ainda preso em sua programação, ele decidiu seguir as ordens do Markus. "Você é o líder, afinal", RK havia dito, "Seguirei suas ordens." Sendo assim, ele concordou em não atacar mais nenhum divergente. Mas eles poderiam acreditar nas palavras de uma máquina? Bem, eles teriam que testar.

Depois de toda aquela confusão, Josh e Connor foram levados ao hospital nos andares subterrâneos da Torre. Josh precisava de um braço novo e Connor de alguns remendos aqui e ali. Eles estavam em uma das salas mais reservadas. Connor estava deitado sobre uma maca de aço inoxidável, uma luz forte sobre ele, cabos foram ligados a ele e conectados a computadores, e seu tórax estava aberto, expondo todos os fios, LEDs e válvulas que formavam o seu ser não orgânico.

Josh já estava com seu braço novo, e no momento, ele, North e Markus formavam um semicírculo a uma distância respeitável de Connor, que estava em suspensão enquanto os androides engenheiros tratavam de concerta-lo. Eles sussurravam um para o outro e, de vez em quando, olhavam através da janela de vidro só pra ter certeza de que RK900 ainda estava perfeitamente sentado na sala de espera, e não arrancando cabeças de divergentes por ai.

— Bem... você é o líder. — responde Josh — Esperávamos que você resolvesse esse problema.

— Eu sei! — Markus cruza os braços — Mas é uma situação muito mais complicada do que eu imaginava. — ele olha para o androide sentado do lado de fora.

— Talvez nós poderíamos desliga-lo. — responde North — Pelo menos por enquanto. Não é como se ele se importasse, de qualquer maneira. — Josh olha pra ela horrorizado e Markus ergue uma sobrancelha, mas não diz nada.

— Como você pode sugerir uma coisa dessas, North!? — diz Josh — Mesmo que ele não seja um divergente, ele ainda é um de nós! Não podemos desliga-lo como se fosse uma coisa qualquer!

— Josh tem razão, não podemos fazer isso. — Markus responde.

— Então o que vamos fazer? Ele é perigoso, Markus. — protesta North erguendo a voz — Ele não é confiável e se não podemos converte-lo, não podemos deixa-lo vagando por ai sem supervisão!

— Ele não estará sem supervisão. — Connor responde sentando-se na maca e abotoando a camisa arruinada. A gravata não era importante agora — Vou ficar de olho nele.

— O que? — pergunta Markus, transmitindo a confusão de todos os outros. Agora que os engenheiros tinham ido embora, eram apenas os quatro na sala.

— Ficarei responsável pela supervisão do RK900. — explica — Ele ficará sob os meus cuidados até decidirmos o que fazer com ele.

— O QUE!? — os três dizem em uníssono.

— Connor, acho que você teve alguns dados de memória corrompidos durante a luta. — diz North, aproximando-se dele a passos firmes. Markus e Josh ainda estava tentando processar a informação — Ele quase te matou!

— Eu detesto concordar com a North, mas ela tem razão. — comenta Josh — Mesmo não tendo recebido ordens explícitas, ele tinha como objetivo eliminar você. E se ele tentar novamente?

— Ele não vai. — Connor desvia o olhar para o androide no banco de espera do lado de fora. RK900 não havia se movido desde que chegaram a duas horas atrás — E se acontecer, cuidarei disso.

— Podemos... supervisiona-lo em Jericho. — discorda Josh, Markus apenas observava toda a troca de seu lugar encostado na parede.

— Seria ainda mais perigoso. — Connor discorda completamente, North andava de um lado para o outro com as mãos na cintura e as sobrancelhas franzidas — Uma máquina em um lugar com tantos divergentes... Se as coisas derem errado, as consequências serão ainda mais desastrosas.

Eu, Amor (EM HIATO TEMPORÁRIO)Onde histórias criam vida. Descubra agora