9 - Chuva.

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ROBIN.

Robin estava desesperada, tomou um baita susto ao ver um cadáver dentro do buraco na árvore. O corpo estava todo desfigurado, comido por formigas, sujo e fedendo. Mas, apesar de tudo, Robin pôde identificar traços femininos. Havia visto o cadáver 5 minutos atrás, depois disso correu 20 metros e se escondeu para pensar. Respirava ofegante, punha as mãos na sua cabeça como se tentasse estimular seu cérebro para ele trabalhar melhor, mas as batidas de seu coração não deixavam. Ouviu passos correndo pela floresta e seu coração bateu ainda mais forte, ficou paralisada, sem reação. Conseguiu ver Pocahontas correndo distraída. Robin esperou alguns segundos e caminhou na direção contrária, agora com as mãos no peito como se tentasse parar os batimentos cardíacos com sua própria mão. "Se eu tiver um ataque aqui estou frita" eram seus prováveis pensamentos. Respirou fundo 3 vezes e com o coração ainda acelerado, decidiu que já estava bem o suficiente para descobrir quem era a pessoa no buraco da árvore e foi em direção ao local novamente. Robin era religiosa, mas pouco, não era de acreditar muito em fantasmas, o que não a impedia de ter medo.

Jogou sua mochila na raiz da grande árvore e novamente engatinhou para entrar, lá estava a mesma cena de mais cedo, um cadáver fétido e desfigurado, com o rosto devorado pelas formigas e outros bichos. Era claramente uma mulher, estava com uma jaqueta vermelha e calça da mesma cor, com detalhes pretos, um sapato preto e meias brancas. "A roupa dela brilha". Seu rosto estava doente e branco, mas branco não era a cor natural dela. Robin demorou para perceber, mas naturalmente sua mente fez a conexão. "Meu Deus, só falta ela levantar e dançar o thriller agora".

Remexeu o cadáver, vasculhando os bolsos e o corpo tombou para o lado, assustando ela, que recuou. O medo retornou, mas ela não se deixaria dominar. Voltou a mexer nos bolsos do corpo até achar uns papéis, lá estavam fotos do Michael Jackson, uma medalha de segundo lugar e um distintivo da academia de polícia da Bahia, nesta estava escrito Agente Mary.

Robin já tinha ouvido falar, mas nunca tinha conversado com ela. De qualquer forma, nada ali seria útil, voltou a pegar sua mochila e olhou pra cima, o céu escurecia. Viria chuva por aí, de onde Robin veio não era muito comum, mas ela sabia que precisava de abrigo, e logo. Caiu uma gota de água em sua testa e este foi o estímulo que precisou para voltar a correr em meio a floresta fechada.

JACK E TED.

Saí na cara do gol, goleiro veio bufando, driblei ele e só empurrei, gol de placa! A torcida foi a loucura. — Contava Ted.

— Isso era o que eu mais fazia, me chamavam de Jack The Bullet. — Jack se gabava. 

Os dois conversavam e riam enquanto caminhavam pela floresta. Falaram de documentários sobre sereias, cenário competitivo de league of legends e o tema do momento era futebol. Mas o assunto logo mudou e eles passaram a tramar estratégias para o jogo.

Okay! Vamos combinar que ambos jogamos bem, meu bom homem. Agora temos que achar um lugar pra dormir, tá com cheiro de chuva. Consegue sentir? — Jack disse apontando pro céu, que ia se fechando aos poucos.

 Sim, tem razão, o que tu acha de fazer um... Pera, olha. — Ted apontou pra um acampamento vazio, cheio de pegadas humanas e não humanas, frutas jogadas por todo lado e ocas montadas — Que sorte, meu irmão!!

Se entreolharam aos risos e correram explorar o mini acampamento. As ocas estavam vazias, mas, perto delas haviam latas vazias de feijão, uma mochila e garrafas de água. Os dois se animaram, tinham agora recipientes para guardar seus mantimentos, além de ocas para se esconder da chuva, do frio e dos outros, além de descansar mais. Mas, o urso poderia estar por perto, então teriam de revezar o sono, de novo. Começou a chuviscar e os dois entraram logo em uma oca que já tinham camas improvisadas. Jack foi o primeiro a dormir, de novo.

O Jogo da Morte.Onde histórias criam vida. Descubra agora