20 - We can be Heroes.

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Amanheceu na floresta e tudo parecia voltar ao normal, os rugidos pararam, nenhum outro felino foi visto e agora os pássaros cantavam animados. Os oito odiados que restam já podem se preocupar com outras coisas.

JACK E ROSE. 

Ele acordou dentro da barraca, não se lembrava ao certo como tinha ido dormir ou quando, mas se sentia muito melhor do que antes. se sentou e quando apoiou as mãos no chão sentiu algo diferente. Verificou todo o corpo e ficou admirado, seus curativos haviam sumido e todos os seus machucados se foram. Saiu da barraca para verificar se tudo aquilo não fora apenas um sonho, e para seu alívio não era, a garota de sotaque francês estava lá.

Ao lado das cinzas do que era a fogueira, ela examinava com cuidado uma laranja. Olhou para Jack de relance e respondeu a pergunta que os olhos do ágil rapaz faziam.

— São as laranjas. Elas que te curaram. — Disse ela.

Ele não questionou, nem sequer pensou em fazer isso, tudo que estava acontecendo era tão assustador que ele não queria gastar sua massa cinzenta para pensar em coisas não-urgentes. Bateu as mãos no bolso da calça e não sentiu nada, depois checou suas meias, olhou dentro da barraca e nada viu, até que seu olhar voltou para a inevitável garota.

— É isso que está procurando? — Ela entendia uma faca para ele.

Ele aceitou. Estava feliz com a confiança que recebera, mesmo quando ele não fazia sentido, ela procurou entendê-lo, e não tinha medo.

— Bem, você sabe... Proteção. — Disse, guardando a faca em um bolso na panturrilha.

É claro. — Disse ela, e todas as suas palavras soavam com confiança, como se ela estivesse pronta para qualquer coisa. — Precisamos de mais comida, se prepare para andar.

Jack obedeceu e se alongou, guardou algumas frutas em seu bolso e logo partiram, com Mandril indo na frente.

— Andei pensando sobre o que você disse, de haver uma passagem secreta que precisemos achar. — Dizia ela. — E talvez eu tenha uma ideia.

Ele não respondeu, observava o estranho comportamento de Mandril, movimentou os olhos com rapidez e ouviu um ruído distante. Com muita agilidade, empurrou Rose para frente e se jogou para trás, virando uma cambalhota e ficando de pé a tempo de olhar a lança que passou zunindo e se cravou em uma árvore, exatamente no lugar aonde deveriam estar.

Rose, ainda no chão, olhou para Jack, que estava com o olhar fixo para o lado, então ela olhou também. A imagem de uma índia acima do morro era poderosa, dali, suas mãos pareciam rochas e seu corpo um caminhão, pronto para atropelar quem cruzasse seu caminho.

— Estamos quites. — Sussurrou Jack. — Vá na frente e encontre a saída.

— Eu não fujo de uma briga. — Respondeu ela.

— Não haverá briga. Eu confio em você para achar um jeito de pôr fim a isso, logo nos veremos.

A garota obedeceu, se levantou do chão e, ainda toda suja de terra, começou a correr. Mandril a seguiu e Jack ficou sozinho, observando Pocahontas pegar outra lança do chão.

FINN, TRACY E CAMERON.

A manhã chegou e a sensação de segurança veio junto, nada mais tinha cheiro de morte e eles finalmente estavam livres para serem eles mesmos, pelo menos durante o dia. Finn foi até a beira do precipício e sentiu o vento agitar sua cabeleira negra, sentia-se como um leão.

— É muito fundo? — Disse a voz de Cameron, suave como sempre.

Ele então olhou para baixo e engoliu em seco, aquilo serviu de resposta, não dava para ver o final do precipício. Em seguida, voltou para perto das garotas deitadas, Tracy ainda estava dormindo.

O Jogo da Morte.Onde histórias criam vida. Descubra agora