Capítulo 9: Calmaria Antes da Tempestade.

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06 de Dezembro de 2038 – 23:10 PM.

Residência de Hank Anderson.

Aquele estava sendo um longo e cansativo dia. Nove foi oficialmente nomeado como o novo parceiro do detetive Reed e os dois agora estariam trabalhando com Hank e Connor no caso dos divergentes desaparecidos. E como era de se esperar, ninguém estava muito feliz com isso.

"Não quero ouvir mais nenhuma reclamação sobre o assunto!" esbravejou Fowler "Jericho quer respostas, e é por isso que estou entregando este caso nas mãos dos meus melhores agentes!"

Então, depois disso, o dia se arrastou a passos de tartaruga. Ocasionalmente, Nove trazia café para Reed, mas no mais, ele fazia o seu trabalho em silêncio enquanto Gavin e Hank trocavam farpas entre si. O detetive até mesmo decidiu cobrar Connor sobre o que havia acontecido mais cedo. "Seu gêmeo bizarro fritou meu celular novo, e isso não vai ficar assim!"

Mas agora eles estavam de volta ao sossego e conforto de seu lar.

Hank tomava uma cerveja enquanto assistia a uma partida de basquete, mas o time pelo qual ele estava torcendo estava perdendo miseravelmente. Enquanto isso, Connor preparava uma refeição rápida para a noite. O tenente havia perdido as contas de quantas vezes havia dito ao androide que não era necessário agir como uma empregada doméstica. Mantendo a casa em ordem, cozinhando e todo tipo de coisa que androides domésticos faziam.

"Ainda não estou morto, posso cuidar de mim mesmo!" Mas Connor descobriu que realmente gostava de fazer isso. Ele achava as atividades domésticas relaxantes. Era uma coisa estranha de se dizer, mas era bom deixar o trabalho de lado de vez em quando.

Como de costume, Nove estava em seu lugar na cozinha, observando Connor jogar os ingredientes especialmente selecionados dentro da panela, enquanto cantarolava uma melodia a qual o RK900 desconhecia. Desta vez, Connor não havia o chamado para ajudar, mas mesmo assim, Nove levantou-se de seu lugar de costume, arregaçou as mangas de sua jaqueta branca e começou a lavar a louça.

— Humm... São só alguns pratos, você não precisa se preocupar com isso. — diz Connor, colocando dois dedos na sopa e levando-os a língua, provando.

— Eu quero ajudar. — essas são as palavras monótonas do androide. Com os dedos ainda dentro da boca, Connor olha para Nove com as sobrancelhas ligeiramente erguidas, seu LED girando e piscando em amarelo enquanto processava a informação. Era uma atitude simples, mas era um bom sinal, pois Nove havia escolhido fazer isso por vontade própria.

— Então, obrigado. — Connor retorna a sua sopa com um leve sorriso nos lábios.

— Não há de que.

Os dois trabalharam por alguns minutos em silêncio, ouvindo o borbulhar da sopa e os xingamentos de Hank na sala de estar.

— Eu não acredito nessa porra!! Era só passara a merda da bola... PASSA A PORRA DA BOLA SEU FOMINHA FILHA DA PUTA!!

Connor ria baixinho da indignação de seu amigo humano, e Nove encontrou-se observando aquele sorriso. Era realmente um belo sorriso... O LED de Connor piscou rapidamente em amarelo quando ele percebeu que estava faltando um ingrediente que ficava guardado na parte de cima do armário, em frente a Nove.

— Ah... Com licença. — Connor passa as mãos pelos ombros do androide mais novo, como uma forma de dizer que ele não precisava se mover, e uma de suas mãos permanece ali enquanto ele põe-se nas pontas dos pés para alcançar o ingrediente no armário. Para Connor, aquele foi um gesto sem importância, mas para Nove...

Eu, Amor (EM HIATO TEMPORÁRIO)Onde histórias criam vida. Descubra agora