12 - Abraço de Urso.

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CAMERON E TRACY.

— Ah, que chuva refrescante! — Disse Cameron, dando um beijinho no rosto de Tracy e se levantando. — Vamos, baby, precisamos procurar comida.

Cameron ajudou Tracy a se levantar, que retribuiu o beijinho ao estar de pé. As duas se espreguiçaram e começaram a caminhar juntas pela floresta. Estava frio, então elas passaram a andar abraçadas.

— Pra onde nós vamos, Cameron? — Perguntou Tracy.

— Que tal seguir aquele grupo e roubar umas frutas? — Cameron riu da própria ideia.

É uma ótima ideia, Cameron! Mas nós também podemos pedir ajuda deles, pra nos juntarmos no grupo, que tal?

— Hum.. não sei. Acho que primeiro devemos observar eles mais um pouco, algo parece não encaixar naquela relação.

— Tudo bem, como quiser! — Tracy passa a abraçar Cameron mais forte e as duas riem juntas.

Seguem a trilha deixada pelo grupo 1. Após alguns metros Cameron para e leva a mão a cabeça.

— O que foi, querida?

— Oh, honey... Minha cabeça anda latejando desde que eu cheguei nessa maldita floresta.

— Será que é fome?

— Acho que não, até que eu comi bastante. Primeiro pensei que era desintoxicação de álcool, mas já fiquei sem beber por várias semanas e isso nunca aconteceu.

— Calma, meu bem. Seja o que for, nós faremos passar, está bem?

Cameron assentiu.

De repente, gritos desesperados e movimentação intensa pelas sombras da floresta assustam as duas, que correm para se esconder atrás de árvores. Já devidamente camufladas, observam pessoas correndo e gritando assustadas, eram os integrantes do grupo 1. Quando a gritaria e movimentação acabam, elas decidem ir até o local onde tudo aquilo começou. Caminharam na direção oposta a que o grupo 1 corria, com uma estranha sensação de estarem sendo observadas. Lá estava o corpo de Binter, jogado no chão com desleixo, com uma faca encravada em seu crânio.

Cameron toma um susto, horrorizada, a sua dor de cabeça para no mesmo momento e ela começa a chorar descontroladamente. Tracy a abraça forte e a conduz para longe da cena do crime. Tracy também estava assustada, mas a fragilidade de Cameron dava força para ela se acalmar e apoiar a amiga. A velha máxima onde você encontra forças quando aquele que você ama está em situação difícil. Caminharam com passos rápidos à procura de um abrigo, mas de repente perceberam que teriam que correr. Um rugido potente e estrondoso ecoa por toda floresta escura. Aquele maldito urso de novo! Após a observação, as duas passam a correr pela floresta na direção contrária.

FINN E RACHEL. 

Após a chuva, Finn saiu da caverna. "Que friozinho bom, me sinto do sul!", disse ele, mesmo sabendo que na verdade não era. Rachel preferiu ficar no escuro acolhedor do fundo da caverna, onde podia ficar apenas comendo suas frutinhas e se distrair com seus pensamentos.

Já que estava do lado de fora, Finn aproveitou para checar se o local era seguro e começou a fazer uma patrulha pelo lugar. "Ah, esse cheirinho de folha molhada caída na grama molhada é a melhor coisa que tem", Finn então tirou seus sapatos pela primeira fez desde que chegou na floresta, sentou no chão, olhando pro céu.

Rachel, encolhida no interior escuro da caverna, pensava sobre os recentes acontecimentos. Não gostava da ideia de dividi-la, mas chegou a conclusão de que não podia fazer nada. Ela teria que confiar em Finn, apesar de seu comportamento muitas vezes egoísta no passado. Quando ela finalmente cansou de ficar sozinha com a própria mente, resolveu sair da caverna para dar uma respirada. O cheiro também a agradou. Olhou para Finn sentado no chão.

— Finn, vamos pro rio?

— Opa, tem rio aqui perto? Vamos sim, preciso tomar uma água e limpar esses meus sapatos!

Ele rapidamente se levantou e ambos andaram pela floresta em direção ao rio. No caminho, ouviram um forte rugido, que parecia perto, mas ao mesmo tempo distante, era sem dúvidas uma criatura feroz e irritada. Rachel ameaçou correr mas Finn a segurou pelo pulso. Ele sabia o que era aquilo, um tipo de mega urso malvado, segundo seus pensamentos, mas o som apesar de poderoso, estava distante. E a floresta fechada parecia tranquila demais para o urso estar rondando. Ele olhou nos olhos de Rachel profundamente, e então, finalmente ela se sentiu segura e sua respiração se normalizou. Passado o susto, eles continuaram caminhando para o rio.

POCAHONTAS.

A indígena sanguinária, após cessar a chuva, finalmente se levanta do chão sujo aonde caiu. Estava encharcada e com frio, mas sua perna já estava em condições aceitáveis para caminhar. Ela tentava decidir um caminho quando ouviu o potente rugido, e no mesmo segundo, decidiu que correria para o sul. Após se sentir segura, sentou em um tronco caído que encontrou, colheu alguns galhos e começou a fazer armas, como lanças e flechas. Terminava sua décima lança quando viu uma cobra se aproximando. Deu um pulo pra trás, mas depois se acalmou, então pegou suas lanças e carregou para uma área mais isolada, perto de onde havia um grande precipício. No caminho, passou pelo corpo morto e semi-comido de Karla. Depois, pela armadilha que ela mesma tinha cavado. Decidiu deixar a pá de lado, suas lanças seriam mais efetivas, então jogou a ferramenta fora.

JACK, TED E ROBIN.

Ted ainda se recuperava da pancada que recebeu na cabeça quando notou quem estava lá. Ao lado de Jack, Robin observava o pobre rapaz com um galo na cabeça. Ele levantou o olhar, meio tímido, apertou os lábios e esboçou um sorriso, mostrando os dentes brancos.

— Robin! — Disse o rapaz, com a voz alterada, quase sem fôlego.

— Ted! — Replicou a jovem confiante.

O amor invadiu o ar. Ele se levantou lentamente, curtindo cada segundo daquilo, esticou as mãos e segurou as de Robin. Seus olhos pareciam não acreditar, mas ele finalmente encontrou seu grande amor. Se abraçaram intensamente e o beijo veio com naturalidade.

[Uma provável descrição que Jack daria]

Não foi aquele beijão de cinema não, sabe? Foi uma coisa mais contida, mais burocrática. Sabe quando um vampiro escolhe sua vítima, prepara um ambiente sombrio, iluminado por velas ou uma lareira, com um cheiro agradável e uma temperatura perfeita? E quando finalmente chega o momento, ele dá uma mordida leve e suave, suga todo o sangue da vítima e a cena é linda? 

Bom, não foi o que aconteceu aqui. O clima estava esquisito, frio, ambos molhados e sujos. O beijo saiu com um barulho semelhante ao de um cavalo mascando chiclete. Ela é muito pequena em relação a ele, que estava com um machucado feio na cabeça. Mas por mais que eu tenha rido da situação, diria que foi fofo. Ele a pegou pela cintura de um jeito tão desajeitado que ela quase riu da cara dele. E eu? Morrendo da mais pura vergonha alheia. Mas, então, ela estava super calma e ele nervoso, consegue visualizar isso? Daí, do nada, ele vai levando o rosto mais pra frente com os lábios fazendo biquinho. Até lá tava tudo bem, ela com calma segurou ele pela nuca e o beijo aconteceu. 

Eu fiquei meio que isolado, de vela, esperando aquilo tudo acabar. Olhei pro chão onde eles pisavam e era pura terra. Só conseguia pensar que iam sujar os sapatos e deixar marcas pela floresta. Esse que é o tal do beijo com pegada? Enfim, daí o pé grande rugiu, e tava muito, mas muito próximo, eu quase podia sentir o bafo do bicho, apesar de não vê-lo. No mesmo momento ela parou de beijar e se afastou, e o bobalhão ficou lá, olhando com uma cara idiota, acho que nem deve ter ouvido o rugido. Eu que não sou bobo nem nada me mandei dali. O resto é história.

[Fim da descrição]

Ao fim do rugido, Jack foi o primeiro a correr, em seguida o casal corre junto, de mãos dadas e sorrindo um para com o outro. Nenhum deles tinha pique para acompanhar o jovem que partiu em disparada na frente deles, então decidiram ir por outro caminho.   

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