Eu, Amor (EM HIATO TEMPORÁRIO)

Capítulo 23: Conte-me uma História.

NOTA DA AUTORA:

Acharam q os capítulos GIGANTES tinham acabado? Acharam errado! kkkk

Elijah Kamski era um jovem prodígio, uma mente brilhante ainda na terna idade... Mas ainda assim, ele foi obrigado a cursar a faculdade, já que a sociedade acreditava que sua inteligência só era válida com um diploma. Vincent Shelby também era um garoto talentoso e dono de uma inteligência invejável, porém... não foi ele quem ganhou o título de "Mente do Século" alguns anos mais tarde.

Os dois se conheceram na Universidade de Colbridge durante as aulas de engenharia mecânica, e imediatamente sentiram uma espécie de conexão. Os garotos nerds e introvertidos porém geniais, rapidamente tornaram-se grandes amigos, e quando finalmente se formaram – mais cedo que os outros alunos da faculdade, diga-se de passagem – Kamski convidou Shelby e a renomada professora de I.A, Amanda Stern, para fazerem parte de um antigo e ambicioso projeto: assim nasceu a CyberLife.

Anos se passaram, e o protótipo RT600 apelidado de "Chloe", provou que o sonho enfim havia se tornado realidade. O futuro não estava mais restrito aos livros empoeirados de ficção científica e jogos cyberpunk. A CyberLife estava crescendo e logo mudaria o mundo! Afinal... todos mereciam felicidade.

Mas então, Amanda ficou doente. O diagnóstico? Câncer de pulmão. Ela era uma mulher orgulhosa e sabia que a doença seria o seu fim mais cedo ou mais tarde, e não havia nada nesse mundo que poderia salva-la. Quando Elijah descobriu, não havia mais nada que ele pudesse fazer.

"Vivi uma boa vida, Elijah... Agora deixo o esplendor do futuro para mentes brilhantes como a sua." Ela disse quando estava internada no hospital em um estado muito delicado "Não ouse me decepcionar."

"Eu não vou." Elijah prometeu, sentado ao seu lado naquele dia, com os olhos marejados, fazendo o possível para segurar as lágrimas.

Amanda morreu dois dias depois dessa conversa.

E talvez tenha sido aí que os problemas começaram.

Alguns meses se passaram, Kamski estava trabalhando no projeto de uma nova I.A autônoma quando notou que havia algo errado com Vincent. Inicialmente, ele pensou que fossem as drogas – Rubrite era praticamente um efeito colateral da existência de androides –, mas então Elijah percebeu que era algo muito pior: ganância.

Naquela época, a CyberLife era focada em tornar a vida das pessoas melhor, mais fácil, por esse motivo, seus androides eram voltados para assistência doméstica, trabalhos braçais, cuidadores, parceiros íntimos, crianças perfeitas para aqueles que não podiam ter filhos... Isso era a felicidade, mas para Vincent, não importava.

"Felicidade... Felicidade não dá dinheiro, Eli!" Vincent reclamou um dia. Eles estavam no escritório de Kamski na Torre CyberLife – a qual ainda não estava finalizada – e o homem de cabelos ruivos andava de um lado para o outro antes de apoiar as mãos sobre a mesa de mogno. Kamski analisava um novo projeto e não se incomodou em olhar para ele.

"Não me importo com o dinheiro." Ele responde, sem tirar desviar os olhos dos hologramas.

"Você continua dizendo isso, mas eu te conheço muito bem." Vincent mexe no pote de canetas elegantes e pega uma "Gosta de mimos." Elijah toma a caneta das mãos dele e volta ao trabalho "Esqueça essa história maluca de... 'todos merecem felicidade'. Sabe o que dá lucro de verdade? Guerra."

"..." Kamski não diz nada, apenas olha para Vincent com o rosto em branco por trás de seus óculos de armação escura, enquanto um grande sorriso cheio de dentes corta as feições afiadas do ruivo "Não."