Capítulo 8: Dos Mortos.

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06 de Dezembro de 2038 – 08:24 AM.

Em algum lugar de Detroit, a caminho de Belle Isle.

Hank se prontificou a levar Connor e Nove para a Torre CyberLife antes do trabalho naquela manhã. Até aonde ele sabia, eles irião tentar resolver o problema da voz do RK900. Hoje o sol brilhava através das nuvens, refletindo sobre a neve acumulada sobre as calçadas. Algumas pessoas até se arriscavam a sair de suas casas e respirar um pouco de ar puro.

Connor ligou o rádio e sintonizou em uma estação de Jazz, cantarolando a música enquanto lia as notícias do dia em seu tablet e respondia/enviava algumas mensagens mentalmente. Merda... Hank invejava essa habilidade multitarefa dos androides. A vida seria tão fácil...

Olhando para o retrovisor, ele vê Nove observando a paisagem urbana. Quando saíram de casa, o androide havia se sentado rígido e tão comportado como sempre, mas agora, alguns minutos mais tarde, Hank não podia deixar de compara-lo a uma criança pequena e curiosa. Ou Sumo, quando era levado a um passeio no parque. Mãos contra o vidro da janela, olhos atentos a tudo, porém um rosto vazio de emoção.

— Você nunca esteve fora, não é? — Hank pergunta, recebendo a atenção do androide mais novo — Quanto tempo você ficou naquela Torre?

— Desde o dia em que fui ativado. — responde — Isso foi a um mês e 6 dias. — Nove parece tornar-se consciente se sua postura e volta a sentar-se de forma rígida novamente. Connor estava prestando atenção na conversa, mas permaneceu em silêncio.

— Então você nunca viu o mundo?

— Nós...sabemos como é o mundo, mas confesso que vê-lo pessoalmente é uma experiência completamente diferente. — os olhos frios desviam-se para a janela novamente.

— Talvez a gente possa dar uma volta pela cidade algum dia. — sugere Connor — Te mostrar a vizinhança.

— É uma ótima ideia. — Hank concorda — Sumo está precisando dar uma volta.

*** *** ***

20 minutos mais tarde – Torre CyberLife.

Um mês tinha se passado desde aquela noite em que Hank havia sido sequestrado pelo falso Connor e levado até a Torre CyberLife. Apenas um mês, mas parecia uma eternidade! Tanta coisa havia acontecido... E esta era a primeira vez que o tenente iria pôr os pés ali desde a revolução.

— Você tem certeza disso? — Hank questiona, assim que estacionam o velho carro em frente a Torre — Pensei que Markus havia dito que a entrada de humanos aqui era proibida.

— Sim, ele disse.

— E não vai causar problemas se eu entrar lá?

— Digamos que você é um convidado especial. — Connor olha para o humano com um sorriso divertido, mas Hank o encara com confusão enquanto Nove apenas observava a troca em silêncio no banco de trás — Parabéns! Você será o primeiro humano a entrar na Torre CyberLife.

— Por que eu? — Hank estava incrédulo.

— Bem, você ajudou com a revolução. — Connor encolhe os ombros e Hank bufa.

— Eu apenas arrebentei a cara do Parkins, não foi grande coisa. — o tenente sorri divertido, abrindo a porta para sair do carro e os androides o seguem — Maldito inverno... — reclama, erguendo a gola do casaco em uma tentativa fútil de proteger-se do vento gelado. O sol dava tudo de si, mas ainda assim, não era o suficiente.

— Bom dia, rapazes! — North os cumprimenta assim que entram no saguão.

— Olá, North. — Connor a cumprimenta de volta — Onde está o Josh?

Eu, Amor (EM HIATO TEMPORÁRIO)Onde histórias criam vida. Descubra agora